Quando vamos à pesca, normalmente saímos por um dia.
A partida é feita de manhã, e a chegada ao entardecer. Não vem mal ao mundo que o peixe fique dentro de uma geleira todo o dia, se as condições exteriores forem amenas, leia-se com temperaturas baixas.
No Inverno isso acontece frequentemente e não obriga a cuidados de maior. A questão é que os apaixonados da pesca não vão ao mar apenas de Inverno...
Quando caem os calores abrasadores de Verão, as coisas mudam de figura e a lata de tinta que o primo deu …já não serve.
Já não serve o balde e não serve a geleira barata que tem paredes finas…porque o calor passa-as em minutos.
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Isto não é só uma geleira, é uma obra de engenharia térmica e passa muito para lá daquilo que sabemos sobre preservação de temperatura. |
Aquilo que é mais usual é que se adquira uma geleira num supermercado, ou numa drogaria, e que se faça disso o reservatório onde se deposita o peixe pescado numa saída embarcada.
Essas geleiras são baratas, porque barata é também a sua produção. Colocar uma placa de esferovite dentro de duas folhas de plástico é algo que qualquer fabricante de vão de escada consegue fazer.
A questão é que quando o calor aperta, isso não é suficiente.
Acresce o facto de não haver espaço horizontal para que o peixe se espalhe e não faça pressão sobre outro. Certamente já viram geleiras de camping que são caixas verticais, em que o peixe acama sobre outro, prensando-o, acalcando-o para baixo. Em situações limite, podemos chegar a casa com alguns quilos de peixe espapaçado, mole, com as barrigas a rebentar da fermentação dos intestinos dos bichos. Comer esse peixe é possível, mas não é o melhor.
Assim, temos que há um mercado para esta figura de pescador pouco previdente, descuidado, e há um outro para quem exige o máximo de qualidade naquilo que apresenta em casa.
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Das paredes aos fechos, tudo é pensado ao pormenor. |
Deixem-me dizer-vos que a necessidade de projectar e fabricar geleiras topo de gama é algo que no Japão faz sentido porquanto aquele povo tem hábitos de comer o seu peixe em crú.
Os sushis e os sashimis fazem sentido se tiverem como princípio alta qualidade de peixe fresco, ou mais vale não comer.
Nesse sentido, os engenheiros de marcas como a Daiwa ou a Shimano trabalharam abnegadamente no assunto e hoje em dia apresentam geleiras que em termos técnicos superam em muito qualquer coisa que se produza noutra latitude.
Vejam o filme:
Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.
Evidentemente nem todas as pessoas necessitam do mesmo nível de cuidados térmicos.
Para alguém que pesca pela manhã e traz o peixe de volta a casa para o almoço, é natural que não tenha de adquirir uma geleira com um nível superior de preservação.
Aquilo que os fabricantes japoneses preconizam é que cada um possa escolher a sua solução ideal.
O “Keep 68”, “Keep 130”, “Keep 150” indica o número de horas que é pressuposto o peixe manter as suas melhores características alimentares.
Quanto mais horas de preservação mais onerosa será a geleira, é bom de ver.
Gosto do conceito e não me importo de pagar um produto bom, quando lhe reconheço qualidade e utilidade.
Se a grande maioria de nós vai ao mar e volta no mesmo dia, já outros pescadores de outros mares e mundos não o podem fazer.
Explico-vos porquê.
Imaginem que vão pescar a um local muito afastado da costa, algo como 200 milhas ou mais. Nesse caso, é razoável pensar que a viagem será feita durante a noite, e que se quererá aproveitar a pesca nesse local por um período longo, eventualmente três ou quatro dias.
Sendo intenção não libertar todo o peixe capturado, é de supor que ao fim da expedição de pesca o primeiro peixe a ser pescado, aquele que conseguimos no primeiro e segundo dia, já esteja em estado de decomposição.
É aí que entram as geleiras que preservam para vários dias.
Gostava apenas que ficassem a saber que isto existe, pode ser importado do Japão, e que algumas delas até existem em stock na GO Fishing em Almada.
Para quem também pesca para comer, e não vem mal ao mundo por isso, de resto eu também o faço, adoro um bom peixe fresco grelhado, faz sentido apostar em qualidade.
Vítor Ganchinho
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Essas geleiras são mais bonitas que a minha impressora multifunções :).
ResponderEliminarDá vontade de sacrificar a mobilidade do meu kayak por um equipamento desses, hehehe.
Abraço, Paulo
Paulo, seja criativo!!
EliminarE porque não transformar uma geleira destas ...num kayak?!
De facto são objectos de sonho. A qualidade transpira, sem dúvida.
Eu comprei uma para mim de 48 litros, deve chegar daqui a umas duas semanas.
Já tenho no barco um viveiro de peixe vivo, o que me garante que posso pescar e
guardar o peixe em boas condições. Tenho bombas a trabalhar em continuo.
Agora reforço com esta geleira de qualidade.
Na verdade vai chegar vivo a casa...
Dou tudo por qualidade, por saber que tudo o que está na minha mão está feito.
A família merece comer peixinho fresco.
Imagine que tenho uma geleira destas na loja em Almada, com 60 lts de capacidade, quase um metro de comprimento, e que já houve quem dissesse que só era pena ser pequena.
Para mim, os 48 litros já sobram.
Eu solto muito peixe, só trago os que verdadeiramente me interessam.
Ontem fui, ....trouxe 3 pargos, 1 robalo bonito e 4 lulas. Uma delas foi a grelhar e deu para a família.
Abraço
Vitor
Abraço
Vitor