A velocidade a que passa a informação hoje em dia pode levar-nos a pensar que não vale a pena apostar muito em formação. Os Facebooks, Instagrams, etc, trazem até aos nossos portáteis dados e fotos que nos parecem suficientes para sabermos o que se passa por aí. Nada mais errado, a informação boa, a que vale a pena reter, porque nos muda para melhor, não passa seguramente em redes sociais. Porque não se enquadra, não está pensada para isso, e nem faz sentido que assim seja.
O detalhe técnico e rigoroso de informação detalhada não se compadece de facilidades, de imediatismos, porque as redes sociais estão talhadas para informação rápida, uma foto e uma frase.
Em rigor, pouco tem a ver com um artigo de fundo, que analisa diversos aspectos técnicos e a ligação que podem ter entre si.
Aspecto geral de uma acção de formação de pesca feita na GO Fishing Almada. |
Por força da pandemia COVID, fomos forçados a suspender até melhor momento as nossas acções presenciais, em Almada, na nossa loja. Iremos retomá-las assim que possível, por sabermos da aceitação que têm e da vontade demonstrada pelos nossos leitores em voltar a estar presentes e em colocar questões. Este é um espaço em que se podem fazer nós, entender o que fazer nesta ou naquela situação, saber algo sobre novas técnicas, e é também um espaço físico em que se podem colocar questões e esclarecer dúvidas. Para além disso, são sempre apresentadas novidades, produtos recentemente lançados no Japão, país onde adquirimos todo o nosso stock.
Saber mais significa pescar mais, ser mais apto, ser capaz de reagir a uma determinada situação de pesca.
Fica a promessa de que iremos voltar a organizar os nossos workshops assim que possível.
Melhores dias virão!
Vítor Ganchinho
Irei estar atento a quando regressarem!
ResponderEliminarJá agora uma dúvida, o Vítor nas suas pescarias pelo Sado alguma vez encontrou-se com as chamadas rainhas ou corvinatas? Ao que parece este ano entraram em força pelo Sado sendo considerado já uma praga visto serem fortes predadores e limpam quase tudo o que vêm.
Antigamente nunca tinha ouvido falar delas, especialmente por estes lados, e nunca as sequer tinha pescado. Este ano parece que não existe lá mais nada, salvo uma baila ou outra é o que sai e de pesos acima do 1, 2kg são as que tenho apanhado.
Já agora, também reitero que apesar de terem alguma má fama, comem-se muito bem especialmente as grandes seja no forno ou em caldeirada. Top!
Cumprimentos!
Bom dia Rodrigo Cruz
EliminarEu faço saídas frequentes do Sado para o mar. Coloco o meu barco pessoal no Clube Naval de Setúbal, e é dali que inicio os meus dias de pesca. Que felizmente são cada vez mais, uma vez que, passo a passo, me vou desligando da gestão das minhas empresas. Estou a antecipar a minha reforma, saindo durante a semana, sempre que o tempo e o estado do mar mo permitem. O ano que vem vai ser um ano em que a quantidade de saídas de mar será maior do que a quantidade de dias de trabalho empresarial. Conto com uma fantástica equipa de pessoas que irá dar continuidade, que irá fazer a evolução das sete empresas que tenho vindo a gerir, felizmente com sucesso. A GO Fishing é o meu hobby, mas quero levá-la mais a sério, quero dar-lhe o empurrão que lhe falta para a internacionalizar, ( já temos imensos clientes estrangeiros a comprar na nossa loja on-line), e quero dedicar-me ao lançamento do meu primeiro livro sobre pesca à linha. Tudo isso irá acontecer no ano que vem. Isto para lhe explicar que, sendo o Sado a minha principal rampa de lançamento de dias de pesca, ( tenho um barco em Sesimbra, outro em Sines), ainda assim não é muito fácil ver-me a pescar no rio. Há outras coisas lá fora, muito interessantes, e que chamam por mim.
Mas posso dizer-lhe algo sobre as corvinatas: esta espécie é uma invasora, e foi comentada em toda a Europa por todos os que trabalham nessa área, a das espécies não autóctones. De Valência tenho o comentário do António Pradillo, que me disse há alguns meses algo como isto: "Me he enterado de que en el río Sado hay una especie de corvina americana que está invadiendo el estuario... me dicen que hay muchas de hasta 4 kilos, las están pescando con el pulpo de savage gear, he visto vídeos, van bancos grandísimos..."
Não tenho dúvidas de que, em determinados momentos da maré serão possíveis com artificiais, com jigs de baixo peso, e sobretudo com vinis, nomeadamente os tais polvos pequenos que a SavageGear lançou o ano passado. Mas elas têm o tamanho certo para entrar aos vinis da Fish Arrow, os shads, com vibração de cauda, com um cabeçote de chumbo pequeno, porque a profundidade nunca é muita. O rio está cheio delas, e desde que tenha um barco de baixo calado, pode mesmo subir o Sado e chegar a zonas onde há concentrações muito grandes. Já sabe que na enchente a água do rio limpa um pouco. As melhores condições surgem quando há vários dias sem chuva, com vento off-shore, leste, a soprar forte. A água do rio sai para o largo, e a entrada de água do mar limpa dá melhores condições para pescar com artificiais. Mas a corvina é um peixe que gosta de lama, de águas turvas, e por isso, se não tiver condições para lhes dar com um cabeçote e um vinil., vai de isca, ...sem fundamentalismos.
Era importante estancar a evolução deste peixe, porque a médio e longo prazo., vamos ter um predador de baixo peso, mas de alta eficácia para comer os chocos pequenos. A prazo, a entrada deste peixe vai fazer diminuir a quantidade de chocos, inevitavelmente.
O Sado está neste momento cheio de douradas, estão muito acima da foz. Mesmo próximo a Alcácer do Sal, estão a pescá-las com casulo, ganso, normalmente exemplares jovens, com uma ou outra acima dos 2,5 kgs...são peixes que sobem para desovar, e aproveitam os caranguejos do rio, que estão em todo o lado. Estas chuvadas irão empurrá-las para a saída do Sado, e o frio irá fazer com que afundem. Mais dia menos dia estarão a cumprir o seu ciclo habitual, o de chegarem à Vereda....à procura das termoclinas, de aguas mais quentes.
Um abraço
Vitor
Bom dia Vitor e Rodrigo Cruz,
EliminarConfirmo que as rainhas "entram" com artificias, no ano passado e há uns meses atrás fiz algumas investidas no sentido de apurar essa situação.
Não tive resultados com vinil, mas também pode ter sido porque o pescador não é propriamente um expert na arte!
Com pequenos jigs é frenético!! São realmente muito vorazes!
As rainhas tem um cheiro muito intenso e peculiar, não cheguei a levar nenhum exemplar para casa.
Abraço e bons lances,
A. Duarte
Olá Rodrigo!
EliminarOs vinis, na minha ótica, podem ser mais eficazes que os jigs, desde que obviamente ajustados às condições de pesca. Digamos que se eu tivesse de ir para uma ilha deserta e só pudesse escolher uma amostra, ... eu levaria um hibrido de amostra de spinning, com um jig. Essa peça existe, e chama-se Super Surger. É produzido pela Smith japonesa, e é a coisa mais universal com que já pesquei. Nós temos muitos tamanhos, cores e pesos diferentes em stock, na loja de Almada, mas confesso que as pessoas ficam com mais dúvidas que certezas quando olham para aquilo. Basicamente porque não sabem pescar com semelhante "bozidróglio". Eu tenho muitas centenas de amostras, e alguns milhares de vinis em casa. Compro tudo o que é fabricado, para experimentar e poder dar conselhos, e para isso tenho de conhecer, de ter testado, de ver como funciona. Até hoje, para mim, nada mais universal que os Super Surger, que aguentam maus tratos, ( os vinis ficam destruídos ao fim de algumas dentadas de peixes, logo não levaria nenhum para a tal ilha deserta, porque só pescava peixe um dia.....e morria à fome no dia seguinte), e trabalham bem sejam quais forem as condições. Mas para as rainhas, os vinis provam melhor, elas ficam malucas com as vibrações que aquilo provoca. Caso queira experimentar, convido-o para sairmos um dia destes, e vamos a dois sítios diferentes: começamos pelas rainhas e a seguir vamos a um dos meus cantinhos e vamos pescar com camarões de vinil, com bala de tungsténio. E vai ver se não se diverte a valer!
Abraço
Vitor