APRENDER A PESCAR...

Nascemos pescadores? Ou… tornamo-nos pescadores?

Começamos a praticar por intuição própria, por sentirmos o chamamento ancestral da nossa natureza humana de predadores, ou fazemo-lo por arrasto, por influência de amigos? 

A questão é saber se a pesca é um acto que nasce em nós de geração espontânea, individual, diria “ao acaso”, ou existem razões de força maior, clubes de pesca, organizações, ou até um impulso cultural generalizado que nos induza a ser pescadores. Que apoio têm os nossos jovens se quiserem dedicar-se a uma actividade tão exigente, quer em termos de meios materiais quer de conhecimentos técnicos?

Existe apoio?!


Neste parque de pesca podem estar até 300 pessoas a aprender a pescar.

Quando colocamos esta questão a pessoas que pretendem adquirir o seu primeiro equipamento de pesca, a resposta pode variar bastante. Não há uma linha condutora que nos dê uma pista fácil de seguir. A maior parte das pessoas acaba por ser levada por um amigo, ou um familiar, mas também ocorre que por vezes a opção de alguém se lançar neste estranho mundo dos peixes seja um acto individual, espontâneo, uma fuga à vida entre quatro paredes. De qualquer forma a iniciação à pesca sem apoio técnico é algo que pode correr francamente mal. Quantas vezes uma primeira experiência, no local errado, no timing errado, acaba por ser a primeira e última. 

Porque tudo é difícil quando não se sabe o suficiente, porque na maior parte dos casos os amigos que nos levam pela mão ao fantástico mundo da pesca, mesmo os já que são aficionados convictos, pouco mais sabem que os iniciados, os que experimentam pela primeira vez. E isto acontece de forma transversal a todas as faixas etárias, novos, adultos, menos jovens. Tentar pescar peixes onde não há peixes é tremendamente difícil. A maior parte das pessoas segue este trajecto: Adquire material de muito má qualidade, cuja característica principal é ser barato. Há empresas especializadas nesse tipo de venda e facturam bem, partindo de uma base de productos “made in China”. E temos assim que o iniciado enfrenta várias dificuldades ao mesmo tempo: vai pescar para um sitio deserto, sem qualquer peixe, com material desadequado, quantas vezes sem qualquer possibilidade de poder fazer uma captura, e ainda por cima vai sozinho, sem aconselhamento de qualquer ordem. Porque os sítios mais acessíveis a quem tenta pescar de costa são mais que conhecidos, juntam-se diversas pessoas que pouco podem aprender com o vizinho do lado. Para cúmulo do infortúnio, algum misero peixe que possa existir no local, não come o isco adquirido num supermercado, na zona de congelados. Nada ajuda. 

Tenho para mim que a primeira vez deve ser um momento único, algo que marque a pessoa para sempre. E para isso, para garantir resultados imediatos, nada como ter o apoio de alguém experimentado, alguém que tenha muitos anos de mar, e por isso mesmo seja capaz de proporcionar um arranque positivo, com actividade, com muito peixe, e se possível com emoções fortes. O problema é que aqueles que sabem, os que pescam regularmente peixes de bom calibre, não visitam os locais onde os iniciados vão tentar a sua sorte. Não lhes interessa pescar no deserto… Perante isto, é bom de ver que falamos de dois mundos diferentes, sem qualquer ponto de contacto. E é isso que torna pouco evidente a possibilidade de sucesso de um debutante nas lides da pesca. A maior parte das pessoas desiste por isso, por não ser capaz de entender a forma de conseguir fazer lago mais que nada. 

Há certamente forma de obviar a estas desistências. A mais próxima será sempre tentar contactar um amigo que seja um pescador consagrado, alguém que pertença ao leque de pessoas que fazem parte da nossa roda de amigos ou conhecidos. Outra, bem mais onerosa mas também mais segura em termos de resultados, é a de ir pela via comercial: recrutar os serviços de um guia de pesca. Aí, é garantido que resulta, que a geleira vai retornar cheia de peixe. Os profissionais sabem sempre onde vale a pena ir, a que hora, e com que tipo de equipamento se deve pescar. Tirar um curso de pesca é algo que se faz, para alguém que apenas pretende ganhar alguma autonomia e poder passar a fazer por si, em pouco mais de 4 a 5 saídas. Mais que isso, é fundamental que quem começa aprenda a fazer bem, sem erros que o irão perseguir todo o resto da sua vida. Os profissionais ensinam a fazer. 


O resultado de pesca de dois jovens que aqui começam a dar os seus primeiros passos na arte da pesca. 

Ocorre-me esta dissertação por ter falado com um amigo japonês que me comentava o seguinte: eles têm espaços em zonas acessíveis, coladas às cidades, onde as pessoas vão para APRENDER A PESCAR. Um desses locais é o parque de pesca Uotsuri-en Gogan, na cidade de Osaka, e está localizado na zona de Nanko, um velho porto marítimo, também chamado de “Jardim da Pesca”. 

Tem orientação técnica no local e são feitos workshops com instrutores credenciados nos fins de semana e feriados. Para que os moradores estejam sensibilizados para a importância das águas oceânicas e os portos da prefeitura de Osaka, e da necessidade de colaborar na sua limpeza, o quebra-mar no extremo oeste do cais sul de Nanko foi transformado em local de pesca.

O paredão tem 612 metros de comprimento e 12,5 metros de largura (incluindo a passadeira por onde circulam as pessoas). No total, cerca de 400 pessoas podem pescar ao longo desta área de 300m². 

Os peixes capturados aqui incluem o bodião japonês, o falso kelpfish e o greenling, peixe que fica gordo na primavera e é por isso muito apreciado localmente. 

Mas outros podem ser facilmente capturados na zona: carapau, cavala, sardinha, sardinha manchada e dourada no verão; carapau, sardinha, verdinho gordo, linguado de olho direito e também muitos sargos no outono. O robalo japonês de tamanhos mais modestos, o linguado de olho direito, bodião japonês e o “verdinho”, no inverno. 

Aos domingos e feriados, quando as famílias vão ao parque, membros da Associação de Cultura Pesqueira circulam e orientam a pesca. Aos sábados a partir das 16h.00 em diante, são os pescadores de robalo de primeira classe (com credenciais de instrução de pesca) que fazem as rondas. 

Também são realizados workshops que ensinam os participantes a pescar com isca artificial a espécies fáceis de capturar, como o robalo e o carapau. A participação é absolutamente gratuita, sendo o trabalho dos pescadores mais experimentados algo que fazem com prazer, motivando as pessoas iniciadas, dando-lhes conselhos. 

O parque de pesca está aberto, de Abril a Novembro, das 5.00 da manhã às 19.00 da tarde. De Dezembro a Março, dados os rigores do Inverno naquelas paragens, abre das 7.00 da manhã às 17.00h da tarde. 


Uma caixinha com alguns carapaus. O suficiente para que alguém se divirta, e também para que possa fazer um sashimi em casa…


O objectivo destas pessoas, mais que encher caixas de peixe, é o de aprender a fazer, e para isso contam com o apoio de pescadores consagrados que ali vão e dedicam algumas horas do seu dia a ensinar os outros.  Achei curioso o conceito, e por isso o trago às páginas do blog, tentando desta forma despertar a curiosidade de todos aqueles que possam estar a passar por uma situação como a que descrevo nos primeiros parágrafos: vontade de aprender, de se iniciar a fina arte da pesca, mas que estejam limitados por não saberem sequer por onde começar. 

A GO Fishing Portugal tem feito muitos batismos de mar, e terá sempre uma palavra de incentivo e ânimo a quem quer tentar. 

Deixo o contacto: GO Fishing  

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2805-290 Pragal, Almada-Portugal

Telefone: +351 212 742 292

Mail: info@gofishing.pt


Um casal que pela primeira vez experimenta a captura de alguns peixes. A descoberta deste maravilhoso mundo da pesca é algo que motiva, que liberta, que  se entranha debaixo da pele de todos aqueles que tentam e…inevitavelmente gostam. 


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