A COR DAS AMOSTRAS - A CRUEL REALIDADE - CAP I

Para aqueles que fazem spinning, o tempo de preparar os equipamentos está a chegar.
Dentro de algumas semanas irá acontecer a rentrée dos peixes nos baixios, os robalos estarão de volta aos seus postos de caça habituais.
Será que está tudo pronto?
De certeza que não.
O inverno tem sido rigoroso e por isso é natural que os materiais de pesca do ano passado tenham estado arrumados a um canto.
Para queles que os sabem hibernar, colocando absorventes de humidade, ou pó te talco, tudo estará como novo. Para todos os outros, aqueles que “não querem saber de”… é natural que tudo esteja estragado, com ferrugem entranhada, a fazer saltar aos olhos que o salitre é um inimigo implacável.
Para esses pescadores mais descuidados o momento de adquirir um conjunto de novas amostras para robalos chegou.


Escolher material é uma fase crítica, decisiva, e por isso pede decisões inteligentes.
No momento em que nada parece resultar, quando os toques são raros e a dúvida se instala, nada pior que utilizar equipamento em que não se acredita.
A dada altura duvidamos de tudo, incluindo de nós próprios e daquilo que sabemos fazer.
Não é caso para tanto.
Qual o critério, ou critérios, que seguimos na compra dos nossos artificiais? Sabemos mesmo fazê-lo?
Na verdade, para a maior parte dos nossos pescadores os factores de escolha reduzem-se a um mínimo, a alguns detalhes avulsos, nem sempre os mais importantes.
Porque todavia isso impacta nos resultados a obter pelo pescador de spinning, na caixa cheia ou vazia de peixe, parece-me pertinente lançar alguns dados para cima da mesa e tentar ajudar a criar uma base de trabalho para aqueles que fazem o favor de me ler.


Alguns dos factores a reter são facilmente visíveis a olho nu numa amostra: o tamanho, peso, a forma, esses são detalhes muito fáceis de ver.
Mas há outros que podem ser tão ou mais importantes.
Embora menos evidentes, contam também a robustez física do producto, a qualidade dos triplos, a qualidade da pintura, a capacidade de afundamento, etc.
Deixemos de lado factores aleatórios como a “crença”, a “fezada”, e outras questões de religiosidade discutível, as quais …pescam pouco ou nada, e foquemo-nos noutros detalhes mais terrenos tais como a adequação da amostra ao tipo de peixe que existe disponível nos nossos locais de pesca, à pressão de pesca que é exercida no local, e até, se possível, ao tipo de horário mais utilizado pelos nossos “concorrentes”.
Vamos antes ou depois deles. Se a maior pressão é exercida ao raiar do dia, porque não experimentar aquela meia hora mágica ao pôr-do-sol? Ou se, pelo contrário a tarde se revela muito conturbada de gente que sai do trabalho e vai lançar umas amostras, porque não levantar um pouco mais cedo e ir ferrar uns robalos para começar bem o dia?
Se querem saber a minha opinião, eu acho que a pesca madrugadora tem pelo menos a vantagem de nos permitir ir ao encontro de peixes que encostaram a terra durante a noite e estão ainda activos.
Se pescamos em zonas com muita agitação de pessoas, nomeadamente portos marítimos, locais de atracagem de barcos de passageiros, etc, é bom de ver que a noite traz um sossego que o peixe não terá ao longo de todo o dia.


De notar ainda um pormenor a que não atribuímos a importância devida: o necessário equilíbrio entre o peso da amostra e a acção da nossa cana.
A acção da cana deve servir-nos de guia, de ponto de referência e por isso podemos e devemos balizar o lançamento de amostras a pesar o valor que resulte da soma dos dois dados inscritos na cana: o valor de acção mais baixo somado ao valor mais alto, dividido por dois. Exemplo: uma cana com acção 12/ 42 terá um melhor desempenho com amostras a rondar os 27 gramas.
É obviamente possível lançar menos e lançar mais peso, mas é nesse ponto de amostra que a cana será mais eficaz.
Deixo propositadamente para o fim um outro que sendo aparentemente evidente é todavia objecto de enorme confusão: a cor.
A cor é algo que decresce em importância à medida que a procura de robalos é feita mais fundo, e por contra ganha ênfase quanto mais a pesca é praticada à superfície.
Sabemos que as cores tendem a desaparecer à medida que a amostra penetra nos fundos escuros.
Em casos limite de profundidade, estamos a lançar amostras coloridas e vivas que afinal no fundo vai-se a ver e não passam de cinzas baços e descoloridos.


Para não alongar este trabalho, vamos continuar no próximo número.


😀 A sua opinião conta! Clique abaixo se gostou (ou não) deste artigo e deixe o seu comentário.

Artigo Anterior Próximo Artigo

PUB

PUB

نموذج الاتصال