OSAKA NOVIDADES - CAP XXIII - TONEIRAS - O QUE É TOPO DE GAMA NO JAPÃO

Num mercado tão competitivo quanto o japonês, é difícil ser número 1. 
Porque existem centenas de fábricas a produzir toneiras, as propostas surgem de onde menos se espera, e o difícil é manter a posição de primazia durante muito tempo. 
A demanda de novidades é constante, (lá como cá os pescadores anseiam por ter alguma vantagem competitiva perante os outros elementos que pescam no barco…), e por isso a procura de toneiras é uma realidade a que os distribuidores procuram continuamente dar resposta. Há mercado, e porventura excessivo. 
As fábricas sofrem com isso, com a incapacidade de produzirem ao ritmo a que as pessoas querem adquirir os seus produtos. 
Para além de tudo, existem as feiras. Uma feira de materiais de pesca é antes de mais uma luta de galos, um combate de box em que todos aparecem na sua melhor forma. 
Aí, e porque os grandes tubarões do negócio estão todos juntos e nenhum abdica da sua posição, aquilo que se procura é surpreender, inovar, fazer abrir a boca de espanto a potenciais clientes, mas também a outros concorrentes. 
Ou não houvesse a questão do vencedor do “melhor produto do ano” na categoria a que concorrem. É certo e sabido que obter esse prémio significa cair nas graças das apostas de toda a cadeia de distribuição do país e podemos tentar adivinhar quanto isso significa em vendas…
A perfeição a que pode chegar a construção destes objectos é remarcável. 



Quando chega o momento de decidir sobre os melhores modelos, aqueles que irão receber os louros de “melhor producto da feira”, abrem-se alas para os campeões e o leque reduz-se consideravelmente. 
É o tempo de deixar brilhar as marcas que possuem os melhores designers, os melhores e mais consagrados engenheiros de produção.
Achei interessante trazer-vos as propostas de uma marca que ganha sistematicamente: a Fish League, através da sua gama sempre renovada, a Dartmax. 
Bem sei que os preços de venda destes produtos, na casa dos 13 euros, são proibitivos para muitos do que pescam chocos por cá, mas vale a pena pelo menos ver  
algo das razões que levam a que estas toneiras atinjam estes preços.
A base da toneira, ou seja o seu “chassis”, é em si já algo de muito bem trabalhado:


Isto corresponde à peça sem a cobertura de rede, a qual lhe dará um aspecto menos cru. Em caso de rotura da “pele” em tecido, a toneira continua a pescar na perfeição já que o seu interior já de si é apelativo. 


A seguir, a marca aplica uma estrutura elástica que adere na perfeição ao corpo do “palhacinho”, de forma a tornar o contacto do choco com a peça mais duradouro. As agulhas, não só são bastante afiadas como são robustas e com cobertura em teflon, um tipo de material que faz escorregar para dentro dos tentáculos, espetando ao mais ligeiro toque.  
A gama cromática é variada, pois variadas são as situações de pesca que todos enfrentam: o pescador pode ter de pescar baixo ou mais profundo. 
Sabendo da inevitabilidade do desaparecimento das cores em função dos metros de água a que a toneira é lançada, assim a opção deve recair em cores no espectro dos vermelhos, brancos e laranjas, para águas rasas de não mais de 10/ 12 metros, ou verdes e azuis para águas mais profundas, os 15 a 40 metros, ou ainda, no limite, os pretos, azuis escuros e os roxos, para águas mesmo muito profundas.
Estas cores não resultam por acaso, elas resultam da limitação de reflexos de cor ao longo da coluna de água. 
Uma toneira vermelha lançada a 30 metros de fundo é um objecto cinzento. Apenas cinzento. 
Também não será igual ter mar parado e águas limpas, mar mexido e águas verdes, ou castanhas, mar de nascer do dia, ou ao pino do dia, enfim, as diversas situações de luminosidade a que o pescador mais atento deve responder. 
Vejam abaixo: 


A roda de cores é vasta e procura responder a um enorme leque de possibilidades. 


Quando analisadas ao detalhe, estas toneiras são algo de muito bem feito. 
A particularidade é que são feitas para quem pesca sobretudo utilizando a técnica “darting”, a pesca a varrer largas extensões de águas costeiras, até aos 6 a 8 metros, com movimentos em zig-zag. Daí o formato da sua cabeça, facetada lateralmente. As cores a utiliar para este habitat de chocos especifico são os vermelhos, laranjas, cremes. 
Já para quem prefere pescar a profundidades mais significativas, as cores serão os azuis, os verdes e os rôxos. 
Quando vistas à luz de uma lanterna de ultra-violetas, estas amostras brilham. É isso que os chocos veem no fundo, em águas mais escuras. 
A aposta em cores destinadas a pesca mais profunda é visível, se analisarmos em detalhe a gama de cores. Vejam abaixo os rôxos e tentem imaginá-los a 30 metros, com brilho UV:
Estas peças são obviamente mais caras que as toneiras correntes, estarão pelos 13 euros, mas valem-nos bem. 
Se utilizadas de acordo com a ideia do engenheiro que as idealizou, são altamente eficazes. Dispõem de argumentos técnicos que a maior parte das outras não tem. 
Aqui, a Fishleague não fez concessões, foi ao fundo da questão, quis ganhar os prémios todos, e colocar à disposição do pescador de chocos uma arma mortífera. 
Porque todos os componentes são topo de gama é natural que o seu preço, a soma de todos estes detalhes, custe mais que um “palhacinho” comum. 
É provável que o custo das agulhas em aço carbono seja superior ao custo total de uma toneira chinesa…
O cuidado com que as colagens nos aparecem denotam um esforço grande em produzir …”à japonesa”: caro mas bom. 


Não é difícil perceber que há aqui algo mais que uma toneira banal... A GO Fishing Almada tem algumas em stock. 


Espero que tenham gostado deste artigo. 
No próximo, o meu encontro com o maior “mestre” japonês da pesca ao choco: Eisuke Kawakami.
A não perder. 


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