Se uma tintureira é um fogacho de luz, um peixe que puxa uma dúzia de minutos e a seguir invariavelmente se rende, sendo um “trapo que sobe”, um perfeito desapontamento para aqueles que gostam de uma boa batalha, rija, dura, já com os atuns a coisa “pia mais fino”.
Dotados de um corpo musculado e adaptado à velocidade, esses meninos mordem e arrancam para o fundo convictos de que o podem atingir. É muito difícil travar a marcha de um atum e, se ele tiver algum peso, a partir dos 150 kgs, é sair da frente, ele vai mesmo para onde quer.
São bichinhos capazes de atingir velocidades máximas impressionantes, com picos na ordem dos 70 a 100 km/ hora.
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Para peixes deste tamanho, peso e poder, um carreto de Big Game impõe-se como a alternativa certa. Já disponíveis em stock, bem como as respectivas canas Big Game e linhas, também à venda na GO Fishing Almada, ou loja on-line. |
A uma picada algo tímida, segue-se um arranque poderoso, decidido.
Invariavelmente o atum tem um objectivo bem demarcado: puxa em linha recta direito a um fundão, um sítio onde ele espera encontrar segurança.
Não deixa de ser curioso que tenham um sentido tão apurado quanto à direcção a tomar.
O que fazem é, mesmo com água tapada, ou seja sem qualquer tipo de visibilidade horizontal ou vertical, ou sequer de uma referência tomada a partir do fundo, seguir directos ao ponto onde a costa afunda, um canhão, uma depressão. Querem fundo e forçam a marcha direito a ele.
E sabem onde estão....
Vejam este caso em que o meu colega de pesca Rudi entrou em pânico depois de olhar para o carreto e ver que apenas restavam uns 100 metros de linha, tendo nesse momento decidido apertar o drag:
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O momento da rotura de linha é sempre um drama. Depois de horas de espera, de tanta e tanta paciência e trabalho...tudo é perdido numa fracção de segundo.
Na verdade o barco já estava em movimento, o motor de proa recolhido, logo o mais difícil estava feito. A partir daí ganhar metros ao peixe e enrolar linha de novo no carreto teria sido muito fácil.
Mas já se sabe, o menor erro humano custa o peixe...
Neste caso, o atum levou algumas centenas de metros de linha em menos de 30 segundos. Mas dava tempo...
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O raiar do dia é um momento mágico que traz muitas surpresas. Para pescar peixe de peso, convém levantar cedo da cama... |
A GO Fishing importou uma linha de carretos de Big Game de vários tamanhos, a pensar nestes ”meninos”, os peixes de força que nos visitam nesta altura.
Já estão disponíveis em loja, bem como as linhas de longa metragem em comprimento único, as amostras, os anzóis, etc. É ir a Almada e vê-los expostos, a preços muito convenientes.
Para quem pesca tintureiras, corvinas, atuns, mas também para quem gosta de se impor a safios ou pargos de grande tamanho.
Os tamanhos mais pequenos, 15W e 18W, são perfeitos para este tipo de trabalho mais ligeiro.
Se em relação às tintureiras as capturas são sempre acidentais e pressupõem a sua libertação, já outros peixes com tamanho podem ser trazidos a terra.
A questão é que para isso é necessário que se consigam vencer.
Bons braços precisam-se, mas também, e sobretudo, uma mente ágil que antecipe os movimentos e pretensões da besta que temos do outro lado da linha.
Saber prever aquilo que vai acontecer a seguir já é uma vantagem táctica.
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Estes carretos Van Cliff são muito sólidos, resistentes, e têm um preço na ordem dos 270, 290 euros ... um só peixe apenas paga-os. |
Se algo não me canso de referir às pessoas que saem comigo ao mar para tentar um destes peixes é que sim, há perigo. Devem recear o arranque de um destes colossos, porque pode acontecer um acidente relacionado com a potência aplicada pelo peixe ainda cheio de força.
Mas eu lanço o risco de rotura de linha sobretudo para os últimos minutos, aqueles em que parece tudo já estar feito, o peixe rendido, a encostar ao barco.
É precisamente nesses instantes finais que as coisas ruins acontecem, por descuido nosso, por descontração, por aligeirarmos os procedimentos. É nisso que penso quando vejo apertar o drag ao máximo, bloquear a linha, para conseguir melhor controlo sobre o peixe.
Trata-se de um movimento típico de quem não está habituado a ter de lidar com o “último suspiro”, a derradeira tentativa de libertação.
Quantas vezes a linha, já cansada da longa batalha anterior, desgastada por esticar e roçar no flanco abrasivo do peixe... cede por excesso de tensão.
Cuidados e “caldos de galinha” pois....até ao fim.
Vítor Ganchinho