AMAZÓNIA - O QUE SE COME POR LÁ - CAP IX

Uma expedição de pesca que entra bem dentro do coração da selva amazónica obriga a uma infinidade de cuidados.
Desde logo médicos. Um acidente numa zona despovoada pode ser fatal caso não exista uma mala de primeiros socorros, com anti-inflamatórios, antibióticos, etc.
Mas há a considerar também a presença de 16 pessoas a bordo de um barco hotel e que têm de comer e beber todos os dias.
Mais que isso: ter um elemento doente pode fazer perigar o sucesso da pescaria, e eventualmente obrigar o barco a voltar para trás.
Assim sendo, nada como planear com muita antecedência aquilo que cada um necessita para sobreviver a um clima húmido e exigente.
A hidratação é um imperativo, e o primeiro foco de quem prepara a logística.
As frutas desempenham ali um incentivo importante no equilíbrio hídrico do corpo e todos os esforços são feitos no sentido de convencer os elementos do grupo a ir por elas.

Vejam esta coruja feita com...limão.

É uma rara felicidade poder contar com um cozinheiro a sério no grupo.
Quando estamos já em desespero, mortos de fome por termos passado o dia inteiro a lançar linhas, quando a fome aperta e a vontade é de comer a madeira da amura do barco, eis que ele aparece e diz: “calma gente, eu, Sammir Rayalla, estou aqui!”
E aparecem pratos que foram preparados durante horas, feitos com o carinho que só um bom profissional pode fazer.
Vejam o trabalho que alguém pode fazer com fruta, por exemplo:


Isto leva horas a preparar, acreditem.

Não se come mal no Brasil.
A comida tradicional brasileira é de alta qualidade e faz uso dos recursos que tem, que são muitos. Os preços são baixos, muito acessíveis a um europeu.
A título de curiosidade, passo-vos abaixo uma lista de um restaurante, onde podem facilmente constatar que estamos num país diferente, com uma cultura gastronómica diferente:


Isto pouco ou nada tem a ver com um menu europeu, certo?

O esforço físico feito durante o dia, muitas centenas ou milhares de lançamentos de amostras, obrigam a repor forças.
Se o almoço e jantar são importantes, não o são menos os líquidos. E aí entram todas as formas de obrigar a beber.
No Brasil bebe-se ...caipirinha. Com muito, pouco ou nenhum álcool.

Uma caipirinha de caju, a rigor. Para aqueles que não sabem, o caju é um fruto delicioso, muito apreciado, quase uma...maçã. Aquilo que nos chega à Europa é apenas a sua semente, seca.

As carnes brasileiras são de primeira qualidade, e os brasileiros sabem tratá-las.
Fomos surpreendidos numa das cálidas tardes com um churrasco de picanha, grelhada num lume de lenha feito na areia. Primeiro com a carne embrulhada em papel de alumínio, e a seguir um toque de brasa para tostar. Uma delícia!


Os europeus sofrem com a qualidade da água dos afluentes do Amazonas.
Se podemos lavar roupas e tomar banho sem grandes cuidados, já outras operações como escovar os dentes, etc, essas são feitas com água mineral engarrafada, por via das dúvidas.
A água dos rios é ligeiramente ácida, o que evita uma maior proliferação de mosquitos.

Estas águas encerram muitos segredos e perigos, mas são limpas. Os restos de comida deixados na praia são devorados pelos urubus, sempre presentes.

Trago-vos este apontamento pelo insólito dos ingredientes.
De qualquer forma, e para aqueles que possam estar a pensar ir a esta região, é conveniente pensar em preparar a expedição de pesca com muita atenção, com tempo, não descurando aspectos como a farmácia, os desinfectantes para água, anti-inflamatórios, etc.


São sempre os pequenos detalhes aqueles que podem estragar-nos a viagem.
A GO Fishing pode ajudar a planear e dar conselhos úteis para quem pretenda ir pelos tucunarés.


Vítor Ganchinho


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