TEXTOS DE PESCA - Monstros marinhos, a saga continua - Cap I

Os atuns sempre foram e serão um adversário de respeito. Desde logo porque têm mais força do que nós. 
Felizmente a pesca não é uma questão de ver quem tem mais força. O peixe utiliza a força, nós respondemos com inteligência. 
Para isso, fabricamos carretos que aguentam esses maus tratos, canas que aguentam a pressão a que são submetidas, e linhas e anzóis que são fabricados para esses fins específicos. 
Por vezes, e quase sempre por culpa nossa, o peixe ganha. Felizmente que sim, que os peixes continuam a ter a possibilidade de escapar. Mostro-vos hoje algumas situações em que o peixe não escapou.

Vítor Ganchinho, com um atum galha-à-ré, no Mar da Prata, ao largo da ilha de S. Miguel, Açores. Há anos que estes peixes deixaram de ser vistos naquelas paragens.

Este atum, foi pescado com uma linha de nylon 0.70mm, com uma resistência de 25 kgs, e uma amostra afundante, sem baixo de linha. Por se tratar de uma situação em que normalmente o atum ganha, foi necessário cansá-lo até ser possível encostá-lo ao barco em condições favoráveis. A paciência é uma virtude. O atum foi ferrado a não mais de 5 metros da superfície, o fundo estaria a 200 mts, e acabou num fundo a 500 metros, indo abaixo quatro vezes. A linha esteve prestes a acabar por diversas vezes, estimando eu que por vezes tenha ficado apenas com 15 ou 20 metros de linha no carreto. Mas subiu. Atum oferecido aos locais. 


O autor, com um tubarão Mako, pescado ao largo da Comporta.

A pescar ao pargo a bordo do barco GO Fishing III, numa zona a 120 metros de fundo, com isca orgânica, sardinha, apareceu este peixe, que foi feito com linha trançada de 30 libras, com uma baixada em linha de nylon 0.50mm. 
Cana e carreto Daiwa Saltiga Expedition. A luta durou cerca de 15 minutos, e o tubarão foi restituído ao seu elemento líquido em boas condições de sobrevivência. 


Duas corvinas interessantes, feitas pelo nosso amigo e atleta internacional Bruno Cabrita, no Sado. 

A corvina é um dos nossos maiores peixes, e um troféu de respeito. Podem atingir pesos bastante significativos, sendo considerados os 50 kgs algo que já merece uma vénia. Há zonas de passagem muito bem definidas, sobretudo no Algarve, nomeadamente a Pedra do Gigante, em Sagres, a Pedra do Cajado, a saída do Guadiana em Vila Real de S. António, o Cabo Espichel, e as inevitáveis entradas quer no Sado, quer no Tejo. É um peixe que procura as águas baixas dos estuários para fazer a sua reprodução em grupo. São por vezes, pela pesca profissional,  capturadas com redes várias toneladas em lances únicos, quebrando aí a possibilidade de reprodução efectiva destes admiráveis peixes. A interdição da sua pesca nesse período poderia possibilitar uma rápida expansão da espécie. Já é objecto de exploração comercial, em piscifactorias. 

O meu amigo Raúl Gil Durá, de Valência, com um halibut, um carnívoro que está longe de ser um peixe de fundo. Capturado a meia água com um vinil da marca Savage. Estes peixes podem atingir pesos acima dos 100 kgs com alguma facilidade. 


Atum vermelho, capturado no Mediterrâneo por Raúl Gil, ao spinning. Este pescador testa e desenvolve produtos para a marca Savage, e apenas pesca com artificiais. É um dos melhores pescadores europeus na actualidade.



Vítor Ganchinho



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