Porque a actividade física diária é desgastante e é feita ao longo de oito a dez dias seguidos, durante muitas horas, há que ter cuidado com a alimentação.
Movimentamo-nos durante o dia sob um sol abrasador, longe da costa, a mergulhar muito fundo, a puxar peixes fortes e por isso a falta de líquidos, vitaminas e sais minerais pode debilitar-nos em muito pouco tempo.
Assim, a dieta inclui regularmente frutas, as quais podemos conseguir com relativa facilidade. Passo-vos abaixo algumas imagens daquilo que fazemos para as conseguir.
A minha filha Maria Teresa, a comprar fruta numa vendedora “oficial”, com centro comercial montado. |
Nem sempre é preciso comprar. Quando temos de deslocar-nos de carro, é frequente pararmos na berma e encontrarmos fruta pendurada das árvores, disponível.
A questão é termos tempo para chegar a ela, já que, inexplicavelmente aparecem sempre vendedores daquilo que está a cinco, dez metros de distância. Porque gostamos de colaborar e deixar uma pegada positiva, acabamos sempre por comprar.
As mangas são deliciosas, sem fibras, com a vantagem de terem sido colhidos ali no momento, maduras. Não é possível comparar com aquilo que se come por cá.
Bananas na ilha do Príncipe. Existem bananeiras em toda a ilha, de excelente qualidade, e isso permite a sua colheita por parte de quem as quiser comer. Não são tratadas com produtos químicos. |
Se querem saber, a banana é um dos frutos que mais fungicidas leva na sua produção, para evitar uma doença, a sigatoka. Esta doença provoca perda de peso no fruto até 57% e o seu amadurecimento precoce, de forma que não pode ser exportado.
O problema é de tal forma grave que na República Dominicana, país de grandes produtores de banana, as quantidades de fungicidas aplicados por via aérea são tão grandes que chegaram ao fundo do mar, onde as lagostas estão altamente contaminadas.
Localmente, é proibido vender lagosta. Por isso é exportada, barata, ...para a Europa.
O côco é algo de precioso, desde logo porque existe em muitas ilhas, e é barato: basta apanhar do chão. Quando não há, trocamos um peixe por um côco, e passa a haver. Os coqueiros caem sobre a água do mar, logo, a distância a uma zona com peixe é curta. Trata-se de uma fruta muito prática para transportarmos no barco de pesca.
Vítor Ganchinho