TEXTOS DE PESCA - Certas pescarias merecem bem melhores fotos!!!

Recordo-me de fazer pescarias tremendas, em tempos em que o melhor que poderíamos aspirar era a uma foto de um “Kodak” manhoso, feita com um rolo de 24 ou de 36 fotografias, que diligentemente íamos entregar a uma casa de fotografia para revelar. Algo que hoje já nem existe, dado o advento dos telemóveis e da incrível qualidade que proporcionam.
Digo-vos que ficariam espantados com pescas de douradas, pargos, etc, com exemplares de morrer de inveja. Mas na altura fazer fotos era caro, e sobretudo, uma incógnita. Nunca sabíamos se as fotos feitas iriam “ficar boas” ou não…
Até porque poderia dar-se o caso de ficar o rolo todo estragado, por alguma entrada de luz na câmara, ou por não termos bobinado a película até ao fim antes de abrir a máquina. Quantas vezes deitei fora a possibilidade de imortalizar peixes de estrondo, por este ou aquele factor. Até por falhas técnicas da própria casa de fotografia, que nessas circunstâncias apenas dizia: “ azar, você teve uma falha qualquer, isto está tudo preto….”

Hoje, com a possibilidade de ver o resultado e sendo caso, repetir, essa ansiedade desapareceu de todo. Já não há o nervoso miudinho de ir levantar as fotos e ver se sim, a glória, ou se não… a má sorte e a desgraça. 
Não há razões para falhas, até porque podemos editar a foto, cortar partes menos boas não enquadradas, inclusive alterar as cores. 
Por esse motivo, não consigo desculpar os meus amigos pescadores, quando me mandam fotos más, ruins, de pescarias que mereciam mesmo muito melhor sorte. 
Uma foto é algo que fica para a vida e perpetua um momento bom, de emoção, de excitação, de sorte também, porque os bons peixes são cada vez menos, e há que os aproveitar até ao limite. 

O Pedro Antão é um pescador do norte, com provas dadas, experiente, conhecedor do ofício, e que faz uns peixes de muito boa qualidade. 
Tenho o grato prazer em lhe ter fornecido canas e jigs da marca Deep Liner, uma das marcas japonesas que dá cartas a nível mundial no jigging de fundo. Pescar fundo para o Pedro significa andar pelos 500 metros….
De resto é alguém que é bastante selectivo nas suas pescas, ao ponto de se ter especializado em jigging pesado. 
Para o Pedro, é grande ou não conta. E por esse motivo, merecia ter amigos com melhores telemóveis, e com mais jeitinho para esta coisa das fotos. Ora vejam: 

Algo que não se faz: a um peixe desta qualidade deve corresponder uma foto sem sombras, e já agora, se não for pedir muito, que se meta para dentro da boca a parte que não deve aparecer de maneira nenhuma.

A pessoa que tem o peixe não tem culpa nenhuma, está naquela agitação de ter feito um esforço tremendo para puxar um peixe de centenas de metros, e aquilo que quer mesmo é descansar um pouco. Mas sabe que tem de cumprir o ritual de fotografar o peixe. Cabe a quem está ao lado e vai executar a foto, o cuidado de reparar nos pormenores, nomeadamente as sombras que ficarão inevitavelmente projectadas e marcadas na foto. 

Excelente pesca! Parabéns Pedro Antão, isto é do bom que se pode fazer por cá com jigs. Muito boa qualidade de chernes e gorazes!

E como quem sabe nunca esquece, aqui têm mais uma foto de um bonito pargo feito pelo Pedro nas nossas águas, em Setúbal, a bordo do barco GO Fishing III, com um conjunto da marca Deep Liner, cana e jig. Já quanto a colocar o colete de segurança ao contrário, isso são outros 500…



Vítor Ganchinho



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