TEXTOS DE PESCA - Saídas de pesca embarcada - Diferenças de ritmo, de exigência... e de clientes

Há dias fui questionado sobre o facto de os preços das saídas da GO Fishing Portugal serem substancialmente mais elevados do que todas as outras operadoras da nossa zona. 
Argumentava a pessoa em questão que não era entendível por que razão cobrávamos mais do dobro de qualquer outra empresa MT, uma vez que até fazíamos menos algumas horas de pesca que todos os outros. 

Enchi o peito de ar, pedi a essa pessoa para se sentar à minha frente, olhei-a nos olhos e preparei-me para lhe explicar pausadamente quais as diferenças que justificavam isso:



1- Nós saímos da Marina de Sesimbra por volta das 7.00h da manhã. Dado que temos motores rápidos a gasolina, 2x 200 HP Honda, podemos fazer menos de metade do tempo de navegação de outros, logo não precisamos de sair mais cedo. Também o facto de os nossos barcos serem novos e rápidos, (42 nós de velocidade de ponta!) permite uma navegação segura e controlada, a altas velocidades. A maior parte das embarcações MT utiliza gasóleo agrícola, e por isso são barcos lentos. Assim, porque estamos bem equipados de embarcações, damos às pessoas o conforto de poderem dormir mais um pouco, sem prejuízo de eventualmente poderem começar a pescar ao mesmo tempo. 



2- Isso aconteceria se nós tivéssemos o intuito de pescar onde toda a gente pesca. Na verdade, não temos. Não começamos a pescar ao mesmo tempo, apenas porque, por não termos limitações de orçamento em combustível consumido, vamos mais longe, para zonas não exploradas. É do senso comum que pesqueiros que são pescados e massacrados todos os dias, muito próximos das vilas e cidades, (e que por isso permitem poupar combustível), não terão o mesmo potencial de outras zonas, mais longínquas, mas onde os habitats estão de facto mais preservados. Em rigor, nós não ficamos junto à molhada de barcos que pululam sobre as pedras mais próximas, …vamos onde está o peixe. 

 

3- Porque pescamos em zonas mais ricas de peixe, quer em variedade quer em qualidade, também é natural que se atinjam as quotas de pescado permitidas por lei, 10 kgs por pessoa, mais cedo, com menos horas de pesca. Logo, não precisamos de ficar do nascer do sol até ao fim do dia, tornando uma saída de mar algo de fastidioso. Com efeito, por mais que se goste de pescar, e nós gostamos muito, em 6 a 7 horas é possível fazer o suficiente, sem precisar de estar 12 a 14 horas fixo num ponto, olhando uma ponteira de uma cana que teima em ficar estática. Aproveitamos as outras horas de mar para nos divertirmos, por exemplo fazendo imagens dos golfinhos que se encostam à nossa proa, e para degustar uns petiscos valentes. E aí somos muito fortes!



4- Neste aspecto, a diferença de tratamento é assustadora! Enquanto as embarcações MT low-cost apostam num serviço de preço o mais baixo possível, cortando em tudo o que poderiam ser despesas, nomeadamente no fornecimento de alimentação, nós seguimos uma direcção diferente: aumentámos essas despesas a um nível máximo, de forma a garantir que uma saída de mar GO Fishing Portugal é um acontecimento na vida de cada pessoa que sai connosco. Enquanto uns optam por um regime espartano, em que cada um leva o seu próprio material de pesca, o seu lanche, o seu colete de segurança, tira a sua licença de pesca, etc, nós resolvemos tratar pessoalmente de todos esses detalhes. Tratamos de tudo. Com o rigor de uma empresa que sabe bem o quanto é importante para o nosso elevado nível de cliente saber que tudo foi pensado antes, e que nada vai falhar quando chegar o momento. Porque nós sabemos exactamente qual o tipo de equipamento de pesca mais indicado para cada espécie de peixe, e para cada técnica a utilizar. No mínimo, pescamos com três canas e carretos diferentes, para que as pessoas fiquem a saber mais sobre pesca, para que entendam na plenitude qual o potencial da zona de pesca onde estão. E também sabemos quais as bebidas que a pessoa prefere, porque queremos saber antes de ir ao mar. Nada é deixado ao acaso…



5- A zona onde estamos é particularmente rica de possibilidades gastronómicas. Enquanto empresa MT, temos a obrigação de ser um polo de divulgação do melhor que temos e sabemos fazer. Os estrangeiros ficam deveras surpreendidos com a qualidade das nossas ostras com limão, os nossos perceves, as nossas lagostas, etc. E também com os nossos vinhos, que os temos com qualidade para ombrearem com os vinhos franceses de melhor qualidade. Temos bom vinho e aqueles que nos visitam confirmam-nos isso. E temos mesmo produtos que eles não encontram em mais lado nenhum, por exemplo os nossos vinhos verdes da região de Melgaço, da Qta da Lixa, etc. Um queijo de Azeitão de meia cura com um vinho Pera Manca tinto, resulta sempre bem. 



6- A nível de segurança, pode aceitar-se que ter dois motores dá um acréscimo de confiança diferente de ter apenas um. Se houver um azar, e pode sempre acontecer, por mais revisões que se façam, os que têm um motor apenas, ficam lá. Também não se pode pedir a uma empresa barata que faça uma aposta em equipamentos de segurança como nós temos, radar, GPS, balsa salva-vidas oceânica, automática, com água e comida para 11 pessoas, coletes automáticos, etc. O normal é fazer-se o mínimo, porque também se cobra o mínimo….mas questões que tenham a ver com segurança não são para nós negligenciáveis, nem discutíveis. Os coletes de segurança são para usar durante toda a viagem. A responsabilidade de levar pessoas ao mar é total, e para levar muito a sério. 



7- Também queremos evitar a todo o custo um ambiente a bordo que desça a níveis que são infelizmente comuns. É muito importante para nós, que transportamos muitas vezes crianças e senhoras, que todos se sintam confortáveis. Podemos perfeitamente divertir-nos sem que isso implique chegar a níveis que são verdadeiramente decepcionantes. Por esse motivo, temos cada vez mais senhoras a juntarem-se a nós nas nossas pescarias. E gostam muito !

8- O objectivo não será nunca o de encher uma lata de peixe com exemplares juvenis, pequeninos, mas sim procurar um bom exemplar, algo que possa alegrar a chegada a casa do nosso cliente, que em nós confia o seu dia de pesca. Por isso, trabalhamos nesse sentido do troféu, mais do que procurar zonas com muito peixe miúdo, que apenas servem a quem procura volume de pescado. A pesca não pode ser apenas um obcecado acto de puxar peixe para dentro de uma caixa.  



9- Hoje em dia, com as restrições de contacto provocadas pela pandemia, é muito importante que todas as superfícies dos barcos sejam desinfectadas. Por razões de segurança de todos. Nós pagamos a uma empresa para o fazer. E por isso ostentamos com propriedade dois símbolos importantes: o Clean & Safe do Turismo de Portugal, e o Safe Travels, do World Travel & Tourism Council. 


 
10- As diferenças são tão grandes que quase podemos falar de extremos opostos. O que é comum é apenas o acto de pesca e o mar. Tudo o resto, é tratado de forma diferente. E por isso tem um preço diferente. De uma forma fria, racional, gostaria que entendesse que aquilo que fazemos, aquilo que colocamos nas mãos da pessoa que nos contrata para uma saída de mar, nada tem a ver com uma pescaria low-cost comum. Porque os princípios não são os mesmos, os meios não são os mesmos, e nem sequer os objectivos. 

11- Nós terminamos as nossas saídas com a certeza de que aquelas pessoas levam para casa muito mais que peixe. Levam uma camisola e um chapéu GO Fishing, um certificado de participação, mas muito mais do que isso, a certeza de que passaram um fantástico dia, e levam um brilho de mar nos olhos, levam as aves, os golfinhos, e a certeza de que vale a pena voltar a contactar-nos. 

Ao fim de dez minutos de conversa, a resposta dessa pessoa foi a seguinte: _”Sim, agora entendo. O serviço não é o mesmo, e nem é comparável. São realidades distintas”.….


Vítor Ganchinho



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