Confesso que não sou um utilizador assíduo. De quando em quando, e sobretudo se tenho pouco tempo para conseguir a isca viva de que necessito para poder pescar aos pargos, lá mando para baixo uma “metralleta” para pescar umas cavalas fresquinhas, a mexer bem.
O sistema é altamente mortífero, muito eficaz, e num instante se consegue a isca necessária para algumas horas de pesca.
Na GO Fishing, estes equipamentos são da marca Daiwa, que fabrica, e bem, com diversos tamanhos de anzóis e cores.
Para dizer a verdade, a questão nem é a cor, (eles pegam em tudo), é aquilo que se faz com estes penachos, que obviamente resulta melhor com uns do que com outros. Há quem saiba e quem não saiba fazer, e por isso me parece interessante explicar como utilizar.
Ponto prévio: os peixes que procuramos alimentam-se de zooplancton, e pequenos peixes. É essa característica que os leva a lançar-se sobre estas amostras coloridas, sendo que o fazem com voracidade por uma razão simples: a oportunidade de um peixe em cardume conseguir morder um destes penachos é única. Caso deixe passar, está de imediato outro a conseguir fazê-lo, e adeus “comida”. As reacções dos peixes em cardume são muito diferentes porque têm de o ser.
O peixe solitário tem mais tempo para analisar, para dar a volta, para decidir. O peixe em cardume, como a cavala, o carapau, o besugo, não pode demorar tudo isso. Ou come, ou perde a oportunidade.
Assim, o que estamos a fazer é estimular a competição entre pares, e tirar partido disso.
A montagem é simples, trata-se de um tandem de anzóis “engalanados” com umas penas coloridas, eventualmente com umas pérolas fosforescentes, uteis para dar a conhecer a posição quando se pesca mais fundo, ou ao lusco fusco, em que montamos uma chumbada relativamente leve, que faça o transporte do sistema para o fundo. Eventualmente poderemos utilizar um jig de algum peso, e passamos a ter mais uma possibilidade de conseguir um pargo que esteja meio distraído com o serviço. Já me aconteceu algumas vezes.
Para pescar na cota a que as cavalas costumam trabalhar, os 15 a 20 metros da superfície, máximo 40/ 50 metros, ou os carapaus, digamos que até aos 100 metros, podemos acoplar um jig entre as 20 e as 30 gramas na primeira situação e as 60 e 80 gramas, na segunda. Chega e sobra.
Frequentemente acabamos por pescar espécies que não esperamos, tais como os ruivos, os gorazes, os besugos e os…pargos. Mais à superfície, é frequente que os nossos amigos pampos apareçam e nos estraguem o aparelho por completo.
A recuperação deve ser bem lenta, nada de pressas porque a boca dos carapaus é muito frágil, e frequentemente vêm presos por uma pele. As cavalas aguentam bem melhor o anzol. E de quando em quando aparece uma sarda de 1 kg, e fica na mesma.
Porque existem “metralletas” de fabrico duvidoso no mercado, normalmente “made in China”, chamo-vos à atenção para este detalhe: no acto de compra, verifiquem o diâmetro da linha. Caso seja muito fino, digamos 0.20mm, 0.25mm, não comprem.
Aquilo que se vai passar é que ao fim de dois lances terão o aparelho completamente estragado, o fio de nylon todo enrolado sobre si próprio, e nunca mais vão dar conta daquilo. Não será pelo preço, que em si é irrisório para o efeito que provoca, a captura rápida e sistemática desses pequenos predadores, mas a falta que pode fazer se voltarmos a necessitar de conseguir mais isca.
Assim, as fabricadas com menos de 0.45mm de diâmetro, são de rejeitar. Repito, o diâmetro elevado da linha não tem a ver com o tamanho do peixe a pescar, que é baixo, mas sim pelo facto de as linhas se manterem direitas e alinhadas, quando temos diâmetro igual ou superior a 0.45mm.
Para quem gosta de carapaus assados, que é o meu caso e da minha família, um aparelho destes faz um efeito de bomba atómica na água. Pesca rápido e bem.
Sendo eu um apreciador de pescar com jigs a estes peixes, daqueles mesmo muito minúsculos, entre as 3 e 5 gramas, ainda assim tenho de reconhecer que os penachos são muito eficazes.
Amanhã vou falar-vos de um sistema alternativo, que nos dá algumas alegrias, mas com peixes um pouco maiores. Um teaser da Yamashita….que é uma máquina infernal de pescar besugos, sardas, pargos, etc.
Vou explicar-vos como faço, e não perdem por tentar.
Vítor Ganchinho
Bom dia Vitor,
ResponderEliminarComo está? Então essas fainas?
Já tinha batido ocm os olhos nesses teaser da Yamashita.
Em que ocasiões de "guerra" são mortiferos?
Cpts,
A. Duarte
Bom dia António Duarte
EliminarEsta peça foi por mim descoberta em Tóquio, e nem imagina o que tive de trabalhar para a conseguir. Na altura, estava dentro de uma caixa da Mehio, um fabricante de material de transporte modular, japonês. Achei piada ao tamanho, ao brilho, e perguntei quem era o fabricante. E eles deram-me a informação. A partir daí foi uma epopeia, mas finalmente consegui receber estes teasers na loja de Almada. Não são uma amostra, não têm peso para isso, são muito leves. Aquilo que se faz é acoplar a uma linha madre, e utilizar como uma segunda possibilidade, quando se está a pescar ao fundo. E resulta! Eu já fiz uma data de peixes que, pelo figurino normal, não seriam expectáveis: Ruivos, besugos, carapaus, choupas, pargos, cavalas, sardas, garoupinhas, tudo isto já me entrou ao pequeno Yamashita!....
Faço a montagem de uma ou duas unidades na madre, e funciona como excitador para os peixes de fundo. Não atrasa a descida porque são hidrodinâmicos o suficiente para deslizar bem. Digamos que estão muito bem pensados, os anzóis são fortes, bons para o tipo de peixes que se pretendem, e o modelo é indestrutível, leva dentadas e aguenta, porque é um bloco sólido. Poe utilizar-se a profundidades mais elevadas, porque os peixes detetam o brilho e a dimensão da peça, quer a de 40mm quer a de 45mm, está dentro do padrão de...."peixinho inocente"... perdido.
António, chegaram uns fios de fluorocarbono da Varivas que estão com muito boa pinta.
Material top, para as baixadas.
Abraço!
Vitor
Boa tarde Vitor,
ResponderEliminarMuito obrigado pela ajuda e esclarecimento.
Abraco!
A. Duarte