Ladrões de iscas - Volume 2

Quando se trata de roubar, o que não falta são “carteiristas” com habilidade. Ontem vimos algumas fotos de pequenos peixes que “ratam” as nossas iscas até nos deixarem sem pinga de sangue. 
Mas não são apenas aqueles que o fazem, e por isso, hoje voltamos com mais uma carga deles, nalguns casos perfeitamente insuspeitos. É sempre uma questão de oportunidade, de estar no sítio certo na hora certa. 
A verdade é que as iscas desaparecem e aquilo que nos resta fazer é voltar a iscar, ou reagir em conformidade, recorrendo a artilharia pesada, desde ligar a isca com elástico, a mandar para baixo com casca, (caranguejo ou lingueirão, por exemplo), ou ….mudar de sítio, quando o desespero já é muito. Aceito todas as alternativas, menos colocar anzóis pequenos. Isso é desistir, é jogar o jogo deles, e no fim, nada de bom pode vir de uma atitude dessas. Até porque não os conseguiremos acabar, porque os pesqueiros mais baixos, em zonas ricas de nutrientes, estão literalmente forrados de peixe miudinho. A solução, para quem sabe e pode, é pescar com jigs metálicos, ou vinis, mas isso implica ter o equipamento certo e saber fazer. Sabemos que grande parte dos pescadores portugueses pesca com isca e ponto final. Não é a melhor solução, mas é a que está em cima da mesa. 

Vamos ver quem anda a roubar-nos as iscas, nesta versão 2 de... ”bandidos”. 

O caranguejo pilado faz muito mais mal do que se pensa. Porque se trata de um pelágico, a maior parte das pessoas pensa que não vai ao fundo comer, mas enganam-se. Também vai lá abaixo, e com as suas tenazes cortantes consegue muito rapidamente arrancar pedaços de isca.

A navalheira. Não parece, mas tratam-se de duas navalheiras, macho e fêmea. Aparentemente insuspeita, também faz estragos. Quando a isca cai junto à sua toca, apressa-se a carregar com ela para dentro do buraco e a saborear aquilo que vai no anzol. De notar que, num sítio como aquele que veêm na foto, o mais natural é que a nossa pesca fique presa, e que isso nos custe voltar a refazer a baixada. São elas, as navalheiras, umas das malandras que nos encalham os anzóis, e não percebemos como. 

Os polvos. Quando estão fixos a uma pedra, muito dificilmente os conseguiremos descolar. Normalmente a linha parte, e nós ficamos a pensar que se tratou de uma prisão na rocha. Mas os polvos são caçadores muito activos e têm uma predileção não só pelas nossas iscas, que para eles é comida fácil, mas também para as nossas chumbadas! Se coloridas, são para eles uma atracção irresistível!...

A boca de uma judia foi “pensada” para retirar iscas de anzóis. Tem dentes proeminentes, aguçados, e fortes. E com isso, e com uma boca tão pequena, está o peixe suficientemente armado para nos tramar.

Os cabozes são muito mais agressivos do que a foto faz parecer. Num corpo franzino, de 7 cm, reside um lutador implacável, com dentes!



Vítor Ganchinho



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