Para quem pesca embarcado, com sistema vertical, ou seja, com uma chumbada em baixo e dois a três anzois acima, pode resultar estranho ver desaparecer as iscas em segundos, sem que com isso retire algum proveito, nomeadamente a captura de um ou outro peixe de bom tamanho.
Em zonas baixas, digamos no limite até aos 100 metros, a quantidade de vida é francamente superior ao que existe daí para baixo. As grandes profundidades são habitadas, sem dúvida, mas por menos espécies, e em quantidades percentualmente muito reduzidas. Se considerarmos os primeiros 40 metros, temos que uma verdadeira explosão de vida pulula onde quer que exista um substrato de pedra, ou parecido, um destroço de um barco afundado, ou vaza, ou qualquer coisa que permita o estabelecimento de uma cadeia alimentar. Quanto mais para cima mais peixe miúdo existe, e isso pode ser fatal para as nossas aspirações a pescar com algum sossego. E mais ainda se fizermos o jogo de querer pescar com as iscas que são acessíveis a essa miríade de pequenos seres. Muitos de vós não conhecem esses pequenos “bandidos”, esses ladrões de iscas, com olhos de os ver ao perto, no seu habitat natural. Apenas têm a percepção de os conseguir, de quando em quando, enganar com um anzol, e na maior parte dos casos isso acontece com uma captura …pela barriga.
Vejamos quem são e como se apresentam os….”bocas pequenas”:
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Um cardume de julianas, ou ”piços”, que ninguém que pesque contesta serem os maiores ladrões de iscas do país. |
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Quem o vê tão pequenino não o leva preso. Mas este artista, um caboz extremamente comum, rouba iscas e com uma limpeza impressionante. |
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Pequeno caboz, um velhaco que rata as iscas, e nunca sobe agarrado ao anzol, porque a sua boca é de tamanho muito reduzido. |
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Outro, aqui em trajes nupciais, vestido de amarelo. |
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Mais um, que não terá mais de 6 cm de comprimento,... mas morde. |
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Quando a pesca cai perto de uma cardume de “índios” destes,... é para esquecer... |
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Se as suas iscas estão a cair num pesqueiro destes, mais vale dar cabo, ou sair da zona. |
Vamos voltar a este assunto, porque muitos de vós não costumam mergulhar e ir lá abaixo ver.
Vitor Ganchinho