Animais perigosos - Em caso de dúvida, melhor não mexer

Há pessoas que passam a sua vida encostadas ao mar. De uma ou outra forma, já ouviram falar, já foram informados, e sabem actuar em caso de acidente com uma criatura marinha. Outras não. 
E é para essas que hoje o blog traz alguns conselhos práticos. Para pescadores que se iniciam, para simples passeantes junto à beira-mar, nunca é demais informar, divulgar, e se um único problema for evitado, já valeu a pena. 

Vejamos alguns casos práticos de animais que podemos e não podemos tocar com as mãos nuas. Em caso de dúvida, a regra é não tocar, passar ao lado sem tentar fazer algo que se pode vir a revelar extremamente perigoso. 

Vinagreira –negra, Aplysia fasciata, vulgo lesma do mar. Parece perigosa, mas trata-se de um nudibrânquio, não particularmente perigoso para nós. Encontra-se em águas pouco profundas, até aos 20 metros de profundidade, tendo essencialmente actividade nocturna.


Pode atingir os 40 cm de comprimento, para um peso na ordem do 1,5 kg. Quando se sente ameaçada, deita um liquido cor de vinho tinto. Mas não é de todo muito agressiva. 
Ainda assim, fique a saber que este animal tem uma estranha forma de defesa: come cnidários, anémonas, e armazena os seus nematocistos venenosos, no seu corpo. 
Em caso de ataque, o predador faz disparar estas defesas, que lesionam e queimam o agressor. Alguns destes animais segregam ácido sulfúrico e outros produtos tóxicos, pelo que podem ser tocados, mas com muita cautela e sem os importunar. 


Pelo sim pelo não, são mesmo de deixar ir sem serem incomodadas.


O rascasso é um peixe que tem espinhos venenosos. Faz a sua defesa através da camuflagem, e desse mesmo veneno. Os outros peixes sabem que é de bom tom não os importunar...


O Pampo, Balistes Carolinensis, é um peixe que nas mãos erradas tem tudo para não dar certo. Desde logo tem um espinho dorsal muito forte, que fica armado quando o peixe se sente perseguido, e tem umas mandibulas poderosas, com as quais parte carapaças de santolas, navalheiras, mexilhão, bivalves, e também dedos de pessoas. Se não sabe manusear, e em caso de ter um na ponta da sua linha, recorra a um alicate, e preserve as suas mãos. Este peixe parte anzóis com os dentes…


A navalheira. Trata-se de um pequeno crustáceo que parece inofensivo, mas as suas tenazes são muito mais fortes do que o seu reduzido tamanho (10 cm) parece indicar. Pode perfeitamente cortar pele, e deixar uma marca para muitos dias. Deve ser manuseado com luvas grossas.


Temos aqui um verme-de-fogo, cujo nome científico é “Hermodice Carunculatasão”, e é muito comum nos Açores.

 As cerdas brancas que podem visualizar na foto podem provocar lesões de vária ordem. Por defeito, um animal destes quês e desloca livremente em cima das rochas e não se coíbe do o fazer a qualquer hora do dia, não pode ser inofensivo. Ou teria sido comido pelos peixes, de imediato….


É este o animal de que se fala, aqui bem visível. Nestes casos, é seguir, e não o incomodar. Para quem pesca, este não é mais um “casulo” para pôr no anzol!...


Ouriços. Há muitas centenas de espécies, mas não consta que exista uma que seja particularmente inofensiva. Não será por acaso que existem e são visíveis a peixes, polvos, etc.


Em caso de toque inadvertido, os espinhos ficam dentro da pele, causando dores e incomodando por vários dias, até serem rejeitados pelo organismo. Colocar azeite na pele ajuda a que sejam extraídos. Alguns não chegam mesmo a sair, obrigando a uma pequena intervenção cirúrgica. 


Estes são ouriços nacionais. Qualquer que seja a cor, o perigo mantém-se pelo que é de bom-tom que não os apanhe de mãos nuas.


Estrela-do-mar. Pese embora o seu aspecto couraçado, e a pele bastante rugosa, não são conhecidos espécimes que possam provocar problemas de maior na nossa costa.


Esta sim, uma anémona urticante. O contacto com os seus tentáculos provoca queimaduras, dores cutâneas, e uma sensação de ardor que dura vários dias. Pode deixar marcas e cicatrizes na pele, pelo que é bom recorrer a serviços hospitalares, em caso de acidente.



Numa próxima oportunidade, falaremos ainda de medusas e de... Caravelas-Portuguesas. 



Vítor Ganchinho



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