Gosto dos Açores. Gente boa, gente que trabalha e é amiga do seu amigo.
Comecei a pescar nos Açores quando tinha 25 anos, ou seja, vão 33 aninhos de paixão e muita luta, muito esforço físico a puxar aqueles peixes matulões.
Comecei pelo mergulho e isso deu-me a perspectiva do quanto aquelas águas atlânticas são diferentes das que temos no continente. Desde logo muito mais azuis, e depois com uma panóplia de peixes muito sui generis. Não que tenham mais variedade de espécies, não têm, mas porque têm alguns peixes que podem mesmo ser muito grandes.
Pese embora o oceano seja o mesmo, a verdade é que as nossas ilhas vulcânicas escondem outros segredos.
É sobre isso que falamos hoje, sobre peixes diferentes. Vou levantar-vos o véu sobre alguns peixes que são bem portugueses, mas têm um sotaque estranho.
Uma uge, ou ratão. Nome científico Dasyatis pastinaca, pode facilmente atingir os 2 metros de comprimento. |
Apareceram há pouco tempo nos Açores, os sargos veados. Sendo muito comuns no continente, não era muito normal vê-los há 15 anos nas águas açorianas. |
Veja fêmea, nas suas cores vermelhas. |
Veja macho, bem mais discreto, menos exuberante. Podem atingir facilmente os 2 kgs de peso. |
Estrela do mar muito comum. As suas cores são absolutamente espectaculares. |
As castanhetas habitam zonas protegidas das correntes e ressaca de mar. |
O peixe rainha, Thalassoma pavo, uma obra prima da natureza. Parecem ter sido pintados por alguém muito excêntrico... |
Os Açores, embora já não tenham muito a ver com os Açores que conheci há 30 anos atrás, continuam a ser um bom spot de pesca.
A pressão de pesca tem sido demasiada, e os efectivos ressentem-se. Mas há peixe.
Vítor Ganchinho