Pescar de kayak

Embora a mobilidade seja reduzida, de alguma forma limitada pela capacidade física do pescador, o kayak tem algumas vantagens. Desde logo é uma forma muito discreta de fazer a aproximação ao local de pesca.
A quase ausência de ruído proporciona possibilidades que nunca se terão de barco, a não ser que o capitão tenha um conhecimento da pedra, das correntes e dos ventos que lhe permitam desligar o motor muito antes de chegar ao ponto em que podem surgir as picadas.
O ruído é altamente prejudicial para quem pretende convencer peixes grandes. Não chegam a esses tamanhos sem aprender, e na realidade, basta-lhes abster-se de atacar a isca/ amostra para estarem a salvo.

Dizem-me amigos meus adeptos do kayak que conseguem peixes muito interessantes, não longe de terra, não muito profundos, e a pescar com jigs ou vinis de pequena dimensão.
A julgar pelas fotos que me enviam, não tenho dúvidas de que será um sistema eficaz. Por enquanto há algum vazio legal sobre a sua utilização, e isso tem sido aproveitado para reduzir despesas com licenças, taxas disto e daquilo, a que os barcos estão sujeitos.
A deslocação pode ser feita a remos ou a pedais.
Dentro do rio, estas embarcações permitem alcançar praticamente todos os locais. Inclusive alguns não acessíveis a barcos convencionais.
Em mar aberto, vejo-os por vezes demasiado ao largo, a visitar pedras que em condições normais não deveriam ser visitadas.
O risco existe, e os meios de salvamento de que dispõem são quase inexistentes. Já me aconteceu ter de dar apoio a estes temerários pescadores. A ajuda nunca se nega, dá-se incondicionalmente, mas deveria haver uma tomada de consciência mais firme sobre as limitações que existem. Os perigos são reais, bem como as limitações associadas.


O final de 2020 e início de 2021 trouxeram algumas dezenas de pargos a este incrível pescador.


Ei-lo com mais um pargo bonito. Tipicamente um pargo mediterrânico, embora os tenhamos por cá também.


Trabalhar bem com os vinis dá nisto. E sempre com equipamentos super ligeiros.


A cara de felicidade do Rául, com mais um pargo atrevido, de tamanho razoável. Os equipamentos com que pesca são de facto muito light, com canas de acções que podem ser de 0.5 a 5 gramas...


A GO Fishing Portugal lançou um tipo de enchalavar/ camaroeiro específico para a utilização em kayak, com um elástico que permite esticar o braço até 1 metro, e ensacar o peixe sem esforço.
Também a aplicação de um mosquetão possibilita a fixação deste acessório ao kayak sem problema de maior. O preço é de 37.20€, com 10% de desconto para quem tem o cartão fidelidade.

Ver na rubrica “novidades”, na página da GO Fishing: https://store.gofishing.pt




Vítor Ganchinho




4 Comentários

  1. Olá Vitor. obrigado por abordar esta temática.
    A mobilidade reduzida ... depende realmente do ponto de vista.
    Eu sinto uma liberdade e satisfação nos meus kayaks, que não consigo numa outra embarcação, e é partilhada por muitos dos praticantes meus amigos.
    A pesca de kayak, é uma experiencia muito libertadora e tem conquistado muitos adeptos num curto espaço de tempo.
    Para além disso, numa semana posso pescar na Figueira da Foz, passar pela Nazaré ou Peniche e terminar em Setúbal. Outra forma de liberdade que consigo facilmente com o kayak.

    "Worse Things Happen At Sea!" Seja em que embarcação for, quando o tempo vira, a coisa fica negra para todos. Claro que, quem anda de kayak corre um risco acrescido e deve prever o melhor possivel as condições atmosféricas e do mar.
    Já passei por algumas que podiam ter corrido mal, mas tive sorte.
    Tão simples quanto isto ... um nevoeiro que se estabelece de repente; a luz do dia que termina quando não temos sinalização luminosa e sem tempo para regressar (e temos que partilhar o trajeto com embarcações motorizadas ...); o dano no casco que deixou entrar água, ...
    Também constitui perigo não treinar reentrar no kayak (é muito grave não perceber a tecnica) .... O principal é não entrar sozinho na água e vamos aprendendo.

    Como é que eu concorro a um cartão de fidelidade para a Gofishing?
    Há algum limite, a partir do qual os portes são grátis?
    Não fosse o covid, já lhe tinha feito uma visita :)
    Abraço

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    1. Boa tarde Paulo É sempre um prazer receber uma resposta de alguém que escreve de forma polida, correta e bastante clara. Sabe que o Facebook serve de capa a muita desgraça....muitos "poetas" de caneta de bico grosso....

      Vamos por partes:
      1- Gostaria de poder contar com um artigo seu a ser publicado no blog, sobre a pesca em kayak. Escreva sobre o que quiser, na área da pesca que faz habitualmente. Acho que pode ajudar muitas outras pessoas que, ou nunca tentaram, ou estão naquele "quase que tento" e a quem lhes falta um ligeiro empurrão.
      2- Se vier mau tempo, eu prefiro estar a bordo do SPRINT, e aí, pode vir água. Num kayak, a minha primeira atitude seria a de escolher a técnica de natação mais rápida até à costa, LOL..
      3- O cartão fidelidade da GO Fishing Portugal é gratuito e basta que faça uma compra, e que informe que o pretende. Dá-lhe um desconto de 10%, recebido no dia em que perfizer 500 euros de compras, ou seja, recebe de volta 50 euros, que pode utilizar como quiser, em equipamento, numa saída de mar, ou receber em dinheiro. Normalmente aquilo que os clientes fazem é optar por levar uma camisola de pesca da Shimano anti-UV, um saco para bagagem, uma coleção de amostras, ...mas é uma questão de opção.
      4- O valor a partir do qual não cobramos portes é de 80 euros, já com Iva incluído. Cobramos 5 euros de portes abaixo disso, para podermos entregar produtos sem valor comercial, mas que podem fazer falta. Por exemplo, há quem nos solicite uma carteira de anzóis ...do Porto. O valor dos anzóis são 1,5 euros, ...não nos é possível pagar a entrega DHL em 24 horas....sem cobrar.
      5- Apareça assim que o Covid deixar, porque nesta altura há uns pargos. Eu vou fazer uma saída de pesca de uma semana fora, mas é só no fim de Abril.

      Vamos ver quando é que o vou conseguir pôr em cima da pedra para poder puxar um pargo bom....


      Abraço!
      Vitor

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  2. Bom dia Vitor.
    Porque há poetas de caneta de bico grosso?
    Pelo mesmo motivo que há Big Brothers, Telejornais e Novelas Mexicanas: Porque há clientes para eles XD e viva a democracia.

    1- Terei gosto de fazer uma tentativa de criar um artigo, mas não chego o nível do Vitor, quer em quantidade de conteúdo quer em qualidade.

    2- Os kayaks "sit on top" não afundam (o corpo é estanque) e têm uma estabilidade surpreendente, nunca me passava pela cabeça sair a nado ... . Não é muito fácil encontrarmo-nos numa situação de perigo extremo.
    Começa logo com o filtro na entrada; Se não estiver bom, nem conseguimos entrar. Mas claro que ter presente o detalhe das previsões de tempo e de mar ao longo do dia, é obrigatório.

    3,4,5- Material; o conhecimento que tenho obtido consigo, faz-me querer tentar o light rock fishing (que erradamente considerava para capturas de peixes pequenos). Estou a tentar resistir à compra por impulso. Quero ter alguma experiencia na modalidade com quem sabe e fazer algum investimento (linhas, amostras e anzois). Já faltou mais :)
    Tenho pena que não hajam pargos pela Figueira, mas irei tentar outras outras espécies e outras geografias (tb no meu kayak).
    Afinal de contas este país é magnifico, mas não é assim tão grande.

    Abraço, Paulo Fernandes

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    Respostas
    1. Boa tarde Paulo Fernandes Tenho a certeza de que o artigo irá sair muito bom e interessante. E se não receber comentários positivos, não desanime. Eu escrevo muitos, um por dia, e a quantidade de comentários que recebo conta-se pelos dedos de uma mão. Já fico satisfeito quando não dizem demasiado mal. Comecei a escrever mais a sério aos 18 anos, quando consegui o meu primeiro trabalho como jornalista. Daí para cá, foram 40 anos a dar aos dedos. Há cerca de 30 anos que escrevo para o jornal Notícias do Mar, do Antero dos Santos.
      Acredite que é tudo menos fácil escrever sobre temas originais, numa área onde tanto já foi dito. Os peixes são os mesmos, o país é o mesmo. Procuro que as linhas que escrevo sejam diferentes de tudo aquilo que já se fez, ....e numa base diária. Se alguém acha que pode ser fácil, então pois que tente, e vai ver o que significa ter de imaginar assuntos que interessem a um número alargado de pessoas, a cada 24 horas.

      Sobre a questão da natação para terra, sugiro que se deixe ficar agarrado ao Kayak. Tem mais possibilidades de sobrevivência. Eu, porque pratiquei triatlo durante 7 anos como profissional, e porque na altura fazia um mínimo de 8 km de natação diários, se tiver um acidente a 15 km da costa, a primeira preocupação é saber que horas são. Para saber se quando chegar a casa vou almoçar com a família, ou ter de eu próprio fazer o lanche...
      A minha primeira reação seria a de nadar para terra, e já agora, com um estilo crawl, para despachar o assunto. Um dia conto-lhe de uma namorada açoriana que me "motivou" a fazer 9km de mar, a abrir, entrando no porto de pesca na Terceira em estilo mariposa, nos últimos 200 metros. Logo por azar a moça só chegou ao pontão do porto 5 minutos depois da minha chegada, ou seja, andei a esforçar-me pr`ó boneco...

      Venha de lá o artigo!
      Abraço
      Vitor

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