Eles são uns brutos!!

A princípio, começa-se por reparar os carretos de uma roda de bicicleta. A seguir, arranja-se a resistência da torradeira da vizinha de cima.

É perfeitamente possível detectar ainda na infância aqueles que um dia virão a ser “engenhocas”, pessoas como o meu amigo Gustavo Garcia.

O gosto pela bricolage vem de miúdo e ele eleva estas características a um expoente máximo. Quer é parafusos de cabeça chata, porcas de orelhas, ….tudo o que o faça aplicar as mãos.

Hoje vem a esta página por um motivo diferente, que tem a ver com a recolha de peixe à mão. Muito gosta ele! Quando o bicho chega à superfície, larga a cana e trabalha a linha à mão.

Tal como as reparações simples da sua juventude, também ele começou por recolher linhas finas de nylon. E foi subindo na escala: no diâmetro das linhas e no tamanho dos peixes. Vejam a sequência abaixo.

Aqui a recolher qualquer coisa que poderia ser um safio, ou algo do género.

Nunca ninguém sabe o que vem acima, porque o Gustavo gosta de fazer surpresas aos colegas.

Vejam a evolução: o fio de nylon passou a um cabo mais forte e passou a ter um ajudante, o Carlos Campos. Vejam a distância a terra.

A Arrábida é apenas um pontinho longínquo…

Quando não vem, trabalha-se o bicho, folgando, dando cabo e apertando com ele quando fraqueja. O Carlos Campos procura animar o artista principal, dando-lhe apoio psicológico.

Aos poucos, começa a ceder e a subir. Mas por vezes dá luta e volta a descer às profundezas. E é aí que o Carlos entra, segurando o cabo, fazendo o esforço possível.

No fim, e ambos já sem forças, resolvem recorrer ao guincho eléctrico, ….que esteve sempre lá, sempre disponível.

Mas quem trabalha peixes à mão acha sempre que consegue subir tudo!

Isto é para uma âncora de 18 kgs …imagino se fosse mesmo um espadarte de 120 kgs...

Vítor Ganchinho