O Carlinhos anda a arrancar as algas posidónias!!...

Já vos tinha dito que ele não é de fiar! Às vezes parece-me que tenho um sexto sentido que me diz quando um artista não é mesmo de fiar…

É certo e assumido que, por uma questão de biodiversidade, devemos preservar o máximo possível de espécies. Todas fazem falta. As futuras gerações merecem esse esforço, mesmo que isso signifique manter vivo o Carlos Campos.
Digamos que numa perspectiva geral, conservacionista, e num plano meramente teórico, será assim.
Provavelmente na prática não será nada disto. Quando analiso friamente o que o Carlos faz ao nosso mar, custa-me pensar desta forma condescendente. O homem é um vândalo!
A grande questão é: quando estamos com o sangue a ferver, quando estamos uma pilha de nervos tremenda, continuamos a não poder reagir mal?! Ficamo-nos?!...
Confesso que muitas vezes me interrogo sobre a bondade da ideia de deixar aproximar da costa portuguesa todo o tipo de pessoas, mesmo que tenham licença de pesca válida. E que tal uma placa a dizer “mar-entrada reservada”…
A dada altura passa-me, acalmo, a tensão baixa e começa a parecer-me que devemos respirar fundo e fazer um esforço por aguentar o Carlos. Ou pelo menos fazê-lo numa perspectiva de tolerância muito idêntica à que dedicamos à vespa asiática.
A essas, esperando pela calada da noite estamos a queimá-las todas nos ninhos, com maçaricos e tochas.
Por mim, e na minha modesta opinião, não devemos fazer o mesmo ao moço. Digo-vos mais: eu até tenho momentos em que simpatizo ligeiramente com ambos, o Carlos e as vespas asiáticas.
Encontro-lhes características singulares, que potenciam algum interesse e importância biológica, (o Carlos um pouco menos, confesso), pelo que me parece pertinente manter as vespas no seu habitat natural. Mas também a pessoa, viva, numa primeira abordagem. Para estudo comportamental.
Se tivermos de prescindir de alguma destas duas espécies, pois caros leitores…lamento pelo Carlinhos. Fiquemos com as vespazinhas, porque essas sempre são, por vezes, nossas amigas.
A grande verdade é que andámos a gastar milhares e milhares de euros a importar algas posidónias, a plantar à mão uma a uma, e ele anda a portar-se mal com elas! Ele anda a arrancar as algas posidónias do mar, com amostras!!
Mora na Ericeira e eu já vos dou a morada certinha. Vai custar-me saber que os meus caros leitores tomaram a atitude certa. Não gastem muita madeira, bastam umas toneladas de barrotes encostadinhos.
Também não quero que se andem a meter em despesas, (já basta o balúrdio que pagam para ler estes artigos no blog...), eu pago os fósforos e as acendalhas….
Vou mandar rezar uma missa por ele…

E porquê? E que alga posidónia é esta? Na verdade nem é uma alga, mas uma planta de mar, se quiserem uma …erva, de seu nome Posidónia oceânica, uma espécie angiosperma marinha, oriunda do Mediterrâneo.
Forma grandes tapetes, muito utilizados pelos peixes para proceder às suas desovas. Também pequenos polvos e chocos, em diferentes estados da sua evolução, costumam visitar estes espaços, e isso atrai predadores. As posidónias são um elemento chave na manutenção da qualidade dos habitats marinhos. Potenciam o nascimento e crescimento das espécies. No meio das suas longas e estreitas folhas, aparecem por exemplo as ovas, em cachos pretos, dos nossos chocos de Setúbal.
Mas há toda uma miríade de organismos vivos que ali encontram proteção e alimento. Dado ser uma planta frágil, de raízes curtas, não mais de 15cm de comprimento, e porque a sua zona de distribuição são os areais movediços, fica muito exposta às intempéries e agitação marítima.
É muito frequente que se observem folhas partidas, ou plantas arrancadas, as quais serão inevitavelmente arrastadas pela corrente.
A planta é originalmente verde, sendo que à medida que vai envelhecendo, passa a tons de castanho. Seguramente que já a viram a flutuar ao sabor das correntes, quando pescam de barco.
Mas uma coisa são as causas naturais, outra é andar alguém a lavrar os fundos para as arrancar a cana e carreto! E é de barco que o Carlinhos anda a fazer estas canalhices!


Esta amostra, uma “Super Surger” da Smith, é do Carlos!...vejam o que ele anda a fazer às nossas algas! Sendo um híbrido de jig e stickbait, com peso, seria de utilizar em fundos de 5-8 mts ou mais. Mas ele pescou com ela a 1.5-2 mts, e arrancou as nossas algazinhas...


A amostra certa nesta situação seria uma Daiwa Morethan Switch Hitter de 85mm, ou menos, dependendo da expectativa do tamanho dos robalos a comer na zona.
Existe uma versão de 65mm, que utilizo para zonas onde podem aparecer robalos, mas são mais certas as bailas. O “plop” macio que fazem na água deixa-as a salivar da boca.
É muito importante que a amostra não faça, ao cair, o ruído de …uma pedra lançada do barco. Tem de parecer um pequeno peixe a saltar, excitado, a perseguir algo muito pequeno e que por momentos está completamente absorvido, distraído, nessa sua tentativa de comer. A amostra Siwtch Hitter na cor sardinha é perfeita para isso. Concretamente, é esta:




Esta amostra tem um trabalhar incrível. É uma versão melhorada de stickbait, muito útil em zonas baixas. O facto de não ter pala é particularmente conveniente em locais onde os robalos e bailas andam muito castigados, onde veem passar amostras vibratórias e sonoras (com esferas dentro) todos os dias, a toda a hora. Nesses casos, o peixe deixa de reagir. Não ataca.
Quando há uma saturação permanente de pesca dirigida a um determinado peixe, aquilo que acontece é que os exemplares ou mudam de local, ou deixam de picar, o que na prática e em termos de resultados é muito idêntico.
É comum que se vejam, mas completamente amorfos, sem reação a estímulos. Nesses casos, uma amostra mais pequena, discreta, silenciosa, pode obter alguns resultados. A forma de pescar é muito simples: lançamos tão longe quanto possível, (com linha multifilar 0.12mm esta amostra atinge facilmente os 40 a 50 metros de distância) e após o contacto na água, damos uns toques de pulso e a seguir paramos.
Aguardamos dois ou três segundos e repetimos. Se houver peixe na zona, num desses arranques algo vem lá de baixo e engole a amostra por completo. Estas amostras levantam muito peixe, e são bastante úteis em dias difíceis, quando nada mais resulta.

A Daiwa tem duas versões, 65 e 85mm, em modelo afundante, S de “sinking”. É a forma oblíqua da cabeça que provoca esse afundamento.
Ambas em stock e à venda na GO Fishing em Almada:


As laterais espelhadas de branco, são muito atrativas para espécies predadoras. Com ou sem sol, funciona muito bem.


Em zonas baixas, mas com a perspetiva de haver robalos grandes na zona, tamanho XXL, então temos uma outra versão que é de tremenda eficácia, uma criação relativamente recente da japonesa DUO, a Hydra:


Esta amostra merecia entrar na categoria de “arma química” pois para peixe grande, é fatal. Lança muito longe, e em pesqueiros não demasiado profundos, com espuma, inventa robalos. Trabalha-se num misto técnico de popper e stickbait. Convém fazer algumas paragens a meio do percurso, seguidas de alguns toques de pulso. Já me aconteceu que o peixe, na ansia de aproveitar o momento em que a amostra para, dá um impulso, morde e salta fora de água, já cravado. As picadas são espectaculares!


Mas se acham que o Carlos Campos só anda a arrancar as nossas algas, então digo-vos que ele anda a mariscar sapateiras e santolas às centenas!
Passo-vos um filme onde se vê que anda a apanhar caranguejo pilado e não é para isca, nem para consumo próprio: é para vender aos turistas.
O Carlos vende os pilados como sendo santolas para fritar! Vejam isto:




Uma baldada de caranguejos pilados, que, na opinião do Carlinhos… são santolas.


Ele próprio se sente constrangido de andar a arrancar as posidónias com amostra, à luz do dia, à vista de todos. Bem sei do esforço que está a fazer para se reconverter à pesca do robalo ao spinning, na sua Ericeira.
Está difícil. Ele sente-se completamente fora de pé, neste mar. O peixe não lhe entra. Até ao momento apenas ferrou duas postas de pescada congeladas, da Pescanova. Já embaladas.
Não podemos reconhecer nisto uma pesca que possa ser generalizada, algo que todos nós possamos fazer. Seguramente o meu querido leitor nunca teve uma picada de pescada do alto, às postas. Nem nunca pescou algo que já vem com preço e código de barras.
Obviamente estas modernices fazem tanta falta como a fome. Na minha modesta opinião, o Carlos Campos deve ser remetido de imediato para uma prisão de alta segurança.
Parece-me por demais evidente a necessidade de o “arrecadar” por uns bons anos, até que esqueça por completo estas técnicas infames, que mais não são do que manifestações de heresia e mau gosto.
Até há umas centenas de anos atrás, estes assuntos eram resolvidos pela Santa Inquisição, entidade que tanto pugnou pela pesca desportiva à linha no nosso país. Pesca feita de forma decente, ética e responsável.
Felizmente hoje temos a Carregueira. Para o cárcere com o atleta Carlos Campos! Os seus futuros colegas do Estabelecimento Prisional da Carregueira já esfregam as mãos à conta das centenas de caldeiradas à fragateira que ele irá fazer-lhes.

Para quem arranca as nossas algas e “abarbata” os nossos pilados, proponho duas prisões perpétuas, consecutivas!...



Vítor Ganchinho



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