A GO Fishing na RTP 1

Nos dias que correm, quem não comunica não existe.

Num mundo em que a boa comunicação tem uma importância crescente e decisiva, não poderíamos deixar de responder positivamente a um convite da RTP, que pretendia obter imagens de pesca.

A simpática repórter Inês Carranca quis sair para uma experiência de mar, e nós tivemos muito gosto em a levar a pescar. 

 

Uma saída de mar é algo de muito relaxante.

 

Adequar um dia de pesca a alguém que nunca pescou não é para nós difícil. Fazemo-lo com frequência e por isso sabemos fazer. Somos contactados por pais de jovens que mais não pretendem que afastá-los dos ecrãs, ou por pessoas adultas que nunca pescaram e necessitam de uma lufada de ar fresco na sua vida. Pessoas que estão saturadas de viver dentro de quatro paredes e para quem o contacto directo com a natureza pode ser uma alternativa melhor que qualquer outra.

Nestes casos, em ambos, a pesca pode desempenhar um papel muito importante no equilíbrio emocional das pessoas. Exige da parte de quem assume o comando da embarcação alguma preparação, planeamento, sob pena de levarmos alguém para uma saída de mar que nunca passará de um martírio, de uma “estopada”.

A primeira saída é decisiva: ou sai bem e a pessoa gosta, ou é o fim. Não há correcção, nunca há uma segunda tentativa de gostar de pescar.

Ninguém merece sair ao mar e aborrecer-se, por falta de preparação prévia. Nesse sentido, há que adequar o grau de dificuldade a quem nunca pescou, e por isso não tem sobre os equipamentos qualquer tipo de conhecimento.

Pescar pode ser algo de muito simples, se forem criadas as condições certas para isso. Encontrar os peixes certos para um iniciado é um factor fundamental. Ajuda pescar com muito peixe à vista, à superfície, para que não se caia no desamparo de ter de acreditar que lá em baixo, onde os olhos não alcançam, há um peixe.


Jorge Gabriel e Tânia Ribas, dois consagrados da nossa televisão.

Sabemos bem das pressões que existem para que se procure, logo na primeira experiência de pesca, algo de bombástico.

Por maiores ambições que se tenham, por mais que se vejam e revejam as fotos de peixes difíceis capturados por outros, há que dizer às pessoas a verdade: poderão vir a fazer peixes troféu, grandes, se tiverem a persistência, o espirito de sacrifício necessário para aprenderem a lidar com esses peixes. É necessária experiência, conhecimento, sob pena de se retornar do mar com uma colecção inusitada de falhanços, de fracassos.

De que serve querer pescar douradas e pargos se a pessoa está num nível básico de ….carapaus e cavalas? 

Partindo desse pressuposto, levámos a Inês a pescar aquilo que lhe está acessível, e …resultou!

O excelente ambiente criado a bordo ajudou imenso, os dois operadores de câmara da RTP estiveram irrepreensíveis para quem nunca tinha vivido uma experiência semelhante, e no fim, as imagens foram feitas.  

Para quem está sobretudo focado no necessário apoio a quem filma, e necessita das melhores condições de luz, à apresentadora que pesca, aquilo que consegui foi um robalo de 2 kgs, captado por uma das camaras.

Na altura estava a tentar ajudar a Inês a puxar um peixe, acreditem que não é fácil fazer tudo ao mesmo tempo. Faltam braços...  

 

Podem ver o resultado final aqui:

 


Faltava ainda explicar aquilo que tinha sido feito, e um comentário às imagens captadas. Recebemos com satisfação o convite da estação de televisão para estarmos presentes, em directo, no programa “ Férias cá dentro”.

Trata-se de um programa familiar, uma forma de divulgar as valências portuguesas a quem ainda pensa que férias boas têm forçosamente que ser no estrangeiro. Claro que não têm, temos mesmo muito a mostrar no nosso país.


Este programa foi feito nas instalações do Inatel da Costa da Caparica. Exige meios técnicos e humanos muito acima daquilo que um espectador pensa serem necessários. 


Numa breve e informal conversa com o apresentador Jorge Gabriel, foi-nos possível explicar que existe algo mais que a pesca tradicional, o vulgar chumbo com dois anzóis por cima, e as famigeradas minhocas.

Pesca dessa forma quem não sabe mesmo fazer mais nada. Os resultados falam por si, a pesca com artificiais está aos poucos, passo a passo, a impor-se.   

Um dia, ninguém pescará de outra forma. Em países mais evoluídos na arte da pesca, e o Japão é um excelente exemplo, a utilização de iscos artificiais, vinis ou jigs, generalizou-se e por bons motivos: melhores resultados, peixes maiores, maior higiene e comodidade, poupança de tempo. Um dia seremos capazes de assumir uma pesca mais técnica, mais exigente em termos de conhecimentos, mas também mais recompensadora. 

É bem mais fácil e barato ter uma caixa com jigs ligeiros, sempre disponíveis para pescar, que correr as “capelinhas” à procura de isca. Ter de ir comprar isca de cada vez que se pretende lançar um anzol à água é …uma seca. Se pensarmos que a pescar com uma minhoca iremos tentar um peixinho que come …minhocas, percebemos de imediato que a primeira selecção deve ser feita em terra, optando por algo que interesse a peixes …a sério.


 

Vitor Ganchinho


12 Comentários

  1. Vítor,

    Muitos parabéns! Maravilhoso...
    Muito bem representado, espero que seja mais um passo em frente na divulgação da técnica de Jigging.

    Abraço,
    A. Duarte

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    1. Bom dia Antonio Duarte Não sei se reparou que eu ferrei o robalo em jeito de ..."aguenta aí que já te puxo"....porque a moça estava em apuros à conta da sarda. Ela estava aflita.
      Quando estamos a querer fazer muita coisa ao mesmo tempo, normalmente corre mal, mas desta vez estava escrito nas estrelas que o bichinho era mesmo para subir.
      Havia uma mancha de peixe em baixo, com as cavalas em bola, e havia uns traços ligeiramente ao lado, e esses só podiam ser os robalos que estavam a compactar a cavala. E eu avisei para filmarem, porque iria acontecer algo.
      Esta saída com a RTP foi divertida, eles não têm prática nenhuma daquilo, e houve coisas que podiam ter corrido melhor, mas o resultado final foi razoável. É malta boa.
      Tivemos um golfinho roaz a saltar um metro fora de água, a não mais de dois metros do barco, mas não captaram a imagem. Como e tudo, é preciso saber ler o que se está a ver....e preparar as coisas.
      É o tempo que nos ensina...


      Abraço
      Vitor

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  2. Excelente a divulgação e as imagens. Tive pena de ver as constantes interpelações do Jorge Gabriel e não haver mais tempo para permitir um raciocínio e explicação mais completa que permitisse mostrar mais claramente o que é a magia da pesca.

    Deixei o spinning de lado face à falta de resultados apesar das idas constantes. Por vias do blogue pondero regressar, desta feita unicamente com jigs entre 10 e 30grs. A nossa costa permitirá o uso destes jigs em águas mais agitadas?

    Abraço e parabéns pela reportagem

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    Respostas
    1. Bom dia Gradeiro O spinning também nos pode dar algumas alegrias, mas exige muito de nós. Funciona muito bem durante um período de tempo limitado, a primeira e a última hora de luz são críticas. A partir daí, necessita de estar num determinado tipo de pesqueiro para que as coisas funcionem bem. O peixe come cedo, e...tarde. Eu tenho zonas, muito descansadas, sem pressão de pesca, baixas, onde consigo fazer robalos e lirios a meio do dia.

      Sobre os jigs: sem dúvida podem ser utilizados em águas agitadas, porque não? Não esqueça que a espuma que lhe tapa a visibilidade vertical é oxigénio dissolvido na água e apenas tapa a camada superior, por baixo a água tem muita visibilidade.

      Levei 4 pessoas japonesas há dias e fizeram uma caixa de peixe a pescar com jigs de 5 gr. E tenho pesqueiros onde pesco quase à superfície com jigs de ...3 gr!! Se tentar com outros mais pesados já não é igual. Há momentos da época e do dia em que o peixe grande se entretém a comer alevins. Nessas alturas, se lhes lançar uma amostra de 18cm, ...ou ignoram ou fogem. Espante-se com isto: quando o atum de 80 kgs está a comer peixinhos pequeninos, de 8/ 10/ 12 cm, ....bem que pode tentar lançar amostras de 25 cm que eles nem reagem.
      Já expliquei isso quando falei da questão da temperatura das águas e da dificuldade de digerir presas maiores. Três peixes de 100 gr são comidos, um de 300 gr é ignorado.
      Pesque com os jigs de 10 a 30 gr e vai ver que consegue muitas capturas. Se vai de costa, fazer jig casting, aconselho jigs muito pequenos. Considere as 5 a 7 gr como uma possibilidade.
      Eu sigo pescando pargos e robalos, a bom ritmo. Vou fazer agora 4 dias de mar consecutivos, no fim desta semana. Tenho os barcos cheios. É duro para os ossos....mas quem corre por gosto não cansa.


      Abraço
      Vitor

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    2. Obrigado pelas dicas. Com gramagens inferiores a 10grs aí já terei de ponderar a escolha da cana para uma ainda mais ligeira.

      Abraço e boas proas

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    3. Para lançar longe jigs de 5 gr, seria bom ter uma cana 3-12, no máximo. Serve para pescar com vinis e com jigs ligeiros.
      De barco, com uma cana dessas, pode ir para cima de um cardume de robalos e vai...puxando neles. Se aumentar o peso do jig, ...pesca um, os outros fogem todos.
      Ligeirinho, ...resulta.


      A pesca embarcada dá-nos uma data de vantagens, é mais proveitosa. Mas de terra, em zonas boas, remotas, também se pode fazer muita coisa.

      Abraço
      Vitor

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    4. Leia o artigo de hoje. De qualquer forma existe muita coisa escrita sobre Light Jigging.

      Caso necessite de alguma ajuda não hesite, estou deste lado.
      Não sei de onde está a escrever, ...no caso de estar perto de Almada, é passar pela loja GO Fishing e encontra muito material específico para este tipo de pesca. Mas provavelmente com o equipamento que tem já poderá fazer algo. A não ser que esteja mesmo muito acima em termos de acção de cana. Para conseguir lançar longe um jig pequeno, tem de ser capaz de encontrar uma harmonia perfeita entre a cana, o carreto, a linha e o jig. Eu já vi pessoas a querer pescar com jigs de 7 gramas, com uma cana para safios. lançam e o jig cai-lhes aos pés. Uma linha PE 0.6 é muito polivalente, serve-lhe para pescar um peixe pequeno, mas também resolve se esse peixe tiver 5 kgs. Ou o dobro, se tiver boas mãos. Eu, que sou um tipo cheio de sorte, enchi-me de brios e fiz um pargo capatão no mês passado com 11 kgs. Com linha PE 0.6...
      Não tenha medo de pescar fino. Mas tem de ter muita atenção aos pequenos detalhes, a qualidade da linha, a lubrificação do carreto, o estado dos passadores da cana, etc. Quando chega o momento decisivo, tudo conta. Se preparou o seu equipamento em casa, esqueça tudo e divirta-se. Se por acaso se esqueceu de algum detalhe, ...esse detalhe vai estragar-lhe o dia.

      Se precisar de alguma ajuda, estou deste lado.

      Abraço
      Vitor

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    5. A cana que usava desde que iniciei era 20-60grs,a pensar nos mares aqui de Sintra, mas além do peso em si depressa comecei a pensar que era possível reduzir o cw.
      Achava ali as 10-30 um valor mais intermédio, dado o normal comprimento das canas de lrf serem demasiado curtos... Digo eu... Vou estar atento ao mercado e analisar as escolhas. Com aquilo que vou lendo diariamente aqui, depressa chego a um desfecho satisfatório.

      Muito obrigado pela ajuda e tempo dispendido 😊

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    6. Bom dia!

      A pesca ligeira dá-nos alguns motivos de alegria. Desde logo porque é muito descansada, ( tenho amigos que fazem speed heavy jigging que apenas aguentam pescar por alguns momentos, e depois precisam de descansar....), não nos maça, poderíamos fazer aquilo durante horas e horas sem problemas físicos. E a nível de resultados, ainda está por provar que o pessoal dos jigs de 300 gr consiga melhores capturas. O peixe grande também come peixes pequeninos, e isso é uma evidência, quando abrimos os estômagos deles. E por isso os ferramos com jigs até aos 30 gr. Eu faço-o todos os dias.
      Por esse motivo, utilizar equipamento ligeiro é uma opção tão válida quanto qualquer outra. Basta saber encontrar a forma de pescar esses peixes, utilizar a técnica correcta.
      Eu tenho vindo a dar cursos, mas neste momento tenho mais de uma centena de pessoas inscritas e não consigo aceitar mais ninguém. Até Setembro está fora de questão abrir novas inscrições. Também é verdade que é muito desgastante passar o dia a transmitir informação, a fazer correcções, a formar pescadores. Eu dou tudo de mim a ensinar, a mostrar como é possível melhorar este ou aquele detalhe. Há quem procure aprender a fazer, e que coloque questões, que faça de uma saída um momento de aprendizagem contínua e que demonstre interesse efectivo, e quem vá lá só para poder tirar pontos de GPS. E para esses, que são facilmente identificáveis pelos "truques" que utilizam para pegar no telemóvel, para marcar, para filmar pontos de referência em terra, o espaço fecha-se de imediato. Passamos a visitar locais que só têm areia e pouco mais, e é um dia perdido. E eu não tenho vontade nenhuma de "vender" pedras por tostões. Este ano tem sido um massacre com pessoas que têm barcos aqui na zona, e que querem apenas saber onde é.
      Fecha-se a torneira e acaba-se com o assunto.

      O que não falta são pedras e peixe. Que cada um saiba encontrar o seu peixe.

      Estou deste lado, para ajudar naquilo que esteja ao meu alcance.

      Abraço
      Vitor


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    7. É triste chegar a esse ponto. Comparativamente temos aqueles de terra que ao verem um bom peixe ou uma geleira cheia de pequenos só lhes interessa saber onde foi. Não dá para entender essa mentalidade, o que já foi pescado não volta a sair. O pesqueiro que hoje apresentava boas condições, amanhã pode não as ter!
      No caso de quem tem barco e desce a tal nível ainda é pior. Triste mesmo.

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    8. Gradeiro, a pesca tem o seu encanto próprio, a sua magia. E eu quero acreditar que há espaço para fazer muita coisa com quem vai pescar pelo prazer de pescar. Já me aconteceu de tudo. Desde pessoas que marcam os meus pontos nos locais onde os levo para os irem VENDER; ...até pessoas que me pedem algo como isto: " pode dar-me uma listagem de todos os seus pontos de pesca?"

      Eu pesco na minha zona há 36 anos....


      Abraço
      Vitor

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