Comprar um carreto para a vida

Vivemos dias de grande revolução a nível dos equipamentos de pesca. Pese embora as naturais limitações provocadas pela pandemia, os fabricantes conseguiram ainda assim manter os seus especialistas em pesquisa e desenvolvimento muito activos. Há muito trabalho que pode perfeitamente ser feito em regime de isolamento, aquilo a que chamamos de teletrabalho. E foi feito.
Acresce a isso o facto de haver cada vez mais clientes interessados em produtos de qualidade acrescida. Essa é a mola real que faz avançar a indústria: se há procura, se há clientes, produz-se para eles.
É para isso que as marcas desenvolvem maquinaria e conhecimento. É para isso e por isso que eles vivem.
Certamente irá acontecer uma evolução natural e aquilo que hoje é bom amanhã será quase menos bom, por ter surgido algo de melhor. Mas indiscutivelmente, vivemos num ambiente de alta tecnologia, hoje.
As velhas técnicas e equipamentos artesanais são apenas recordações do passado, tiveram a sua época, mas há que ajustar ao peixe que temos hoje, difícil, ao equipamento que nos é disponibilizado hoje. Não faz sentido tentar pescar com equipamentos obsoletos, que foram bons e suficientes, quando o peixe era abundante e muito mais….”crente”.

Na verdade, a cada dia noto que as condições de pesca são mais e mais difíceis.
É preciso ir mais longe, gastar mais combustível, saber e trabalhar mais para conseguir um bom peixe. O equipamento de qualidade ajuda-nos, sem dúvida.
As canas e carretos de hoje são verdadeiros hinos à capacidade humana de produzir excelência.
É disso que falamos hoje no blog: de carretos bons, que duram uma vida.


Os carretos de hoje são máquinas de alta precisão, produzidas em série por gente que sabe muito bem o que está a fazer. O desenvolvimento tecnológico permite que marcas como a Daiwa nos possam colocar nas mãos carretos com uma qualidade extrema, como este Saltiga 2020. Vejam abaixo alguns detalhes técnicos.


Pese embora se possa pensar que o Daiwa Saltiga 15 já era uma super máquina, e que foi apenas feita uma evolução, na verdade não aconteceu exactamente assim.
Este Saltiga 20 é um carreto que não resulta do melhoramento desse carreto anterior, antes tem na sua concepção uma série de princípios técnicos completamente inovadores.
Desde logo cativa-nos pela sua simplicidade. É tão simples quanto parece. E isso é desde logo uma vantagem tremenda, num mundo em que tudo parece ter de ser complicado para ser bom.
De resto, não deixa de ser estranho mas não são visíveis parafusos. Nenhum parafuso. A facilidade de acesso a partes mais delicadas do carreto é excelente e ajuda-nos a mantê-lo limpo e em boas condições.
A Daiwa protegeu apenas aquilo que é essencial, os elementos de lubrificação que são vitais para a longevidade desta máquina. Utilizam o seu sistema MagSealed, que impede a entrada de impurezas e de água do mar.
Quando a ideia é ter um carreto apto a trabalhos pesados, em que a fiabilidade conta, este é o modelo certo.


Todos os pormenores são vistos e revistos ao mais ínfimo detalhe. O tamanho da coroa de embraiagem, para um acesso rápido em situações de aperto, a funcionalidade da pega em formato de ovo, muito ergonómica, a facilitar a colocação de pressão sobre a manivela e consequentemente sobre o peixe.



Basicamente, a Daiwa aquilo que fez foi proteger os locais mais sensíveis com tecnologia Magsealed. Temos isso na manivela, na subida e descida do pi9ston, e no rolete de enrolamento de linha.
O corpo num monobloco ajuda e de que maneira a uma rigidez e ausência completa de folgas e pontos fracos. Trata-se de um carreto que eleva para níveis nunca antes vistos a fluidez de movimento.
Ou não tivesse 13 rolamentos….e materiais de elevado nível de qualidade.
E um drag que é um absurdo de força, a 60 libras. Para quem pesca apenas peixes pequenos, não precisa de um carreto destes. Mas para quem vai pelos grandes e os encontra, então por certo vai aprender qual é a diferença entre um drag tipo moinho de café, com os seus arranques e travagens bruscas, e consequentes roturas de linha, e um carreto Saltiga, que faz tudo o que tem a fazer para nos ajudar a manter essa linha intacta, permitindo uma saída fluida e sem sobressaltos.


Há quem produza relógios Rolex, há quem se dedique a produzir carretos. O critério de qualidade da Daiwa é o mesmo.


Tratando-se de um carreto pensado essencialmente para spinning, ainda assim permite uma capacidade de linha significativa, com os seus 400 metros de multifilamento PE #3 ( 0.24mm), o que excede qualquer tipo de pesca, inclusive vertical, que possamos querer fazer com ele. Quem precisa de mais?


Mesmo com produção em série e em largas quantidades, a verdade é que estes carretos custam um pouco acima de 1000 euros. Ou seja, o valor de uns quantos carretos de média qualidade, e seguramente de dezenas de carretos de fraca qualidade. 


Quando pensamos em deixar algo para os nossos netos, não podemos pensar em carretos correntes.
Não chegam sequer para nós, raramente aguentam uma época de pesca, e muito menos chegarão aos nossos filhos, porque se irão desconjuntar muito antes disso. Mas estes Saltiga sim, chegam longe, porque são concebidos para durar.


Espetacular criação, que teve o seu tempo e terá feito as delicias de quem com ele pescou. Outros tempos... Hoje, são os Daiwa  Saltiga 2020, quem lidera o pelotão. Indiscutivelmente. 



Vítor Ganchinho



3 Comentários

  1. o que são carretos de boa,média e fraca qualidade?

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    1. Boa tarde Luis Almeida Obrigado pela pergunta. Ela será útil para muitas pessoas e por isso é aqui que deve ser tratada. Tenho muito gosto em comentar.


      Existem carretos de qualidade muito diferenciada. Se entendermos que um carreto é uma máquina que serve para mantermos o nosso fio enrolado, e que a dado momento o podemos retirar da bobine, desenrolar, e a seguir voltar a enrolar, ou seja, se quisermos simplificar a função de um carreto ao limite, então não há carretos bons, médios e maus. São todos carretos. Em princípio, "em teoria", todos servem para o mesmo.
      Depois a seguir vem a realidade das coisas, e aí as coisas complicam-se. Dou-te um exemplo:
      A dada altura, eu estava nos Açores com um amigo de infância, alguém que muito prezo, e por quem tenho a maior consideração. Estávamos a pescar ao atum, a corricar. Eu tinha um carreto Daiwa próprio para o efeito. Ele tinha o carreto chinês com que pescava ao "pica-pica" por cá. Sempre lhe serviu, porque o esforço é pouco.
      Tivemos duas picadas de atuns simultâneas. Os peixes levaram linha, tendo cada um partido para o fundo, em direcção oposta. O dele foi até aos 400 mts de fundo, nivelou e esse amigo tentou "trabalhá-lo". Recuperou alguma linha e a seguir voltou a afundar. Passados segundos partiu o trançado, por ter chegado ao limite de capacidade da bobine.
      O carreto dele não largou fumo, mas as rodas dentadas ficaram moídas. Saltou a alça que conduz a linha. O eixo da bobine ficou torto. Como sabes, num carreto de bobine fixa, o esforço é feito na lateral, a linha sai para o lado, e a seguir sobe pela cana. Mas o esforço é todo lateral, sobre o eixo onde encaixa a bobine. Quando chegou a terra, deitou-o para o lixo, estava irreparável.
      Eu tinha um carreto de marca conhecida, a Daiwa. Tenho esse atum como um dos meus bons peixes. Era do meu tamanho.

      O meu amigo meditou sobre o assunto e disse-me: " Este era o peixe da minha vida. Foi embora porque eu quis poupar 200 euros. Agora pagava 1000 euros para ter ao menos conseguido trazer o peixe até ao barco e fazer uma foto com ele"...

      As diferenças entre carretos são de facto muitas, a capacidade de linha é apenas um delas e nem tem muita importância, mas há detalhes que são mesmo muito importantes. E é um bom tema para eu escrever algo sobre o assunto. Vai sair logo que possível.
      Entretanto, espreita no blog aquilo que foi publicado anteriormente sobre carretos. Já te digo o dia.


      Abraço
      Vitor


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    2. Luis, vê o que foi escrito a 02.06.21.

      Já tens aí alguma informação...


      Abraço
      Vitor


      Eliminar
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