OS GRANDES ATUNS DO ATLÂNTICO

São grandes!

São absurdamente grandes e na verdade são um incómodo tremendo para quem os pesca. Ainda está para vir o primeiro atum que possa ser pescado sem esforço, sem muito trabalho, sem sofrimento físico por parte do pescador.
Aquele que tem a “sorte” de encalhar com um destes mastodontes, pode preparar-se para suar as estopinhas.
Mais pequenos os que passam na baía de Setúbal/ Sesimbra/ Sines, na ordem dos 80/ 100 kgs, e bastante maiores os que encostam às praias do Algarve, que facilmente atingem os 300 kgs.

Não são apenas grandes, também são fortes. A capacidade de um atum em desenvolver força bruta é uma enormidade.
Se é verdade que a sua defesa é muito variada, (utilizam todo o tipo de truques para se conseguirem libertar, desde as descidas vertiginosas aos abismos, às passagens por baixo do barco, com especial apetência por roçar a linha pelo hélice…), também podemos contar com eles para testarem a resistência máxima das nossas linhas e anzóis. Tentar pescar com índices de rotura inferiores a 80 libras é arriscar tudo, é deixar nas mãos dos deuses e do destino algo que depende muito mais de opções terrenas.
O baixo de linha deve ser particularmente robusto, na casa dos 2 mm de nylon, porque é aí, quando se chega aos últimos metros, que tudo se joga. É esse o momento em que todo o esforço anterior pode ser desperdiçado, e não convém abusar da sorte.
Ao avistar o barco, o atum reage sempre, e de forma explosiva. A eminência da captura faz com que vá buscar energia que, muitas vezes, é a suficiente para nos romper a linha, partir um anzol, ou danificar o mecanismo do carreto.
São momentos de grande frisson, em que o pessoal de bordo deve trabalhar em equipa, em completa sintonia, sob pena de arriscar a perda do exemplar, normalmente sob a forma de uma abertura do anzol, ou uma desferragem. E isso é tudo aquilo com que não se sonha quando nos predispomos a fazer este tipo de pesca Big Game.

Passam pelas nossas águas em Maio, na sua frenética entrada para o Mediterrânio, impulsionados por um frenesim de desova inadiável. Comem a cavala, sardinha e carapau que temos disponível às toneladas na baía, e que atrai até nós estes viajantes do azul.
Voltam a sair ao Estreito de Gibraltar em Agosto/ Setembro, mais leves, mais magros das suas aventuras reprodutivas.
Ainda assim fortes e capazes de dar uma luta de horas a quem não tenha equipamento próprio e dedicado a esta espécie. Tentar pescar atuns com canas para pesca de pequenos peixes é uma pura perda de tempo, e no fim, invariavelmente o que sobra é um peixe com um anzol cravado na queixada e uma cana partida, um carreto danificado, ou, se houver muita sorte, apenas uma rotura de linha.


Atum Galha-à-Ré capturado pelo autor com linha de nylon 0.70mm.


Caso algum dos leitores tenha curiosidade em saber qual o tipo de montagens, materiais utilizados para este tipo de pesca, basta entrar em contacto, e terei muito gosto em mostrar como fazer. Falamos de equipamentos robustos, que nada têm a ver com a pesca de ….douradas.


A minha Mafalda a observar este atum que pesquei já há algum tempo. Para os miúdos, é apenas um peixe grande. Para quem os trouxe a seco é o culminar de muito trabalho de braços e costas...


Nunca é tarde para tentar. O equipamento próprio existe, há sempre stock na GO Fishing Almada, assim haja força nos braços.
Os atuns estão por aí novamente, na sua passagem de retorno ao Atlântico, às águas mais ocidentais. Já deram sinais, um aqui, outro ali. Temos o que eles precisam: comida.
É isso que os faz encostar a terra, em profundidades tão insignificantes quanto…20 metros.

Voltarão no ano que vem, em finais de Abril, princípios de Maio, gordos, cheios de força, para desafiar quem eventualmente possa ter coragem para os enfrentar.



Vítor Ganchinho



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