ANDAM POR AÍ UNS ROBALOS...

Todos sabemos que há meses do ano em que tudo acontece, tudo é fácil, tudo se conjuga para que tenhamos as condições ideais para pescar. E os resultados aparecem.
Da mesma forma que noutros períodos, as condições mudam e tudo se torna mais difícil. Por mais difícil leia-se a quase impossibilidade de conseguir capturas de peixe com efectivo interesse.
Há uma explicação: na maior parte dos casos, apenas encontramos, ou não, as condições certas para poder ser eficazes com as técnicas e equipamentos de que dispomos.
O peixe muda de locais em função das condições de habitabilidade que lhe são apresentadas, e falamos de temperatura das águas, visibilidade, agitação marítima, segurança, quantidade de alimento disponível, zonas óptimas de reprodução, etc. E isso altera o potencial de pesca que os nossos materiais nos permitem.
Dou-vos exemplos práticos: se pescamos em zonas baixas de Inverno, e por razões que se prendem com temperaturas de águas baixas, diria geladas, o peixe não pode estar lá.
Não adianta lançar milhares de vezes porque nunca teremos sucesso. Pelo contrário, se as águas estão quentes, e com isso permitem que o peixe suba para pesqueiros baixos, não adianta muito procurar ferrar os peixes em zonas muito profundas. Não estão a essas cotas, e por isso não podemos ser bem sucedidos.
É um facto que sem equipamento adequado à situação, não podemos seguir o peixe nas suas inevitáveis migrações perpendiculares à costa.
Por esse motivo, ter apenas um conjunto de cana e carreto especifico para um determinado tipo de pesca, resulta curto.
Funciona um pouco como um relógio avariado: seguramente que dará horas certas duas vezes por dia, mas não podemos contar com os seus ponteiros parados para muito mais.
E não vale a pena pensar que a cana e carreto ideais para pescar a 20 metros são o mesmo material para pescar a 120 metros, porque não é.


Robalo feito com um jig de 20 gr da Xesta, um After-Burner cor cavala, armado com um assiste duplo da Daiwa, e um simples à cabeça. O carreto é um dos modelos Daiwa com que pesco habitualmente, um Saltiga Bay Jigging. Leve e sólido!


Neste momento temos uma remessa de robalos atarefados a comer o que podem para poderem enfrentar duas missões difíceis: a chegada do momento de reprodução, lá para Dezembro, e as águas frias, que chegarão dentro de algumas semanas. Eles sabem que o momento de comer é agora, enquanto têm as condições ideais, águas quentes, a 20º / 21ºC, muita comida disponível, e perto da costa. Tempos virão em que as gorduras agora armazenadas serão importante garante de sobrevivência.
Um dos robalos de bom porte que fiz nos últimos dias tinha dentro do estômago vários peixes pequenos, não reconhecíveis por estarem já meio decompostos, um caranguejo pilado e …um ruivo de 300 gramas.
O esforço que estes robalos fazem para engolir um peixe destes é significativo, dado que um ruivo tem espinhos grossos, afiados e muito agressivos. Foi engolido pelo lado certo, de cabeça para a cauda, obviamente.


Os peixes estão a alimentar-se nos baixios. Neste momento, a quantidade de alevins disponíveis é enorme, e eles aproveitam. Reparem na cana Xesta que utilizei. Trata-se de uma Scramble, extremamente leve, muito elástica. O facto de utilizar uma cana muito macia permite-me utilizar anzóis um pouco mais pequenos, sem riscos de desferragem. A cana acompanha sempre e bem os movimentos do peixe, não lhe dando um ponto de apoio para rasgar a pele da boca. Canas duras fazem-nos perder peixes.


A amostra que utilizei mais nos últimos dias. Trata-se de uma Xesta After-Burner de 20 gr. A linha é um fluorocarbono 0.33mm da Varivas, o assiste de cauda um Daiwa Coastal, 0.5 cm, que prefiro por enrocar menos. Assistes com linhas mais longas são, em jig casting, motivo de enleios nas linhas e prisões nas rochas.


Robalo grande. Este tipo de peixe pode deixar a linha tocada. A seguir a cada uma das capturas, é bom verificar se junto à união com o jig não ficou uma roçadela provocada pelos dentes. Em caso de dúvida, é sempre preferível trocar de baixada. Nada pior que perder uma peça de 4 ou 5 kgs, por negligência da nossa parte. 


Quando queremos obter bons resultados, ter o equipamento certo pode dar-nos algum conforto. Muito brevemente iremos recomeçar os nossos workshops na loja GO Fishing de Almada. Terão oportunidade de verificar com é fina e elástica a cana que traz estes robalos das rochas do fundo... até à superfície.



Vítor Ganchinho



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