NÃO PERDER O NORTE COM A QUESTÃO DOS COLETES

Vimos no artigo anterior a questão da utilização dos coletes de segurança. E até ontem havia duas hipóteses: a pessoa tinha ou não tinha o colete colocado. Não tem e incorre numa infracção legal e paga uma multa por isso.
Aquilo que proponho hoje é dar uma vista de olhos por uma eventual terceira possibilidade. Tratamos de um colete que, até ao momento não é homologado e por isso a sua utilização esbarra na exigência legal de um colete com determinadas características.
Não é legal, ainda, utilizar isto que vos vou apresentar.
Porque quis ter a perspectiva das marcas produtoras, quer da Daiwa quer da Shimano Japão, falei com as pessoas e pedi a sua opinião. Na verdade, não foi uma surpresa muito grande: sentem o mesmo que nós, as reacções por terras do oriente são iguais.
Também no Japão os coletes completos, de enfiar pelo pescoço, eram muitas vezes objecto de protestos, e acontecia com regularidade que as pessoas não os quisessem usar. Eram muito facilmente rejeitados.
Assim sendo, os legisladores japoneses reconsideraram a sua posição e aquilo que vigora hoje, com bons resultados, é que ambos os modelos de coletes podem ser utilizados.
Deixaram as autoridades nipónicas ao critério de cada um a possibilidade de escolha de qual dos coletes quereriam usar. De acordo com as informações recebidas, uma grande fatia de pescadores optou pelo colete de cintura. E porquê?!
É isso que vamos ver hoje, recorrendo a exemplos práticos, com imagens. O tema é muito interessante, porque permite vários tipos de leituras. Embora se admita apenas um resultado final, um só norte: o salvamento da pessoa.

Vejam o filme:



O colete de cintura não teria, à primeira vista, nada que fizesse dele um modelo mais caro. Mas é mesmo mais caro.


Porque estas coisas feitas por amadores nunca saem bem à primeira, e porque entretanto nos entraram os golfinhos e isso acabou por levar a um improviso do já planeado improviso, …(!!), acabámos, eu e o Carlos Campos, por tentar fazer um outro “take”.

Encham-se de paciência e vejam um outro filme:




Pela via legal, sabemos exactamente o que fazer, não há dúvidas sobre o tipo de equipamento que deve ser usado. Só há um.
Mas também sabemos que grande parte dos nossos pescadores não querem, não aceitam e rejeitam a utilização do colete de pescoço. E quando acontece um acidente, todos nos lembramos de Sta Bárbara…mas já é tarde.
Trata-se de um meio de salvamento, e ninguém pode prever exactamente quando é que vai necessitar dele. Mesmo quando parece que não será necessário, mesmo com mar calmo, ….os acidentes acontecem.
Recordo-me de um caso ocorrido no Cabo Espichel, em que dois amigos tentaram ajudar-se mutuamente, a pôr dentro do barco um grande safio. O dia estava bom, mar calmo. Porque foram os dois para o mesmo lado do pequeno barco, entrou água, o desequilíbrio provocado fez com que a embarcação virasse e que um deles fosse atingido pelo casco, perdendo os sentidos. Ocorreu um óbito. Quem o poderia prever?
Por isso, o colete é para usar, seja em que circunstâncias for, porque ele pode salvar vidas.


Este modelo de cintura é muito prático, não se sente, e em caso de necessidade funciona bem. Mas tem limitações quanto à sua eficiência: no caso de a pessoa ficar inconsciente não dá a protecção necessária.


E então que colete vestir? A haver uma solução simples, ela é apenas uma: seguir aquilo que a lei determina.
Com isso, ninguém é multado, e as possibilidades de sobrevivência a um acidente marítimo aumentam exponencialmente.
Mas sabemos que o bom povo português tem razões que a própria razão desconhece. A verdade é que a maior parte das pessoas tem de ser pressionada para manter o colete quando sai barra fora.
A bordo das embarcações GO Fishing isso significa um retorno ao porto de imediato. Não cabe ao capitão da embarcação assumir a responsabilidade pela vida de ninguém que não aceita as regras do jogo.
A utilização de colete é obrigatória por lei e ponto final. O comandante da embarcação deve dar o exemplo, assumindo que não pode exigir aos outros aquilo que ele não cumpre.



Vítor Ganchinho



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