ROBALOS DE ESTALO!

Não gosto de publicar fotos de molhos de peixes. Aflige-me pensar que o valor de uma pescaria é medido pela quantidade de peixe que se consegue.
A quantidade para mim tem tão pouco interesse que não me vejo a promovê-la nestas páginas. Que interesse pode ter fazer uma centena de peixes pequenos?

Por outro lado, sempre que um amigo faz um peixe de excepção, fico feliz por ele. Porque nesse lance ele conseguiu tudo aquilo que um pescador pode conseguir: lutou com todas as suas forças, teve um oponente digno, e no fim conseguiu concretizar a captura.
Há uma data para um peixe nascer do seu pequeno óvulo, e há uma data para pôr fim à sua vida. Penso que é mais digno que esse dia chegue através da mão firme de um pescador, que através de uma rede de cerco assassina.

O Luís Figueira fez um robalo bonito, de 9.5 kgs. E isso sim, é um peixe! Parabéns Luís!!!!
Um robalo a avizinhar os 10 kgs é algo que enche de orgulho qualquer um, e o Luís Figueira tem todos os motivos para estar muito feliz.
Da mesma forma que aqueles que, de forma miserável, pescam robalos com 20 cm, deviam esconder a cara de vergonha, porque aquilo que estão a fazer dentro dos estuários é matar peixe que não tem nem peso nem experiência de vida para se defender de uma amostra ou uma isca orgânica. Nessa idade, ainda comem...minhocas.




Foi com uma amostra Sandeel Slug, da marca Savage, na cor verde, que este peixe foi capturado. Podem ver essa amostra ainda dentro da boca do peixe.
A montagem é feita com um cabeçote de chumbo, a peça que permite fazer os lançamentos longos por detrás da rebentação. Como sugestão, permitam-me que vos diga como fazer a montagem:
Corta-se a ponta da cabeça, uns 3 a 4 mm apenas, mas o suficiente para garantir que o encaixe irá ficar perfeito, encostado ao chumbo. A seguir, um pingo de cola Araldite fixa o vinil ao chumbo e está pronto a lançar.






A recuperação deve obedecer a critérios de alguma intermitência, procurando dar vida ao vinil. O ideal é que o chumbo com anzol aplicado seja da mesma marca, com as laterais facetadas, o que permite a obtenção do efeito que mais robalos mata por todo o mundo: o “darting”.
Trata-se de um efeito de movimento em zig-zag, que excita o predador e o leva a lançar-se sobre a amostra. Consegue-se com uma perfeita coordenação de recolha, (mão esquerda na manivela do carreto), e de toques de ponteira, (mão direita), e implica algum treino. Mais fácil de fazer quando se tem alguma prática. Eu comecei com o vinil mais curto, com cabeçotes de 7gr e linhas finas. A seguir passei para a versão de 14cm, e resulta imenso.
Este vinil imita uma galeota, uma das presas preferidas dos robalos. Quando o tamanho do vinil é maior, …o peixe que entra é...



Vítor Ganchinho



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