Aquilo que de verdade move a indústria da pesca é a crescente procura de equipamentos de maior qualidade, e o dinheiro que isso gera.
Não faria sentido termos fábricas a desenvolver novos productos, se eles não tivessem compradores. Sim, há procura por algo de bom, algo que faça a diferença naqueles dias em que tudo parece jogar contra nós. Se as condições são as ideais, se estamos numa zona “carregada” de chocos, se não temos nenhuma embarcação por perto, o mais natural é que consigamos resultados de excepção.
Mas esses dias e essas condições nem sempre surgem. Bem pelo contrário, a maior parte das saídas de pesca são feitas em dias de algum vento, mar mexido, águas pouco lusas, e por grande azar dos Távoras, temos uma série de barcos à nossa volta. E alguns deles podem já ter feito uma deriva pelo sítio onde estamos nesse momento.
Não há chocos em grandes quantidades todos os dias, e para todos, pois isso implicaria uma fábrica de chocos que a natureza infelizmente não tem. Dentro do Sado há concorrentes de peso, para além dos barcos que os procuram todos os dias, de noite e de dia: os golfinhos roazes comem por ano algumas toneladas. Quando a abundância é grande, não é raro que apenas debiquem a parte da cabeça. Digamos que se tornam belicosos, podem escolher e isso leva-os a deixar a abandonar a parte do choco mais incómoda, a que tem a concha interior. Têm esse direito, por efeito de “usucapião” de um rio que é deles há muitos anos. Somos nós que estamos ali a mais.
A falta de chocos leva a que as oportunidades que surgem tenham de ser forçosamente aproveitadas.
Quando pensamos que os fabricantes já inventaram tudo, eis que surge um conceito novo: Presa por finas molas, uma placa metálica dá um efeito flash, de vida, que é absolutamente inovador. |
Devemos ter em atenção a cana com que pescamos. Uma vara mais elástica, mais macia, vale-nos ao fim do dia mais alguns chocos. Bem sei que a maior parte das pessoas quer fazer com uma cana apenas todo o tipo de pescas.
Sabem que há canas especificas para cefalópodes, quer chocos quer lulas, mas está fora de questão ter uma dessas canas. O que é pena, porque o bom material paga-se sempre a si próprio em …peixe.
É dos livros que assim seja, porque aquilo que se investe em equipamento é sempre o mínimo possível. Mas os tempos já não são para facilitar, longe vão os dias em que as aiolas de Setúbal saíam da praia, a remos, e enchiam de choco.
Acresce a todos os pescadores profissionais desta arte, o número inusitado de pessoas que descobriu esta pesca nos últimos anos. Há concorrência, há pressão de pesca, e não sabemos por quanto tempo os chocos irão aguentar a delapidação de stocks que está a ser feita.
Enquanto há, a corrida ao armamento bélico de maior qualidade está em marcha. Os fabricantes não descansam, a imaginar mais e melhor toneiras, por exemplo.
Hoje trago-vos aqui ao blog alguns modelos a caminho dos stocks da GO Fishing Portugal. Ei-los:
Vista de perfil de uma toneira de alta qualidade. |
Os japoneses não descansam. Por diferença de fuso horário, estão a trabalhar enquanto nós dormimos deste lado. Mais parece que nunca fecham os olhos, pois a quantidade de inovação que apresentam a cada dia que passa é tremenda. Espero que tenham gostado destes que vos mostro acima.
Vítor Ganchinho