Se as pessoas continuam a insistir que uma toneira Tsuriken desta cor sim e todas as outras não, pelos vistos ainda há algo mais a dizer sobre a pesca ao choco.
Se atribuem poderes sobrenaturais a um objecto de uma determinada cor, de uma só marca, e não conseguem encontrar essas qualidades em mais nada, então o assunto ainda não está resolvido.
Na minha óptica, isso acontece por falta de conhecimento técnico do acto de pesca em si, e das características biológicas da espécie pescada, na circunstância os chocos.
Por isso mesmo, e pese tudo aquilo que já aqui foi dito, vamos voltar a dar uma achega, para que de uma vez se entenda que dificilmente uma fábrica de toneiras pode ter nas mãos o poder supremo de produzir aquilo que mais ninguém consegue fazer. A pedra filosofal, a toneira milagrosa que pesca tudo e sempre, sejam quais forem as condições de mar, é algo que todos procuram a cada instante. Vamos ver hoje se vale a pena.
Analisando friamente a pesca do choco e tudo aquilo que a envolve, chegamos à conclusão de que dificilmente poderia ser mais simples. Uma linha, uma toneira, um balde.
Tudo o que se acrescenta são mordomias que pensamos que podem ajudar a pescar mais, mas que na verdade, nunca foram necessárias a um varino de Setúbal.
Devemos pois tentar simplificar e segmentar toda a informação, ir directos ao assunto que mexe com as pessoas, sabendo que sobre os equipamentos o assunto é aparentemente pacifico.
De resto, nunca ninguém me pergunta sobre os carretos, as linhas, as canas ou mesmo a técnica de pesca em si. E isso deveria ser bem mais questionado que as toneiras... porque a evolução será muito mais por aí.
Mas adiante, vamos fazer incidir a reflexão dos próximos artigos do blog sobre questões que tenham a ver com a COR DOS PALHACINHOS, sobre a forma como os chocos veem as nossas amostras, porque é precisamente esse o dado que as pessoas entendem como decisivo. Não é! A técnica de pesca ao choco terá evoluído muito pouco nos últimos 50/ 80 anos, e se algo mudou foi apenas o cambio da linha de mão dos nossos marítimos das aiolas de madeira, para a cana e carreto dos pescadores lúdicos, nos seus barcos de fibra. De resto, fazem hoje os incansáveis e madrugadores pescadores de chocos o mesmo que se fazia há dezenas de anos: passeiam as suas toneiras pelo fundo, dão-lhes meia dúzia de esticões esperançosos, e esperam que o choco faça a sua parte, que se agarre à amostra como as miúdas novas se agarram a uma mala da Prada.
Os locais, esses são os mesmos de sempre, eventualmente pesca-se hoje um pouco mais fundo. Mas os japoneses pescam com resultados positivos a 60 metros, pelo que ainda estamos longe de ter explorado tudo.
Estamos para já na cota dos 10 a 20 metros, sendo que há muito choco a 2 metros de água. E cuja pesca permite uma série de variantes técnicas que não começámos sequer a praticar. De momento, a principal preocupação de quem sai aos chocos é mesmo a cor da toneira. Pois seja, se é isso que querem, é por aí que vamos!
Aquilo que vamos ver hoje prende-se com a forma como as toneiras são vistas. Para que se consiga desmistificar de vez a questão da “TONEIRA dos MILAGRES”, a tal que quando não a temos é o holocausto, a tal que quando se perde no fundo do mar nos faz retornar a terra com uma nuvem negra sobre a cabeça. Sem a toneira da sorte... a da cor especial, nem vale a pena sair de casa.
O que é a cor de uma toneira? Como percebem os chocos a cor daquilo que está à sua frente? O que os leva a escolher uma em detrimento de outra?
Que parte do espectro de cores é visível aos chocos? Terão eles a mesma percepção de cor que têm as pessoas? O olho de um choco é igual ao de um humano?
Sabemos muito daquilo que os humanos conseguem perceber de uma cor. E quando compramos a toneira numa loja de pesca, mais não estamos a fazer que utilizar o sentido de diferenciação de cores que nós, humanos, temos perante diversas possibilidades presentes à nossa frente. Olhamos para uma infinidade de toneiras expostas e achamos que aquela pode ser a... BOA! Como chegámos lá? Que critério utilizámos?
A crença de que esta cor sim e as outras não, advém da experiência anterior de pesca, dos resultados obtidos, e também ...daquilo que nos dizem os outros. Na maior parte dos casos, basta-nos que alguém diga: “fiz uma centena de chocos com um palhacinho da Tsuriken, o KVOE, e já não quero outro”. E vai tudo atrás do dito cujo palhacinho...
Deve ler-se nesta situação algo como: Naquele dia, naquelas condições de mar, com aquela maré, com aquela velocidade de corrente, com aquela quantidade de sedimentos em suspensão, foi possível obter resultados satisfatórios.
Não poderiam ser obtidos com mais nada? Provavelmente sim, algo próximo poderia ter funcionado igualmente.
Estou particularmente à vontade para dizer isto, na medida em que sou eu o importador do famoso palhacinho milagroso da Tsuriken. Foram vendidas muitas centenas ou milhares de unidades no nosso país, e exportadas para outros países.
E estou a advogar a não necessidade da sua compra. Aquele funciona, e outros com as mesmas características também funcionam.
Neste trabalho sobre toneiras iremos analisar outros detalhes, e espero que no fim se entenda que não se deve cismar que só uma cor é capaz de fazer milagres. Ainda que essa seja a minha, a que se vende na loja GO Fishing em Almada.
Amanhã vamos ver o que é essa coisa da cor dos palhacinhos. O trabalho estará concluído dentro de 3 dias, e espero que no fim sejamos capazes de conseguir escolher uma toneira que maximize as nossas possibilidades de pescar chocos.
Vítor Ganchinho
Boas vamos a isso .... um mundo complexo este das cores, seja ele de palhaços, amostras ,zagaias ,vinis .... ou até talvez não.
ResponderEliminarBom dia!
EliminarHoje já vamos começar a ter uma noção da dimensão a que podemos responsabilizar as cores pelos nossos sucessos, ou fracassos.
Mas na segunda feira ficará tudo muito mais claro.
Gostava que as pessoas fossem capazes de, por si próprias, poderem decidir sobre as cores a utilizar, com certezas.
Vamos ver como corre.
Abraço
Vitor
Bom dia Vitor.
ResponderEliminarAs cores dos palhacinhos acho um tema interessante.
Pesco em kayak e adoro nesta altura, deslocar-me de Coimbra a Setúbal para abraçar a natureza deste local, com boa companhia (ainda não o fiz este ano).
Para mim, um dos segredos na escolha das cores dos palhaços, é ter boa companhia de forma a poder experimentar diferentes cores em diferentes cenários de luminosidade. Também parece que, de umas épocas para as outras, os chocos tendem mais para umas cores ou para outras entre os verdes, os azuis, os rosas, os vermelhos os castanhos ... raiados, zebrados sarapintados... barriga rosa, barriga branca, + fluorescente, com rattler, 3.5, 2.5, .... . A necessidade de poder responder a uma boa gama de opções, arrisca a carteira de cada um e no meu caso o espaço disponível (tenho um Hobie Revolution mais antiguinho).
A primeira coisa que faço antes de uma incursão, é tentar saber que cores "estão a dar" e que "canais" os chocos estão a percorrer, ou se encostam em alguma zona já identificada. Ter amigos ajuda :) Também vejo os vídeos do Beja :).
Não esquecer a cana que deve ter uma ação + parabólica e sensível, o carreto não deve ser usado em velocidade. E deve-se treinar a mão. é muito importante treinar a mão :)
Estas são as minhas crenças, antes de maiores explicações que aguardo com muita curiosidade :)
Abraço, Paulo
Já tem algo mais publicado, o Hugo Pimenta já deu aos dedos....
EliminarAbraço
Vitor
Esse não conheço, nem encontro o0? Abraço, paulo
EliminarO Hugo Pimenta é a pessoa que publica, que põe no ar as coisas que eu escrevo. Ele é o editor do blog, a pessoa que tem a paciência de trabalhar os tamanhos das imagens, de ajustar tudo para que fique tudo bonitinho.
EliminarBom fim de semana.
Vitor