UMA REALIDADE DIFERENTE: PESCAR NA LETÓNIA

Somos visitados por gente que adora as nossas águas, o nosso mar.
Gostam das pessoas, do nosso clima, da nossa comida, gostam de pescar connosco, e acham os nossos peixes incríveis.
E na verdade são! Nós valorizamos muito pouco aquilo que temos, os nossos robalos são um peixe apreciado em todo o mundo, as nossas douradas são difíceis mas conseguem-se, quando caímos em cima de um cardume de besugos é uma alegria a compor a caixa. E se queremos fazer força, temos muito por onde escolher. Os nossos congros são fortes, em Maio passam os atuns, temos corvinas de tamanho respeitável. E uma ou outra tintureira musculada que não respeita a nossa vontade de as deixar fazer a sua vida em paz.




Quando olhamos para a realidade da maior parte das pessoas que nos visitam, reparamos que a maior parte delas vêm de países em que as condições são francamente piores que as nossas.
Na Finlândia, fiz um buraco no gelo, e pesquei com os pés enterrados na neve. Esperei uma eternidade por um peixinho.
Tenho amigos alemães que me ligam a horas impróprias da noite a dizer que finalmente conseguiram pescar uma carpa com…0.5 kg.
O ritmo de capturas deles é tão baixo que poderia ser motivo para pensar que não querem mesmo pescar os peixes. Mas querem e dão tudo por conseguir um mísero peixe.
Quando o conseguem, seguram-no como quem agarra numa joia, um diamante precioso, e sorriem para a foto com os dentes todos à mostra.




Os estrangeiros, ao chegarem a Portugal, ficam estasiados com aquilo que nós temos.
O que me dizem é que os seus últimos dias serão passados entre nós, por todas as razões. E alguns deles têm coisas francamente bonitas nos seus países. Vejam abaixo:




É bom saber que temos algo que é apreciado. E ao mesmo tempo uma dupla responsabilidade:

1- Temos de ser capazes de preservar os stocks de peixes que ainda temos.

2- Também é forçoso sermos capazes de receber pessoas que nos visitam da forma que só nós portugueses sabemos fazer: de braços abertos.

Sobre a segunda questão não me preocupo: Portugal é acolhedor, sabe receber. Já quanto ao primeiro ponto...



Vítor Ganchinho



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