E POR FALAR EM CHOCOS...

Tinha prometido que não iria escrever mais nada sobre chocos, mas parece que ficou algo por dizer.
Sabemos que quando um pescador tem uma queda, uma fixação, para um determinado tipo de palhacinho para os chocos, só muda quando já esgotou todas as possibilidades de o conseguir.
Ao sucesso de alguns modelos de toneiras, corresponde uma inusitada procura, um açambarcamento de todas as unidades existentes, e os stocks baixam rapidamente a zero.
Foi isso que aconteceu com este modelo que podem ver abaixo, vá lá entender-se porquê, entendido como sendo o suprassumo das toneiras vendidas em Portugal.
Acabou por ser vítima do seu sucesso, desaparecendo alguns milhares de peças das prateleiras da GO Fishing Portugal, em poucas semanas:




Ficaram alguns modelos da mesma marca, Egista, da fábrica Tsuriken. Um deles, o “sarampo”, tem dado cartas em águas muito turvas:
Um outro modelo que foi recordista de vendas, e cujos stocks foram delapidados até à exaustão foi este, o Tigre Branco:




As fábricas adquirem os seus componentes a pensar num determinado nível de consumo. Se há acessórios comuns a todos os palhacinhos produzidos, os pesos, as agulhas, os olhais, etc, outros há, no caso as camisas de cores, que mudam de um ano para o outro, de acordo com os critérios dos engenheiros de produção. São eles que testam exaustivamente as peças, até chegarem ao ponto de afinação que julgam melhor.
Aquilo que é possível fazer, é esperar que os modelos do ano seguinte, na circunstância de 2022, sejam melhores que os de 2021, com os quais os pescadores nacionais conseguiram obter tantos êxitos.
Nem sempre os resultados correspondem às expectativas, mas por norma, não é por razões que se prendam com a falta de qualidade das toneiras.
Digamos que, a razão de umas pessoas conseguirem melhores resultados que outras pode ter a ver com os locais que visitam, e a sorte de haver chocos em fundos não tocados nesse dia, e também um pouco de sabedoria.
Aquilo que sobra aos varinos de Setúbal que saem nas suas aiolas de madeira, e que manifestamente falta aos pescadores lúdicos que se iniciam nestas lides.
Por outras palavras, não é a flecha que falha, é o índio...
Com aquilo que existe de equipamentos de qualidade, e nesta altura do ano em que somos invadidos por chocos às toneladas, deveria ser possível conseguir fazer uma caixa deles a cada saída.




O que vem a caminho, e que segundo os criadores de padrões japoneses é ainda melhor que os anteriores, é algo como isto:




Se estiveram atentos aos artigos anteriores em que a questão das cores foi abordada, recordam-se de vos falar nos azuis 490 nm.
Estes bichinhos têm uma percepção de cores ligeiramente diferente da nossa, e estas são algumas que eles mais facilmente detectam, desde que em águas limpas, com visibilidade.
Cada vez as pessoas pescam mais do lado de fora do rio e por isso é natural que as águas sejam limpas, com alguns metros de alcance visual. Mas se por qualquer motivo somos forçados a entrar no rio e passamos para águas turvas, será que podemos utilizar a mesma cor?! Ou teremos de fazer ajustamentos?
Vou tentar explicar-vos de outra forma. Vejam abaixo o formato do olho de um choco.
Acaso será igual ao olho humano? Assim sendo, como podemos atribuir-lhe características iguais?




Muito provavelmente iremos ter de novo uma situação em que a corrida a estas peças vai acabar por esgotar os stocks.
Aquilo que foi melhorado foram as agulhas, em aço de carbono, e alguns pequenos detalhes que segundo o fabricante farão alguma diferença, para melhor.
Vamos ver.

Com águas tapadas, verdes, uma alternativa que tem provado ser muito válida é esta, da Fish League, modelo Dartmax:


A nível da qualidade dos componentes, neste momento não há nada superior a estes modelos. Avizinham-se maus tempos para o choco da foto em baixo...


Choco setubalense, pousado no fundo, a aguardar uma presa. Um camarão, ou... uma toneira...



Vítor Ganchinho



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