O TAMANHO DA BAIXADA NA PESCA JIGGING

Recebemos no blog um comentário do nosso amigo e colega de pesca Fernando Santos, a seguinte mensagem:

“ Então e o comprimento da baixada? O pargo depois de ferrado, (não é a mesma força e resistência de um carapau…) vai fazer tudo para se “safar” daquilo.
Enrolar, puxar para todo o lado e roçar na pedra pode ocorrer. Qual o tamanho da baixada aconselhável?
Há algum padrão especifico para determinar que, com “aquele tamanho” de baixada, o pargo não tem forma de escapar, de encostar o multifilamento na pedra, por mais que tente?”




O tema é interessante, e necessita de mais tempo que o normalmente dedicado a respostas rápidas de sim ou não.
A dissertação que irei fazer sobre o assunto, sem prejuízo de outras opiniões contrárias, as quais respeito sempre, refere-se à minha experiência pessoal de pescador de jigging ligeiro.
Foco este detalhe do “ligeiro” porque me parece decisivo. Quando pescamos com linhas de nylon ou fluorocarbono de diâmetros mais significativos, a questão perde importância.
Se a linha é demasiado grossa, o peixe não a irá romper facilmente, mesmo que passe efectivamente na pedra, o que não acontece com linhas finas, mais sensíveis à fricção.
Vamos segmentar esta questão em várias alíneas, de forma a podermos entender no fim qual o comprimento certo para uma baixada. Porque esse comprimento depende de inúmeros factores:

1- O primeiro aspecto a considerar será a qualidade da linha.

O peixe que escapa começa a ter a sua vida facilitada muito longe do pesqueiro, longe do fundo do mar onde evolui. Se é verdade que a rotura de uma linha acontece por vezes muitos quilómetros longe da costa, em mar alto, a razão de ter havido um problema tem um prólogo no acto de compra dessa linha, em terra, no balcão da loja onde nos abastecemos de equipamentos.
Se a nossa aposta é feita numa linha barata, daquelas que encontramos em armazéns chineses, ou em lojas de pesca que adquirem os seus produtos a armazéns chineses, pois as nossas possibilidades de sucesso reduzem drasticamente.
Somos enganados no diâmetro da linha (normalmente é referido um valor abaixo do real), somos enganados na resistência da linha, (sempre muito inferior ao propalado), e ainda acontece que somos enganados por estarmos a comprar linhas que já estiveram expostas em montras de lojas na China, por vezes durante anos, com tudo o que isso aporta de degradação das características do nylon, ou fluorocarbono. Sabemos que os ultravioletas emitidos pelos raios solares endurecem a linha, reduzem a sua elasticidade, provocam memória ao seu enrolamento e por fim tornam essa linha quebradiça. Aquilo que um armazenista chinês faz quando recebe “demasiadas” reclamações é saldar a linha, por preços próximos do custo. Que já é irrisório quando falamos de fábricas de vão de escada, que aparecem hoje para desaparecer amanhã. Normalmente montadas por quem trabalhou na produção fabril de uma marca de renome, e traz consigo algumas luzes de como fazer. E que tenta lançar uma marca neutra, normalmente recorrendo ao único argumento que pode levar alguém a adquirir os seus produtos: o baixo preço. Essas linhas têm valores de compra ridículos, porque são lixo, e aparecem por cá, importadas por quem vem para o nosso país para ganhar dinheiro rápido, sem olhar a fazer amigos para sempre.
As marcas que já existem há muito tempo, aprenderam a fazer, têm laboratórios de investigação e desenvolvimento, escoam com facilidade os seus productos, têm retorno de informação fidedigna dos clientes ao longo dos anos, e por isso têm mais facilidade em produzir material bom.
Assim sendo, o acto de compra é o primeiro passo para que não tenhamos de nos preocupar demasiado com a questão... rotura de linha.

2- O segundo detalhe prende-se com o diâmetro da linha.

Se pescamos com “zero-grosso”, não há forma de um peixe comum ser capaz de provocar a rotura. Como pode um robalo romper uma linha de 1mm? Mesmo que passe por zonas abrasivas, acaba sempre por restar alguma alma na linha, não tocada, e isso é suficiente para nos permitir rebocar o peixe à superfície. Um exemplo muito corrente é a subida de um safio, que tem dentes muito abrasivos, e que chega ao barco com a linha muito raspada, mas chega, desde que grossa.
Será isso a solução? Se optarmos sempre por linhas “gordas” estamos a salvo de uma rotura e já está?! Não, nem de perto. Porque não esqueçamos que os peixes têm olhos, e têm sensores laterais. Entendem vibrações muito ténues na água. E basta-lhes não morder a amostra para evitar a série de problemas a seguir. Se nós não obtivermos a picada, não pescamos. E isso quer dizer que quanto mais grossas as linhas, menos possibilidades temos de sucesso. O nosso trabalho começa apenas no momento em que o peixe morde.
É isso que lhe pedimos, o resto é trabalho nosso. Mas para que o peixe se decida, para que “levante” na direcção da nossa amostra/ jig, há que dar-lhe razões para que acredite que vale a pena, que aquilo que está a brilhar à sua frente, é mesmo um peixe vivo. A linha de 1mm neste caso vai retirar-nos todas as possibilidades de sucesso. À medida que baixamos no diâmetro, as nossas probabilidades de êxito aumentam. E qual o limite? Quando é que já estamos “finos” demais? Estamos a pescar com um diâmetro demasiado fino quando temos roturas que já não dependem da nossa capacidade técnica de manusear o peixe com a linha que temos. Se depois de fazermos tudo o que sabemos, se aplicamos uma técnica correcta e ainda assim a linha rompe, então estamos demasiado curtos de linha. Deixem-me dizer-vos que os vossos limites mínimos estão muito abaixo daquilo que julgam. Conheço pessoas, tecnicamente muito dotadas de mãos, que fazem pesca com linhas que terão porventura metade do diâmetro daquilo que os meus queridos leitores acham que é o limite mínimo de trabalho. Os números podem ser assustadores, mas pescar um pargo de 9.5 kgs com um multifilamento de 0.2 e chicote de fluorocarbono de 0.18mm pode parecer estranho, mas faz-se. O Raúl Gil explica-vos como. Eu pesco com linhas entre o PE 0.6 e o PE 1,5, e faço peixes em quantidade e qualidade. Relativamente a chicotes, nunca aplico mais de 0.33mm e isso chega-me para trazer a seco peixes ditos” grandes”. Mas já pesquei em África com cabo de aço de 3mm na baixada, ….tudo depende do que se quer fazer. Se pescamos peixes fortes, com duas vezes o nosso tamanho, de que serve pescar fino? Com sorte nem chegam a saber que estavam presos por uma linha...

3- O tipo de linha.

Não é igual pescar com nylon, (mais barato) ou com fluorocarbono. São productos diferentes, e oferecem possibilidades e capacidades diferentes. O nylon é normalmente mais macio, mais agradável ao tacto, mas mais elástico e menos resistente à abrasão. Passamos por cima da questão da visibilidade, da refração da luz, por não se enquadrar no tema “ baixada” que estamos a desenvolver. Basicamente o nylon acusa o facto de reter nas suas espiras a forma, a memória da bobine onde é enrolado, é muito mais elástico, (com o que isso nos pode prejudicar em termos de eficácia de ferragem…), e não suporta o atrito das pedras, ou até da areia, quando o peixe o raspa na sua tentativa de fuga. Tem a aparente vantagem de ser uma tecnologia de fabrico mais barata, e muito “treinada” em termos de produção.
O fluorocarbono é um polímero com características diferentes, melhor em quase todos os aspectos, e é em definitivo aquilo que hoje em dia mais se utiliza para realizar baixadas. Porque é mais caro que o nylon, os fabricantes optaram por disponibilizar esta linha em bobines mais pequenas, com metragens que podem ir dos 30 aos 150 metros. A diferença de preço é justificada pela superior qualidade, mas também pelo cuidado com que a linha é apresentada, normalmente com uma banda elástica de cobertura, (no sentido de proteger dos raios UVA, sendo que muitos deles são fornecidos dentro de uma caixa que os preserva. De evitar, quando falamos de linhas quer de nylon quer de fluorocarbono, a contínua exposição ao sol, ou mesmo a lâmpadas que inevitavelmente emitem ultravioletas. Queremos ter confiança nas nossas linhas, e isso começa por termos a noção de que as devemos armazenar em locais seguros. Quando chega o momento decisivo, quantas vezes uma luta que dura poucos segundos, queremos que o peixe suba, não que nos parta a linha de imediato.




Posto isto, e com estes elementos na mão, vamos então avançar para questão do comprimento da baixada. A pergunta é curta, rápida e precisa, mas a resposta não o pode ser. Sob pena de ficar algum detalhe por escalpelizar.
O Fernando Santos parte do principio que a pesca é feita em cima da pedra. Nem sempre. Mas partindo do pressuposto que efectivamente o é, então ainda temos a considerar se pescamos sobre pedra alta, dura, ou se tratamos de baixo relevo, eventualmente um arenito, pedra muito mais macia, que se desfaz ao contacto. Há pedras que resultam da compactação de areias durante milhares ou milhões de anos, e que pese embora tenham o aspecto de pedra, na verdade são muito mais uma amálgama de areia endurecida. A matéria que a constitui já foi areia simples, pequenos grãos que rolaram o suficiente para chegar ao mar. Aí depositados e por força de ficarem prensados por outros sedimentos, acabaram por ganhar uma estrutura mais consolidada. Mas à qual falta a dureza molecular de uma pedra basáltica, ou um granito. Isto para explicar que por vezes a linha passa nesta “pedra” e a sua resistência é suficiente para a desfazer, para não ficar demasiado afectada e permitir que a linha aguente o suficiente para permitir a captura. A rugosidade, a perda de brilho, no fundo aquilo que nos indica ter havido fricção, acabam por nos informar que algo se passou. A partir daí, temos a oportunidade de a substituir imediatamente, no local, ou de lançar mais uma vez. Se o fizermos, se ignorarmos os sinais de desgaste, essa é a última vez que vamos ver esse jig/ amostra, porque o próximo toque é o último. A linha irá inevitavelmente romper.
A zona onde pesco tem muita pedra macia. É normalmente pedra que faz buracos, tipo queijo suíço, e é a preferida pelos peixes. Porque lhes garante a segurança que rocha dura e sem buracos nunca poderá oferecer. Na ponta do Cabo Espichel, ou no Cabo Sardão, temos lajes lisas, com poucos rasgos. Mas na costa sul da Arrábida temos pedra que abre buracos muito interessantes, que metem todo o tipo de peixe que entoca, safios, abróteas, fanecas, sargos, douradas, etc. Se é fácil encontrar robalos a planar sobre zonas de lajões lisos, (as potenciais vitimas não têm onde se esconder), já bem mais difícil é encontrar aí os peixes que precisam desesperadamente de uma cobertura para se proteger. Para se esconderem. O tipo de peixe está umbilicalmente ligado à estrutura do fundo existente. São um caso à parte os peixes pelágicos, que vivem no azul, em águas livres, e que apostam tudo no número, na quantidade de elementos do cardume, e não na criação de defesas pessoais. Uma sardinha não faz sentido num buraco, mas um rascasso ou safio fazem. E por isso, o tipo de fundo determina a existência desta ou daquela espécie. Se pescamos peixes predadores, pescamos aqueles que apenas utilizam o fundo para se ocultar, para preparar as suas emboscadas, não dependem dele para sobreviver aos ataques de outros. E esses podem estar em qualquer tipo de fundo.
Quando a rocha sobre a qual pescamos é dura, e mais ainda se é do tipo facetado, ou ainda pior aquilo que chamamos na gíria de “dente de cão”, pedra com arestas vivas, nesse caso, estamos a trabalhar sobre uma estrutura que nos exige um outro tipo de cuidado.
A Varivas lançou um producto absolutamente espectacular para este tipo de pedra, o fluorocarbono Varivas com cobertura de titânio, que resiste até onde se pode resistir à fricção.
É o seu topo de gama, e paga-se a si próprio em peixe. Quando as condições são mesmo muito difíceis, se o risco de rotura é elevado, esta é a linha. Tem um preço bobine de 15.50€.


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Para que tenham a noção da resistência desta linha, digo-vos que, acidentalmente, e estando eu a pescar ao fundo com isca, concretamente filetes de cavala, tive o azar de ferrar uma tintureira com cerca de 25/ 30 kgs, pela comissura da boca, ou seja, com parte do anzol e linha fora do alcance dos dentes.
A baixada estava preparada para pequenos peixes, com um estralho feito em 0.33mm. Com esta linha, e utilizando uma cana de carbono muito ligeira, peso de 125 gramas, trabalhei o peixe durante 10 minutos e consegui encostá-lo junto ao barco. Sem rotura do fluorocarbono, que terá roçado
inúmeras vezes na pele áspera do tubarão, que como sabem é lixa pura! Outra linha de inferior qualidade teria rompido de imediato. Na circunstância, a tintureira foi libertada, mas tratando-se de um peixe de outra espécie, teria conseguido meter-lhe a rede por baixo, e tudo isto com uma insuspeita linha fluoro de…0.33mm. Apostar em material de qualidade dá-nos muito peixe extra, que em condições normais iria inevitavelmente embora.




Estamos a evoluir na questão do comprimento da baixada, mas ainda nos falta saber algo mais.
Se a nossa linha multifilamento tem pouca elasticidade, e é disso mesmo que nós necessitamos para conseguir ferrar bem, com eficácia, também nos traz dois problemas que em nada ajudam: a sua visibilidade, e a sua baixa resistência ao atrito.
Os multifilamentos, extremamente resistentes em termos longitudinais, rompem no entanto muito facilmente ao contacto com a pedra. Assim, aquilo que fazemos é corrigir este défice de comportamento, adicionando nos últimos metros um chicote feito de um polímero, preferencialmente um fluorocarbono.
Com isso, melhoramos desde logo a questão da visibilidade da baixada, e ganhamos pontos no contacto com as pedras. Mas quantos metros devemos deixar?
Sabemos que quanto mais multifilamento tivermos entre a nossa cana e o peixe, mais sensibilidade temos na linha. Os multifilamentos têm uma elasticidade quase nula, 0.3% em média, muito inferior a qualquer linha de nylon ou fluorocarbono. E isso ajuda-nos a reduzir o tempo de percepção do toque do peixe. Entendemo-lo mais depressa, porque a linha dá-nos a informação quase em tempo real. O peixe toca em baixo e essa vibração sobe pela linha até nós. Sentimo-la na mão e conseguimos ver o efeito desse toque na ponta da cana. Mas é algo que se passa bem longe de nós.
Não esqueçam que entre a ponteira da nossa cana e o peixe podem distar 50/ 80 metros de distância, ou mais. Um nylon de qualidade média é de tal forma elástico que absorve muita desta informação. Quando reagimos, podemos estar a fazê-lo tarde demais, com o peixe já informado de que algo não vai bem “no reino da Dinamarca”..., algo não corresponde ao padrão comportamental das suas presas habituais.
Queremos também que a pancada do peixe o faça cravar-se no anzol do assiste, se pescamos jigging, e para isso ter uma linha pouco elástica ajuda sobremaneira. O esforço necessário de penetração do anzol é menor quando temos um peixe a bater contra algo mais rígido. Se tivermos entre nós e o peixe um ...elástico, temos de vencer esse efeito de alongamento da linha.
Assim, ter mais multifilamento da cana ao jig ajuda a reagir mais rápido, porém a sua alta visibilidade prejudica-nos. Por isso, e considerando que necessitamos desta invisibilidade, que as nossas águas costeiras têm uma visibilidade média de 3 a 5 metros verticais, e ainda que as pedras onde pescamos poderão ter dois ou três metros de altura, já estamos quase a chegar ao ponto de poder decidir.
Dá-se ainda o caso de, na maior parte das situações, estarmos a pescar em barcos baixos, onde estamos muito perto da água. E por isso, não necessitamos de canas demasiado longas. Tomemos como bom o comprimento de 1.80 a 2 metros de cana.
Porque somos muito bons a fazer nós, vamos acreditar que sabemos fazer um FG entre o multi e o fluorocarbono. Este nó, que abraça o fluorocarbono na perfeição, passa bem nos passadores, sem causar demasiado atrito. Ainda assim, temos de ter a noção de que sempre que chegarmos ao fim da nossa recolhida de linha, teremos o nó a bater dentro dos passadores. Para pessoas menos cuidadosas a elaborar os seus nós, isso pode ser um handicap tremendo, porque passam a ter um estorvo que “encrava”, que não deixa a linha correr fluída sobre a cana. Quando o trabalho é muito mal feito, pode dar-se o caso de a linha ficar com o nó bloqueado num dos passadores mais finos. E isso obriga a ter de puxar a linha à mão, até ficar com a baixada fora da cana. Já perceberam que esta pessoa teria toda a vantagem em aplicar uma baixada de tamanho ligeiramente inferior ao tamanho da sua cana, digamos 1,70 mts.
Outras pessoas, com mais habilidade de mãos, fazem nós perfeitos, que passam muito bem pelo interior dos guia fios, e por isso podem deixar 2,5 ou 3 metros de baixada.

Atendendo ao custo dos fluorocarbonos, é de bom tom poupar linha. Assim, chegamos ao ponto de “rebuçado” das baixadas, que é o seguinte:

1 - Se estamos a pescar peixe miúdo, até 2 kgs, o qual não força em demasia a linha, e se não pescamos demasiados peixes, podemos começar por fazer uma baixada de 3 metros e mantê-la até acusar fadiga.

2 - Isso não significa ficar com ela feita durante semanas, o espaço temporal será de uma a duas saídas de pesca. Ou mesmo só uma, se as coisas “aquecerem” com peixe grosso.

3 - Caso o esforço da linha tenha sido demasiado, então manda a prudência que se mude a baixada. Porquê arriscar uma rotura se está nas nossas mãos evitá-lo?! Não nos custa perder peixes grandes?!

4 - Eu mudo de imediato a baixada se pesco um peixe acima de 10 kgs que me force a uma peleia mais dura. Não vou querer arriscar o segundo peixe com o mesmo nó, ou sequer os mesmos 3 metros de linha fluorocarbono. Faço isso em menos de dois minutos, no local.

5 - Partindo do princípio que não houve esforço extra, utilizamos a baixada durante algumas horas, e a seguir cortamos os últimos 30/ 40 cm de linha e voltamos a fazer um nó palomar no jig.

6 - Deixar o chicote é uma coisa, mas aproveitar os nós é outra. Nunca por nunca deixar os nós feitos de uma para outra sessão de pesca. Isso é ter pouco amor aos jigs, porque vamos perdê-los de certeza, a linha irá partir junto ao nó velho, por desgaste.

7 - Linhas baças, roçadas, sem brilho se quiserem, são linhas à quais lhes aconteceu algo de ruim, e que não nos oferecem garantias de qualidade.

8 - Utilizamos as baixadas duas vezes, dois dias de pesca, e então mudamos. Somos nós a pessoa certa para decidir se vale a pena ou não, depende daquilo que aconteceu nesse dia de pesca.

9 - É trabalho que deve ser feito em casa, no remanso do lar, com cuidado, disfrutando do prazer de antecipar uma boa pescaria.

Todavia, a meu ver, é sempre útil deixar inicialmente pelo menos 2,5 metros de baixada, porque podemos querer mudar de jig, e aí, caso o comprimento inicial seja demasiado curto, já iremos ficar curtos de linha.


Bruno Cabrita, um dos melhores pescadores nacionais, …pesca fino, e não é por isso que deixa de pescar bons peixes.


E com isto, parece-me que podem decidir facilmente qual o comprimento de linha a deixar. Não vejo qualquer tipo de vantagem em deixar terminais de 8 ou 10 metros de comprimento, por serem inúteis.
O comprimento da baixada depende de vários factores e cada um deve ajustar à sua forma de pescar, ao seu equipamento de pesca, aos locais onde pesca.
Mais uma vez chamo a atenção para a não universalidade de qualquer solução: não será igual sair ao mar em Portugal continental, em águas sempre meio turvas, ou estar nas ilhas, em que a visibilidade vertical pode ultrapassar os 20 metros, nem será igual pescar a 30 metros de fundo ou a 300 mts de fundo.
A cada um a decisão de escolher aquilo que entende ser mais equilibrado.
Já quanto ao facto de se pretender uma solução em que o peixe não tenha “qualquer possibilidade de fuga”…não. Isso não! Que horror!
O quanto necessitamos que os nossos peixes nos escapem…o quanto necessitamos que a pesca seja... difícil.



Vítor Ganchinho



6 Comentários

  1. Fernando Santos10 maio, 2022

    Olá Sr Vítor !

    Está muito bem respondido, com sempre espetacular !
    Muito obrigado e forte abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu que é agradeço a colocação de dúvidas, Fernando! Estou e estarei sempre disponível.

      O meu amigo já fez a caldeirada daquele safio que o deixou cheio de artroses nos braços?.....

      Um grande abraço!
      Vitor

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    2. Fernando Santos10 maio, 2022

      Olá Sr Vítor !
      Nem me diga nada !! A trabalheira que o bicho deu, ainda sinto os músculos doloridos do antebraço :) :)
      Foi o jantar de Domingo, pra estar mesmo fresco e ainda tenho postas congeladas pra oferecer a minha sogra.
      Espetacular!!

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    3. Boa tarde Fernando Cheguei agora mesmo do mar. Ao ler isto, ocorreu-me que o meu amigo deve ter reservado para a sua sogra ( por mais santa que seja...) a parte do safio que vai da ponta da cauda até um palmo adiante. No meio de uma floresta de espinhas, deve haver algo que se morda...
      Eu digo ao meu sogro, que é agricultor, algo como isto: " _Meu amigo, você não sabe nada de plantação de feijão, nem de fazer filhas".....



      Abraço
      Vitor

      Eliminar
  2. Fernando Santos11 maio, 2022

    Olá Sr Vítor !

    É isso, cada um tem a parte do safio que merece (risos).
    Na saída de hoje apareceram os sarrajões ? Já andam aí novamente ?

    Forte abraço !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia Fernando Desta vez saí para uma zona diferente. Vamos deixar descansar as anchovas e sarrajões por uns dias, para terem tempo de recuperar. Eu nunca massacro uma zona mesmo sabendo que existe lá peixe de qualidade. Os ecossistemas necessitam de repouso natural.
      Temos tempo e muitos dias de mar com qualidade para podermos voltar lá. O tempo está muito estável e isso ajuda.

      Abraço
      Vitor

      Eliminar
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