O VERÃO TRAZ OS "TURISTAS"...

Podemos brincar com as deslocações de peixes que nos chegam com as águas quentes de Verão, mas o assunto é muito mais sério do que parece.
Nem todas as espécies são de facto bem vindas, e entre elas, um famigerado peixe balão venenoso, que anda por Sines.
Outros nem tanto, são peixes que poderiam acrescentar algo ao “erário” dos pescadores portugueses, e entre eles os pargos lucianos, já capturados no Algarve, e as garoupinhas e encharéus açorianos. Estes últimos, crescem e dão luta acirrada a quem os tenta com as linhas e jigs. Exemplares acima dos 10 kgs já dariam que fazer ao pessoal dos artificiais, sendo um peixe que vai à mesa à posta, com bons resultados. Já os vi por cá, sobretudo em Sesimbra, mas apenas juvenis, com pouco peso, a não exceder os 500 gramas.
Mas há uma esperança que apareçam, à conta do aquecimento global das águas, bem como outros que estão apenas à espera das melhores condições.



Na verdade, não vem mal ao mundo se aqui chegar uma garoupinha de nome “Serranus atricauda”, porque estas malandras crescem bem mais que as nossas “ganopas”, as garoupinhas, “Serranus cabrilla”, que são muito voluntariosas, mas ficam-se por míseros 100/ 200 gramas.
Esta que vêm abaixo, e que foi pescada pelo meu colega Carlos Campos, é uma digna viajante, eventualmente dos Açores. Não sendo caso virgem, aparecem algumas todos os anos, convém saber que não são raras as que chegam acima de 1 kg naquelas águas nacionais.
E nem seria despropositado que se dessem bem aqui no continente, porque são maravilhosas para comer, de toda a forma e feitio.


Esta garoupinha pode chegar ao 1,5 kg, o que a torna um peixe interessante para técnicas de pesca ligeiras.


Estes peixes têm uma reprodução rápida e atingem peso considerável para a espécie. Seria um daqueles peixes que não se perdia de termos por cá, porque são agressivos, voluntariosos, e bons na mesa.
Estou certo que fariam as delícias do pessoal da pesca vertical, porque são autenticamente “suicidas”... e isso dá jeito a quem precisa de uma ajudinha...




Para além de tudo, temos também aqueles que, no seu estado juvenil, muito fazem por “atazanar” os turistas que vão à praia: os peixes-aranhas.
São um autêntico flagelo, e acabam por ser perigosos para quem caminha na areia descalço. A sua picada provoca dores intensas, (foi objecto de estudo detalhado há poucos dias aqui no blog) e estão muito ligados ao Verão, e à presença de milhares de pessoas com os seus pés desprotegidos.
O Carlos Campos não lhes perdoa, e faz duplas com os seus jigs, conforme podem ver abaixo:


Este peixe é de tal forma agressivo que é raro não aparecer um a cada lance, nas zonas da sua “jurisdição”.


Conheço um sítio onde são comuns todos os dias do ano, e atingem mesmo pesos importantes, na ordem de 1 kg.
Faço passagens periódicas pelo local, porque tenho o fraquinho de gostar de os comer, desde que com um peso aceitável. São de uma carne branca e firme que vai muito bem cozida. Ou grelhada, se forem mesmo XXL, conforme aparecem no dito sítio...
O cuidado de os desferrar tem mesmo de ser total, porque a menos picada já implica “trabalhos forçados”, a exigir conhecimento.
Não deixem de ler o artigo anterior sobre peixes venenosos, se tiverem dúvidas.

Uma dupla bonita, de peixes de médio tamanho. O limite de peso é bem superior a este, mas não deslustram.


Importante é conseguirmos ir ao mar em segurança, e melhor ainda se não deixarmos rasto da nossa presença.
A maioria das pessoas não o faz, por razões de consciência cívica. Cada vez mais vejo exemplos de respeito pelo mar, por parte de pessoas ganhas para a causa da necessidade de manter os oceanos limpos. Mas ainda há gente, sobretudo de gerações mais antigas, que de higiene marítima tem apenas uma noção muito difusa. Ou nenhuma.
São essas as pessoas que deitam garrafas de plástico, copos de plástico, e... latas de conserva.
É difícil fazer crer a essas pessoas que esse tipo de resíduos irá ficar anos e anos a sujar os nossos fundos. E no caso dos plásticos, irá inevitavelmente para à nossa alimentação, depois de ser micro-triutrado pela acção do sol, dos salitres, etc. Os peixes irão comê-los e nós estamos a seguir...
Vejam o estado a que pode chegar uma lata de conservas, abaixo.


Este exemplar está guardado na GO Fishing, para lembrar que nós nascemos, crescemos e morremos, e estes objectos ficam por cá...


Está nas nossas mãos fazer com que a reciclagem seja algo efectivo nas nossas vidas. É um dever de cada um de nós.



Vítor Ganchinho



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