Tenho amigos que gostam de pesca, gostam muito de fazer spinning, mas, ou porque enjoam a andar de barco, ou porque enjoam a pagar aquilo que um guia de pesca embarcada cobra pelos seus serviços, ou porque o guia de pesca enjoa de os levar e ver os esforços que fazem para marcar pontos no GPS do seu telemóvel, ou os olhares que lançam na direcção da costa, procurando tirar pontos de referência, (….!), acabam por não ter condições para fazer saídas com quem está habituado a ir pescar.
Os guias sabem quando e onde vale a pena, porque passam uma vida ligados ao fenómeno da pesca. E por isso mesmo, por passarem muitas horas no mar, serão pessoas informadas, com ideias precisas daquilo que se pode fazer, onde, quando e como.
Os bons locais são joias demasiado preciosas para poderem ser desbaratados. É responsabilidade de quem os conhece zelar por eles, protegê-los. Mesmo de quem quer pagar para ir lá.
Há pessoas que tentam de tudo para saberem onde é, mais do que saber como é, ou quando é. Pensarão que depois de saberem em que local se pode pescar, já tudo estará feito. Não é exactamente a mesma coisa.
Saberem “onde é” apenas lhes diz isso mesmo, a localização, mas fica a faltar algo mais. E esse algo mais não é passível de ser pago.
Digamos que são sempre boas pessoas, mas daí até alguém poder aceitar prescindir dos seus melhores sítios de pesca a troco de meia dúzia de euros, ou de nada, vai um passo muito grande. Os guias não vendem pedras, vendem saídas de pesca!
Os preços dos combustíveis são elevados, e nem todas as pessoas, eventualmente até proprietárias de barcos, querem gastar dinheiro a prospectar zonas imensas de mar, a experimentar locais, a esvaziar depósitos de combustível com resultados próximos do zero.
A solução boa e económica é ir uma vez, ver onde é, (ter um ponto de referência de onde começar a procurar, um “mais ou menos por aqui”...) e a partir daí, encontrar grupos de amigos que queiram ir e partilhar despesas.
E entretanto, o local “secreto” do guia de pesca deixou de ser secreto, e passa a ser em meia dúzia de dias um verdadeiro deserto. Porque enquanto houver um peixe, é para pescar.
Os guias de pesca preservam os seus locais. E têm de o fazer, sob pena de deixarem de ser guias de pesca e passarem a ser motoristas de passeios de barco.
Não imaginam o estado de algumas pedras hoje, depois de eu ter cometido a a asneira de as indicar a amigos que queriam apenas ter um spot onde ir lançar umas linhas.
Um dia levam alguém que marca o local. A seguir passa a informação a outro, e a outro, e no fim, resta “nada” para partilhar. Todos garantem que não, que nunca irão mencionar o local a alguém, mas no fim todos o fazem, de uma ou outra forma.
Robalo pescado pelo nosso jovem leitor Luis D`Almeida, a quem agradecemos o envio desta imagem. |
Também se dá o caso de, e porque estamos a tratar de seres vivos, com necessidades próprias, com exigências de condições de mar muito específicas, poder não ser seguro acreditar que, ao aceitar pagar aquilo que é exigido, seja garantido que a caixa tenha forçosamente de vir para casa cheia de grandes exemplares. Os locais não têm peixe todos os dias, a toda a hora, e por isso mesmo há que ter a paciência de encontrar as melhores condições. Quando elas não existem, ou por excesso de vento, ou por haver demasiada ondulação, ou até por falta de vento e ondulação, (os dias de mar parado, sem corrente e sem vento, são normalmente dias difíceis para algumas técnicas…), os resultados podem ser pobres.
Prever o comportamento dos peixes com semanas de antecedência é um tipo de exercício que eu pessoalmente já deixei de fazer há muitos anos. Aquilo que faço é chegar ao local e adaptar-me ao que tenho à minha frente.
Para isso levo no meu barco diversos tipos de equipamentos, normalmente não menos de 4 a 5 conjuntos, e pesco em função daquilo que me parece ser mais conveniente, perante as condições desse dia.
Isso esbarra de frente com a ideia que as pessoas têm de ter uma cana que dê para tudo…(!), como se isso pudesse existir.
Impressiona-me a forma decidida como as pessoas são capazes de exigir peixes grandes, porque pagaram uma saída de barco. Quantas vezes o valor que investiram nessa saída não paga sequer um terço de combustível gasto... mas o grau de exigência está lá e é bem esgrimido a cada instante ao paciente guia de pesca. No fundo, aquilo que se procura é algo tão simples quanto isto: pagar o mínimo possível, e trazer o máximo de peixe possível. Entende-se que assim seja...
As pessoas esquecem que a pesca é uma amálgama de dezenas de varáveis, os peixes não estão presos ao fundo, e para os pescarmos temos de ser capazes de cumprir e articular um número muito grande de requisitos.
Nem sempre é possível cumprir com as expectativas, e pior quanto mais altas elas são lançadas. Se houve uma tempestade dias antes, se o peixe foi obrigado a mudar de sítio, se não está no pesqueiro, pelo menos ainda, naquele dia ou àquela hora, como pode ser pescado?
Se passou uma traineira e largou e recolheu redes no local, durante a noite, como pode haver peixe para pescar?
A talhe de foice, digo-vos que uma equipa de argelinos e franceses que saiu comigo em Sesimbra, depois de ter feito uma pescaria por sinal bem interessante, manifestou o seu desconforto pela jornada de pesca. Foi a primeira vez que me aconteceu e fiquei devastado.
No fim, e depois de terem degustado lagostas e champagne françês Moet & Chandon, bons queijos e vinhos, e de terem pedido sacos para levar o peixe excedente que não lhes cabia na caixa, disseram-me então, estas seis pessoas, desapontadas, que esperavam ter pescado um atum de 80 a 100 kgs cada um….
Os guias de pesca são pessoas que dedicam muitas horas da sua vida a pescar, a ver o mar, a entender o mar, mas não são nenhuns “Cristos” que possam inventar peixe, ou que, por artes mágicas, consigam fazer de alguém que nunca pegou numa cana, ou tem da pesca apenas uma ideia muito fosca, esbatida, um pescador habilitado a pescar gigantescos exemplares. Aquelas pessoas estavam ao nível de cavalas, de carapaus, besugos, abróteas, safios, peixes fáceis, e não de atuns de 100 kgs.
Os peixes grandes merecem-se, são difíceis, e criam problemas que alguém que não sabe sequer segurar numa cana, (e era o caso), pode não conseguir resolver. O guia ajuda, sabe o caminho das pedras, mas não é Jesus Cristo...
Foto Luis D`Almeida. Um robalinho que, pressuponho, terá sido devolvido ao mar. Irá um dia ser grande e forte para nos partir as nossas linhas... |
Quando as pessoas são ultra-exigentes, e acham que estão a pagar demasiado, resta-lhes a solução de adquirirem um barco, de começarem a ter uma ideia da quantidade despesas que lhe estão subjacentes, e muito rapidamente chegam à conclusão que afinal não era assim tão caro. Bom mesmo é ter amigos que tenham barco, mas se não os houver, então a derradeira solução é ir procurar peixe a partir de terra.
O artigo de hoje visa dar algumas indicações de onde e como procurar robalos, e a que horas. Parece-me importante que nesta fase de férias, de evasão das rotinas diárias dos escritórios, as pessoas possam ter uma ideia de como devem começar a procurar locais de pesca.
Acabamos por os encontrar, por exclusão de partes. Se analisarmos todos os parâmetros um por um, facilmente chegaremos à conclusão de que dificilmente algum dia teremos tudo a nosso favor. Nunca acontece!
A pesca faz-se de adaptação, de saber, do conhecimento dos instintos dos peixes, e do que é necessário fazer para tornear os problemas que esse dia, a essa hora, o peixe nos coloca.
Há dados que nem vale a pena considerarmos, porque entramos em desespero se os quisermos todos alinhados: fases lunares, pressão atmosférica, temperatura do ar nesse dia, chuva ou sol, etc. Esses são factores que não podemos escolher para o dia em que finalmente temos a oportunidade de sair a pescar.
E por isso mesmo, temos de os “apeitar” conforme nos chegam, porque pouco ou nada podemos fazer para os mudar. Podemos sim actuar sobre outros factores limitantes, que estão bem mais na nossa mão.
Os robalos são criaturas fantásticas, dotadas de instintos de sobrevivência muito apurados. E precisam de comer.
Estarmos no local onde encontram comida é um princípio basilar que me parece importante. Também temos a considerar que comida sem segurança é algo não sustentável. Não há peixes “kamikazes” porque esses já morreram todos.
Eles protegem-se, e dão a isso a necessária prioridade. A seguir, comem.
Assim sendo, devemos interrogar-nos sempre sobre que locais podem proporcionar segurança, (as redes dos pescadores chegam a muitos sítios, mas não a todos), e alimento. Os peixes fazem o devido balanço entre muita comida e pouca segurança, ou segurança máxima com pouca comida...
Por vezes, o mesmo local pode dar ambas as coisas, mas não ao mesmo tempo. Se uma zona tem sempre muito peixe miúdo, alimento preferido dos robalos, mas está exposta, tem bons acessos à pesca profissional, talvez possa pensar-se que teremos vantagens em estar nesse local muito cedo, antes de os barcos terem visibilidade total para poderem trabalhar. E aproveitaremos devidamente cada segundo para conseguirmos alguns bons robalos.
Com amostras ou com jgs, o importante é conseguirmos estar no sitio certo, à hora certa. |
Outros locais apenas são bons em determinados dias. Se num determinado lugar temos normalmente pouco peixe por não haver agitação marítima, por haver apenas águas paradas e lusas, com poucas possibilidades de caça para o nosso robalo, isso não quer dizer que esse mesmo local não se transforme em zona de caça perfeita, quando existem ondas de 3 metros a sacudir os fundos de areia. A ressaca das ondas transforma um local ruim num local muito bom. A oportunidade surge por alteração das condições habituais.
Dou-vos o exemplo do estuário do Sado, que conheço relativamente bem. As zonas mais baixas têm “encalhes”, têm poitas, barcos ancorados, fundões, rochas, onde o peixe se pode abrigar. O cais da Secil tem pilares, os batelões de atracagem dos barcos não permitem a colocação de redes, logo, há condições.
Para eles, aqueles pilares são uma saída de emergência. Em caso de necessidade, têm sempre uma fuga possível. O peixe tem mais necessidade de segurança que de comida. E ali tem ambas as coisas. E por isso mesmo, há robalos em permanência na foz do Sado.
Outras zonas, apenas têm peixe em momentos muito específicos do dia, e refiro-me concretamente a todos os locais na zona de influência das marés. Se não há água, o peixe não está lá, mas assim que a maré subir o suficiente (a famosa conta de água), aí teremos o nosso robalo a reivindicar o seu alimento.
Certamente nas zonas próximas onde costumam pescar têm também locais que apenas dão peixe a determinadas horas do dia. A madrugada é normalmente amiga de quem faz o esforço de se levantar cedo, de quem se sacrifica. E todavia, esses mesmos pesqueiros onde ferrámos alguns robalos bonitos, não nos darão a menor possibilidade daí a uma hora ou duas. A baixa luminosidade permite a pesca, mas dura pouco, a seguir, o sol levanta e a pesca acabou…
Outro dado importante que vos deixo é este: não subestimem nunca uma zona por ser demasiado baixa! Quando menos esperarem, esse local mete peixe, porque os robalos sabem que é aí que se escondem, e sobretudo durante o dia, milhares de pequenas criaturas que se alimentam e fazem a sua vida à noite.
Os robalos não têm medo do escuro, e sabem perfeitamente onde encontrar comida. Vivem de saber isso.
Também vos quero dizer o seguinte: pode acontecer que tudo num determinado local vos pareça perfeito. Estamos à hora certa, num sítio que nos costuma dar uns robalos, com a maré certa, e com o equipamento de pesca certo. E não resulta. Não temos um único toque.
Não vale a pena atribuirmos isso a factores esotéricos, a causas sobrenaturais, a um mau olhado persistente, a qualquer defeito na nossa amostra.
Nunca esqueçam que os peixes são seres euritérmicos, (vivem perfeitamente em água do mar dos 5ºC aos 28ºC), mas isso não quer dizer que queiram enfrentar em permanência esse desgaste energético.
Nós humanos também aguentamos vento frio, mas se estivermos expostos a ele, procuramos uma zona sem vento, abrigada, por nos sentirmos mais confortáveis... e com os peixes não poderá ser demasiado diferente. Se as águas estão demasiado frias, por haver temperaturas gélidas durante a noite, procuram afundar o suficiente para lhes escapar, e por contrário, se as águas são baixas e estão expostas ao calor do sol do meio-dia, pois baixam à procura de águas mais frescas e necessariamente mais oxigenadas.
Quando o procuramos, não basta estar no sítio certo, à hora certa, é preciso também considerar este aspecto. No Verão, com o sol alto e a temperatura alta, dificilmente teremos robalos em zonas acessíveis às nossas amostras, pouco profundas. De Inverno tudo muda…e passa a ser o oposto.
Voltando à conversa anterior, muitas vezes os clientes que saem nos barcos exigem resultados, robalos grandes e muitos, mas exigiram também uma saída mais tardia, para poderem tomar o pequeno-almoço com tempo, e poderem dormir um pouco mais. E não é compatível. Os guias de pesca não podem reter os peixes no pesqueiro o tempo que for necessário até o cliente começar a lançar... e as razões são todas! Os robalos, tal como nós, precisam de oxigênio para viver e é importante entender que o seu consumo e necessidade de oxigênio aumentam com a temperatura à medida que a taxa de dissolução desse gás no elemento líquido diminui. Assim, à medida que as temperaturas sobem, os robalos buscam zonas mais sombrias, mais frescas. A alternância do dia e da noite dá-lhes a possibilidade de poderem escolher exactamente qual o momento em que terão as melhores condições de temperatura, luminosidade, etc, para poderem satisfazer as suas necessidades alimentares. Eles têm tempo, e podem esperar. Os horários deles, infelizmente não são iguais, e nem sempre se coadunam com os nossos.
Também devemos ter em atenção as condições que o nosso pesqueiro oferece aos peixes que queremos estejam por lá. É uma zona que provoca stress ininterrupto? Um cais de navios com descargas de mercadorias? Com ruído? Uma plataforma de entrada e saída de passageiros? Ou é uma zona remota, afastada de localidades? Trata-se de uma praia ou uma zona de rocha? Não é igual, como devem pensar.
Por defeito, podemos considerar que os robalos irão preferir visitar uma praia à noite e não quando existem milhares de banhistas a pulular na areia. Nesses casos, a pesca é feita à noite, e não durante o dia.
Relativamente a horários de pesca penso que já vos dei pistas suficientes, basta lerem ou relerem alguns dos artigos anteriormente publicados. Em traços gerais, devemos prestar atenção ao seguinte: o robalo, e qualquer outro peixe, tem os seus ciclos de alimentação.
Isso é muitas vezes ligado e desencadeado por parâmetros específicos, como o momento da maré e a intensidade da corrente, mas não apenas...
Para caçar efetivamente, para comer, o objetivo é poder surpreender a sua presa e também ser o menos visível que possa. Por isso a noite, nesta altura do ano em que nos encontramos, começa a ser a favorita para poderem caçar. Para nós, que gostamos de dormir em casa, sobram os finais de tarde, o crepúsculo, e o raiar do dia, de manhã bem cedo, ou seja, os momentos em que já estão activos, e os momentos em que ainda estão activos.
Fora isso, é pedirmos milagres, é querer forçar a natureza a fazer aquilo que nos é conveniente. E quase nunca resulta.
Espero ter ajudado alguma coisa. Pensem nestes detalhes da próxima vez que decidirem avançar para um determinado lugar.
Estas são considerações de ordem geral, e espero que entendam que cada zona do nosso país terá as suas especificidades. O nosso blog é lido em muitos países, à volta do globo. São muito mais países do que pensam...
Os meus leitores dos Estados Unidos, por exemplo, irão desculpar-me por eu escrever sobre aquilo que sinto, e que vejo, nas minhas modestas saídas de pesca deste lado do Atlântico.
Vítor Ganchinho
Olá Vitor. Boa tarde.
ResponderEliminarTenho usado os anzóis da Shout com sucesso, mas enferrujam muito rápido em menos de 1 hora depois da pesca. Tem algum truque para os conservar sem ferrugem durante e após a pesca?
Um abraço e obrigado pelas dicas.
Bernardo Mendes
Boa tarde Bernardo Mendes.
EliminarObrigado pelo seu comentário.
Temos aqui dois dados diferentes no seu texto: menciona o facto de enferrujarem depois da pesca e a seguir pretende um truque para que não enferrujem durante e depois da pesca.
São situações diferentes. Não creio que enferrujem durante a pesca.
Isso acontece, e de certeza absoluta, depois do acto de pesca.
Como solução pode fazer aquilo que eu faço com sucesso absoluto: eu coloco todos os jigs utilizados numa pequena caixa, à parte de todos os restantes não utilizados. Não misturo os que foram à água com os que não foram nesse dia eleitos para a função.
A seguir, chego a casa e lavo-os, sempre, com água doce. E tenho algumas dúzias de assistes SHOUT à muito tempo, em perfeitas condições, sem oxidação. Mas eu lavo-os sempre, nunca me esqueço. Os meus estão perfeitos, e os de centenas de pessoas por esse país fora também.
Quanto à questão da oxidação, ela não só é necessária, mas também obrigatória. Certamente concorda que um peixe que lhe rompa a linha não deve ficar para sempre com dois anzóis cravados na boca. Aquilo que acontece é que os anzóis oxidam, e a dada altura caem por si. O que está correcto, do ponto de vista ambiental.
Todos oxidam, mais tarde ou mais cedo, e se quiser saber mais sobre o assunto, leia um artigo escrito anteriormente, que foca a questão da ferrugem, e do tempo de oxidação dos metais quando em contacto permanente com o cloreto de sódio.
Eu utilizo os assistes da SHOUT por serem aqueles que me dão o melhor rácio contacto/ captura. Nada como eles para prender um peixe que morde apenas ligeiramente, por serem muito afiados, por terem uma cobertura de teflon sobre o metal que facilita uma penetração ainda maior. Por outras palavras, quando a maioria deles apenas espeta, quantas vezes sem a barbela passada para a carne da boca do peixe, os da SHOUT cravam, escorregam para dentro e perfuram osso. É o que nós necessitamos, para garantir capturas.
Boas pescarias para si!
Vitor
Muito obrigado pela resposta, Sr.Vitor. Também para mim são os que dão melhor rácio contacto/captura, e, adicionalmente, agarram mais carne do peixe ao ferrar, muitas vezes, de tão leves até ferram os dois juntos no mesmo sítio da boca da corvina ou robalo. Apenas tive esse problema com o oxidar, mas talvez os comece a guardar numa caixa pequena, fechada, até chegarem a casa em vez de irem expostos à água e vento na viagem de regresso. Outra causa que pensei, poderá ter sido também o uso do alicate de metal para tirar os anzóis da boca do peixe, que poderá estar a retirar o revestimento de Teflon dos anzóis da Shout! . Irei colocar uma protecção de borracha no alicate de tirar os anzóis da boca do peixe, mas sinceramente não me vejo a tirar estes anzóis da boca do peixe sem ser com alicate, é que basta um toque e furam até o osso, hehe. Por vezes, ao mínimo toque do peixe já estão enfiados osso dentro. Já não por uma vez, o próprio anzol me fez ikijime ao peixe ao ferrar o osso no meio dos olhos, em peixes mais pequenos.
EliminarGrande abraço e que tudo lhe corra bem, obrigado pela longa explicação e pelas suas publicações.
Olá Bernardo Mendes
EliminarEu costumo precisamente avisar as pessoas de que devem ter um cuidado extremo no momento da desferragem. Os anzóis Shout são extremamente afiados, e depois disso têm aquela cobertura, que os faz ..."escorregar" ainda mais para dentro. Quando tratamos de peixes grandes, que são muito impulsivos e têm força para, a qualquer momento dar um esticão mais brusco, é preciso ter cuidado quando colocamos a mão nos anzóis. A qualquer momento pode acontecer um acidente. Por isso, desferrar com o alicate é mais avisado.
Há peixes que são bolas de força, o caso dos sarrajões, ou dos pargos, os mais habituais neste tipo de casos. Depois de o anzol estar cravado num dedo, é um problema duplo: tem o peixe e o dedo, ...presos.
Sobre a oxidação: eu tive oportunidade de, em Kochi, Japão, falar com as pessoas da Shout, num dia em que fomos pescar juntos. E eles dizem que o intuito da marca é produzir um aço que seja, ao mesmo tempo, leve mas resistente. Tentam fazer uma harmonia perfeita entre a espessura do arame, que querem fina, para espetar melhor, e a resistência mecânica, que se quer máxima. Para isso, introduzem uma quantidade de carbono no metal que o torna mais "vibrante", mais elástico, mas que, inevitavelmente, o torna mais sensível à oxidação.
Por isso, se lavar bem com água doce, deixa de ter problemas. Nem que tenha de levar uma pequena garrafa de água...
Eu não tenho esse problema, depois de pescar,, numa hora estou em casa, e lavo os materiais todos.
Nem acho que valha a pena proteger com WD40, ...acho que não faz falta.
Posso dizer-lhe ainda que nem todas as águas de mar são iguais. Zonas que ficam junto a portos, pontões metálicos, marinas, etc, têm metais oxidados, e promovem mais rapidamente a oxidação de tudo o que seja metálico. Nos motores marítimos inclusivamente utiliza-se um zinco, para absorver esse efeito de degradação.
Os romanos já conheciam o fenómeno, já utilizavam os bimetais, sendo que um deles era sempre o que levava a "pancada".
Um bom dia para si!
Vitor
Olá Vítor. Eu realmente gosto de ler seus artigos. Eles são instigantes e muito informativos. Estou começando a pescar no mar da costa com equipamentos de spinning.
ResponderEliminarToda a minha vida pesquei em água doce na Espanha, e agora me deparo com cenários bastante diferentes, embora possa transferir alguns conceitos fundamentais para a pesca de água salgada. Acho uma grande motivação nisso 😄.
Há uma semana passei vários dias a pescar na costa da baía de Setúbal. Era a primeira vez que lançava amostras no mar. Foi uma experiência muito emocionante e tive a sorte de pegar meu primeiro robalo ao amanhecer e ao anoitecer, pesca de superfície.
Obrigado e desculpe a tradução do google 😅
Bom dia Pedro
EliminarObrigado pelo contacto e pelo apoio. Vamos continuar a escrever sobre pesca e mar, há muito para dizer.
A época é excelente para fazer spinning costeiro. Apenas exige algum sacrifício quanto à hora de estar presente nos locais. Na baía de Setúbal, que conheço bem, procure pescar, se puder, nas " Três Irmãs" , as pedras na margem direita do sado, na saída do Estuário.
Aí, tem sempre robalos.
Eu falo Espanhol também, se quiser.
Saludos!
Vitor