SOBRE A ISCAGEM DOS ANZÓIS

Foi-me solicitado por um dos nossos colegas pescadores que exemplificasse a iscada com filete de cavala.
Não tem nada de extraordinário, porque será certamente dos iscos mais simples e fáceis de iscar, mas a oportunidade surgiu e há que dar-lhe resposta.
Vou fazê-lo hoje, pedindo as minhas desculpas pelo atraso na contestação solicitada já há umas duas semanas. Mas pareceu-me por bem ilustrar com imagens esta questão e nem sempre tenho um dos meus colegas de pesca habituais, o Carlos Campos ou o Gustavo Garcia …à mão.



Vejam o filme:

Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade


Mesmo quando são grandes, podemos sempre filetar de acordo com as nossas necessidades. Uma boa faca resolve todos estes problemas.


Desde 13 a 19 euros, existem coleções de facas japonesas à venda na GO Fishing que fazem este trabalho na perfeição. Clique AQUI para visualizar.


Convém dizer que a opção por cavala é por mim feita por ser a melhor solução quando analiso uma diversidade de factores, tais como:

- Custo efectivo da isca. Para mim resulta gratuito conseguir cavalas.

- Facilidade de obtenção. Elas estão em todo o lado e a qualquer hora, disponíveis.

- Solução rápida. Ser-me-ia bem mais complicado ter de me deslocar a qualquer lado para ir comprar qualquer outro tipo de isco. Gastaria dinheiro e sobretudo...tempo.

- Poucos meios necessários. Tenho sempre a bordo uma cana de jigging e uma caixa de jigs, por isso estou sempre equipado para elas.

- Isca fresca, de excelente qualidade. Porque todos os peixes a comem, sinto que estou bem quando pesco com cavala.

- Boa resistência mecânica aos puxões dos peixes. A cavala é mais resistente que a sardinha, mesmo quando esta é fresca.

- Facilidade de preparação. Corto os filetes do tamanho que quero, de acordo com aquilo que penso estar no pesqueiro. Até inclusive posso utilizá-la como isco vivo, se for o caso, para atuns, corvinas ou pargos.


As vantagens serão muitas mais, mas estas só por si parecem-me suficientes.
Espero ter ajudado a esclarecer.
Em caso de dúvidas, agradeço que as coloquem no blog, no campo dedicado a esse fim.

Boas pescas para vocês!



Vítor Ganchinho



2 Comentários

  1. Viva!

    E quanto ao fio de atar? Nunca considera nas suas pescarias? Acha que existe alguma desvantagem na apresentação da iscada se colocarmos à volta esse fio na cavala? Sempre tive essa dúvida. Um abraço e obrigado

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia Rodrigo Cruz

      Excelente questão!

      Na verdade nem por um segundo eu equaciono a utilização de fio de atar. Porventura pelo facto de não ser pescador de surfcasting, onde admito que a sua utilização pode ajudar a proteger as iscadas de uma acto de propulsão que tem tudo para as danificar. O esticão necessário ao lançamento de uma isca que queremos projectar a uma grande distância, pode beneficiar da utilização de um elástico fino.
      Mas na pesca vertical, é minha opinião de que perdemos imenso em ter iscos demasiado firmes no anzol. Em todas as vertentes que possamos analisar.
      Dou-lhe uma pista: se estiver a pescar com mais uma série de pescadores no mesmo barco, repare que aqueles que utilizam o elástico são sempre aqueles que pescam menos.
      Aquilo que na gíria se chama de "fazer o pesqueiro" não é mais do que concentrar o peixe debaixo do barco, num determinado ponto. Se o quiser fazer, se quiser mesmo deslocar o pescado para o seu ponto de pesca, não tem mais a fazer que não seja deixar que o isco cumpra a sua função de pescar um peixe, deixando-o no sitio após ferragem. Deve ficar sempre no local, porque isso irá atrair outros peixes para a sua zona de pesca. E volta a lançar isca, e volta a ferrar, e a isca a ficar naquele ponto preciso. Com o tempo, aquilo que vai acontecer é que o peixe grosso irá entrar em frenesim alimentar, lançando-se de imediato assim que a isca bate no fundo. A dada altura, vai tê-los a tentar passar à frente de todos os outros, subindo alguns metros na coluna de água. Pode ver isso na sonda.
      Quando chegam a este ponto, vai ferrar sucessivamente peixes bons, sem qualquer dificuldade porque a competição entre eles obriga-os a ser muito menos cuidadosos. Quem come é quem chega primeiro! E enquanto houver isca no fundo a ser disputada, vai ter peixe para pescar. Eu nessas fases utilizo sardinha velha, meio podre, mole, daquela que vai duas vezes ao mar e ainda "aguenta" uma terceira vez. Quanto mais mole e "deslavada" melhor, porque se torna mais fácil de retirar do anzol. Aquilo que quero é que os peixes a disputem, que lutem entre si, que tenham de ser rápidos a reagir à queda da isca. Quanto menos tempo lhes dermos, menos cuidados eles podem ter. Chama-se a isto estado de "frenesim alimentar" e é o ponto máximo em que pode ter o peixe a comer as suas iscas. Isto é feito com isca macia e fácil de sair do anzol. Não queremos, por nada deste mundo, que a isca aguente a ferragem e venha para cima. Nem pensar nisso. Queremo-la a ficar em baixo, num ponto preciso: o nosso pesqueiro! Não é muito justo para os nossos colegas de barco, mas se o fizer, vai retirar-lhes o peixe das zonas deles, e concentrar o peixe quase todo para si.
      Basta para isso que "ofereça" alguma quantidade de isca ao peixe...à borla. Pde iscar já com esse sentido, deixando uma pequena parte mais firme, e uma parte a "fundo perdido", sabendo que irá junto com a chumbada até ao fundo, mas que a partir daí vai saltar facilmente. Porque foi preparada para isso.
      Aquilo que fala, de colocar elástico, é para quem pesca a um ritmo muito baixo, de espera, e com muito peixe miudinho a ratar a isca. Os estuários são isso mesmo, muitos peixes em criação, e algum peixe adulto a deambular na zona. Eu nunca pesco aí, gosto de pescar em zonas muito por fora, onde sei existir peixe adulto em predominância.
      Nunca considero a possibilidade de utilizar elástico, pela razão acima apresentada.

      Espero ter esclarecido a minha posição.

      Abraço
      Vitor




      Eliminar
Artigo Anterior Próximo Artigo

PUB

PUB

نموذج الاتصال