Foi-me solicitado por um dos nossos colegas pescadores que exemplificasse a iscada com filete de cavala.
Não tem nada de extraordinário, porque será certamente dos iscos mais simples e fáceis de iscar, mas a oportunidade surgiu e há que dar-lhe resposta.
Vou fazê-lo hoje, pedindo as minhas desculpas pelo atraso na contestação solicitada já há umas duas semanas. Mas pareceu-me por bem ilustrar com imagens esta questão e nem sempre tenho um dos meus colegas de pesca habituais, o Carlos Campos ou o Gustavo Garcia …à mão.
Vejam o filme:
Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade
Mesmo quando são grandes, podemos sempre filetar de acordo com as nossas necessidades. Uma boa faca resolve todos estes problemas. |
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Convém dizer que a opção por cavala é por mim feita por ser a melhor solução quando analiso uma diversidade de factores, tais como:
- Custo efectivo da isca. Para mim resulta gratuito conseguir cavalas.
- Facilidade de obtenção. Elas estão em todo o lado e a qualquer hora, disponíveis.
- Solução rápida. Ser-me-ia bem mais complicado ter de me deslocar a qualquer lado para ir comprar qualquer outro tipo de isco. Gastaria dinheiro e sobretudo...tempo.
- Poucos meios necessários. Tenho sempre a bordo uma cana de jigging e uma caixa de jigs, por isso estou sempre equipado para elas.
- Isca fresca, de excelente qualidade. Porque todos os peixes a comem, sinto que estou bem quando pesco com cavala.
- Boa resistência mecânica aos puxões dos peixes. A cavala é mais resistente que a sardinha, mesmo quando esta é fresca.
- Facilidade de preparação. Corto os filetes do tamanho que quero, de acordo com aquilo que penso estar no pesqueiro. Até inclusive posso utilizá-la como isco vivo, se for o caso, para atuns, corvinas ou pargos.
As vantagens serão muitas mais, mas estas só por si parecem-me suficientes.
Espero ter ajudado a esclarecer.
Em caso de dúvidas, agradeço que as coloquem no blog, no campo dedicado a esse fim.
Boas pescas para vocês!
Vítor Ganchinho
Viva!
ResponderEliminarE quanto ao fio de atar? Nunca considera nas suas pescarias? Acha que existe alguma desvantagem na apresentação da iscada se colocarmos à volta esse fio na cavala? Sempre tive essa dúvida. Um abraço e obrigado
Bom dia Rodrigo Cruz
EliminarExcelente questão!
Na verdade nem por um segundo eu equaciono a utilização de fio de atar. Porventura pelo facto de não ser pescador de surfcasting, onde admito que a sua utilização pode ajudar a proteger as iscadas de uma acto de propulsão que tem tudo para as danificar. O esticão necessário ao lançamento de uma isca que queremos projectar a uma grande distância, pode beneficiar da utilização de um elástico fino.
Mas na pesca vertical, é minha opinião de que perdemos imenso em ter iscos demasiado firmes no anzol. Em todas as vertentes que possamos analisar.
Dou-lhe uma pista: se estiver a pescar com mais uma série de pescadores no mesmo barco, repare que aqueles que utilizam o elástico são sempre aqueles que pescam menos.
Aquilo que na gíria se chama de "fazer o pesqueiro" não é mais do que concentrar o peixe debaixo do barco, num determinado ponto. Se o quiser fazer, se quiser mesmo deslocar o pescado para o seu ponto de pesca, não tem mais a fazer que não seja deixar que o isco cumpra a sua função de pescar um peixe, deixando-o no sitio após ferragem. Deve ficar sempre no local, porque isso irá atrair outros peixes para a sua zona de pesca. E volta a lançar isca, e volta a ferrar, e a isca a ficar naquele ponto preciso. Com o tempo, aquilo que vai acontecer é que o peixe grosso irá entrar em frenesim alimentar, lançando-se de imediato assim que a isca bate no fundo. A dada altura, vai tê-los a tentar passar à frente de todos os outros, subindo alguns metros na coluna de água. Pode ver isso na sonda.
Quando chegam a este ponto, vai ferrar sucessivamente peixes bons, sem qualquer dificuldade porque a competição entre eles obriga-os a ser muito menos cuidadosos. Quem come é quem chega primeiro! E enquanto houver isca no fundo a ser disputada, vai ter peixe para pescar. Eu nessas fases utilizo sardinha velha, meio podre, mole, daquela que vai duas vezes ao mar e ainda "aguenta" uma terceira vez. Quanto mais mole e "deslavada" melhor, porque se torna mais fácil de retirar do anzol. Aquilo que quero é que os peixes a disputem, que lutem entre si, que tenham de ser rápidos a reagir à queda da isca. Quanto menos tempo lhes dermos, menos cuidados eles podem ter. Chama-se a isto estado de "frenesim alimentar" e é o ponto máximo em que pode ter o peixe a comer as suas iscas. Isto é feito com isca macia e fácil de sair do anzol. Não queremos, por nada deste mundo, que a isca aguente a ferragem e venha para cima. Nem pensar nisso. Queremo-la a ficar em baixo, num ponto preciso: o nosso pesqueiro! Não é muito justo para os nossos colegas de barco, mas se o fizer, vai retirar-lhes o peixe das zonas deles, e concentrar o peixe quase todo para si.
Basta para isso que "ofereça" alguma quantidade de isca ao peixe...à borla. Pde iscar já com esse sentido, deixando uma pequena parte mais firme, e uma parte a "fundo perdido", sabendo que irá junto com a chumbada até ao fundo, mas que a partir daí vai saltar facilmente. Porque foi preparada para isso.
Aquilo que fala, de colocar elástico, é para quem pesca a um ritmo muito baixo, de espera, e com muito peixe miudinho a ratar a isca. Os estuários são isso mesmo, muitos peixes em criação, e algum peixe adulto a deambular na zona. Eu nunca pesco aí, gosto de pescar em zonas muito por fora, onde sei existir peixe adulto em predominância.
Nunca considero a possibilidade de utilizar elástico, pela razão acima apresentada.
Espero ter esclarecido a minha posição.
Abraço
Vitor