SIGNIFY - ESTAR DO LADO CERTO DA VIDA

Para muitos de vós, o nome Signify pode não dizer muito.

Mas se vos disser que é uma das maiores empresas do mundo, e que eventualmente estarão neste momento a ler este artigo à luz de uma lâmpada produzida pela marca Philips, talvez comece a fazer sentido. A Philips, uma empresa com mais de 130 anos, faz parte de nós desde o primeiro momento da nossa vida.

Nascemos, crescemos, tornamo-nos adultos e envelhecemos, sempre iluminados por tecnologia Philips.

Signify é o nome da empresa que produz a maior parte das lâmpadas e luminárias utilizadas em todo o mundo, um colosso da indústria mundial.

E tem preocupações ambientais muito vincadas. Por isso está hoje aqui em destaque, por mérito próprio, porque se preocupa com os oceanos.

Os temas de mar que aqui vos trago procuram ser consequentes, ter um fundo de seriedade, de compromisso firme para com questões ambientais.

Sabem que são uma constante os apelos aqui feitos no sentido de caminharmos para uma utilização do mar, ainda que intensiva, sem deixar vestígios, sem pegada ecológica.

Estas são preocupações que nos dizem muito a nós, pescadores de linha. Somos nós, enquanto pescadores sérios, lúcidos, responsáveis, aqueles que mais devem pugnar pela preservação do meio ambiente. Porque precisamos dele, porque não temos outro alternativo, e porque este ainda pode ser salvo. E merece ser respeitado.

Quando, após uma extenuante semana de trabalho, saímos finalmente no barco para pescar ou pura e simplesmente pelo prazer de estar no mar, estamos a desfrutar de contacto com a natureza que queremos perpectuar.

Não queremos que acabe. E para que não existam restrições de utilização, para que não nos cheguem impedimentos de sairmos a pescar, temos de fazer algo de positivo.

A responsabilidade de preservar o planeta é mesmo de todos nós. Essa hercúlea tarefa de manter o planeta habitável para as gerações futuras não isenta ninguém e por isso, cada um de nós tem de dar o seu melhor.

Se a nível individual cada pessoa deve assumir a sua responsabilidade, também as empresas o podem e devem fazer. E a Signify faz.

Hoje no blog, um caso raro de uma empresa que coloca o ambiente à frente dos seus interesses comerciais: a Signify recupera redes perdidas, abandonadas nos oceanos, e produz com elas luminárias de estilo, dando significado ao conceito “Energia Circular”.

A matéria prima é captada nas praias, no mar, onde é um elemento altamente poluidor.

Com elementos altamente poluidores, boias, redes, cabos de nylon, etc, a Signify produz peças como as que podem ver nas fotos que anexo.

Os restos da actividade da pesca profissional, perdidos no mar, são reduzidos a um polímero granulado, como podem ver na foto acima.

A partir daí estes elementos serão utilizados por uma impressora 3D para produzir objectos úteis.

O resultado é o que podem ver, e não deixa de ser assombroso! Vejam abaixo como são bonitas as luminárias que anteriormente eram redes de pesca perdidas!

Fico particularmente feliz por vos poder mostrar isto: estes objectos com excelente design eram….redes de pesca velhas!

Nunca agradeceremos o suficiente a empresas que têm esta visão do mundo. Certamente teriam outras formas de consumir o seu tempo, os seus recursos tecnológicos, ou até de conseguir lucros. Porque as empresas são muito isso: entidades que são pensadas para dar lucro.

Mas no caso da Signify, há um interesse que vem de sempre, o de ajudar a proteger o meio ambiente, a economizar, a optimizar recursos naturais.

E demonstram-no todos os dias, produzindo lâmpadas led cada vez mais duradouras, mais economizadoras de energia, em suma, com menos custos ambientais.

Desta vez, aquilo que pude ver e fotografar no Edifício Edge West, em Amsterdão, encheu-me verdadeiramente as medidas, por sentir que sim, que esta gente está do lado certo da vida.

Alguns exemplos práticos de luminárias fabricadas por impressoras 3D, com restos de lixo marinho.

Para que tenham uma ideia de onde nascem estas ideias, passo-vos duas fotos do edifício onde a Signify tem a sua sede. Todo ele pensado no sentido do bem estar, da ecologia, da racionalização de recursos, no fundo….do lado certo da vida.

Aspecto da cúpula, por onde entra luz natural para todo o edifício.

Aqui, o nível é francamente alto, aquilo a que nós chamamos na gíria: …estar muito à frente!...

Espero que tenham gostado da ideia de produzir objectos a partir de lixo marinho. Inverter ciclos de poluição, evitar a formação de microplásticos nocivos aos nossos peixes, e, em última instância, ao próprio homem, já que a degradação sistemática de polímeros irá inevitavelmente prejudicar a vida de cada um de nós.

Já aqui falámos no efeito nocivo dos microplásticos na saúde humana, na sua entrada no nosso organismo através da alimentação, nomeadamente a ingestão destes através do peixe que pescamos.

Foram já detectados microplásticos no leite materno humano, e isso é um sinal vermelho para todos nós.

Por isso mesmo, reciclar, recolher redes, cabos, boias, garrafas, e todo o tipo de detritos marinhos, é mesmo muito importante, é inverter um ciclo negativo.

Do meu ponto de vista é fundamental que não se polua, que cada um de nós tenha a exacta noção de que evitar sujar é sempre melhor que limpar.

Mas se já estamos na fase seguinte, a de ter de recolher lixo, pois façamos com que isso se torne algo que pode afinal ser benéfico para todos nós, inclusive mesmo para as empresas: criar valor acrescentado a partir de um problema.

A Signify está a fazê-lo!

Vítor Ganchinho