GAIVOTAS EM TERRA

Os pássaros para voar, os nossos barcos para navegar.
É sempre um acontecimento triste o de ver um barco ser tomado pelas águas, e deixar de poder desempenhar a função para a qual foi criado.
Foi isso que vi esta semana, numa das minhas saídas de pesca em Sesimbra, ao passar pela rampa dos pescadores.
Ali, é pressuposto que sejam içadas as aiolas, as bateiras, mas não que se possa encontrar um semirrígido a levar uma “sova de mar”.
Tanto quanto me foi dito, tratou-se de um acidente provocado por um descuido: as águas grandes apanharam o barco que estava varado a seco ao fim da rampa, numa zona onde não seria pressuposto o mar chegar.
Estamos agora em altura de marés grandes e isso foi fatal para esta embarcação, e para o seu dono.


Dói na alma ver um barco ser maltratado desta forma.


Pouco mais se sabe, apenas que a embarcação estaria pressupostamente longe da linha de água, mas ainda assim ao alcance do pico de maré cheia.
Quando as marés chegam pela calada da noite, é impossível que alguém se aperceba do que se passa, e a partir daí já é um caso irremediavelmente perdido.
O que se pode deduzir é que o motor, e eventual electrónica, estarão irremediavelmente perdidos para sempre. A água salgada, e os seus salitres, irão corroer tudo aquilo que for passível disso.




Alguém teve a piedade de lançar um cabo à embarcação, pois poderia vir a tornar-se um perigo para os outros barcos. Estes semirrígidos, mesmo que com pouco ar dentro dos flutuadores, acabam sempre
por manter a flutuabilidade, e isso representa um escolho que pode dar origem a acidentes.
Nestes casos, quando encontradas ao largo, devem as embarcações que avistam avisar de imediato as autoridades, na circunstância a Polícia Marítima, para que sejam iniciadas as démarches necessárias à remoção da unidade.
Não é de descurar a questão da presença de óleos e combustíveis na água, e também isso deve ser objecto de preocupação.


Uma lástima…os barcos não são construídos para isto.


Recuperar um barco destes é uma missão quase impossível, e sempre com custos muitos elevados.


O blog peixepelobeicinho, sem ter a menor ideia de quem será o infeliz proprietário, lamenta o sucedido.
O facto de divulgarmos aqui este acidente prende-se com a vontade que temos de nunca mais voltar a ver uma situação destas.
Um descuido, e seguramente que o foi, deitou a perder este barco. Que não haja outros.
Uma pena!...



Vítor Ganchinho



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