MAR REVOLTO, CONDIÇÕES DE PESCA DIFÍCEIS

Procuro adequar a sazonalidade dos artigos ao momento que estamos a viver.
Na semana passada falámos aqui de alguns princípios relativos à formação de ondas, vagas, e de que forma elas interessam ao peixe que procuramos, o robalo.
Vamos hoje continuar, fazendo incidir a nossa atenção sobre questões que não andarão muito longe desse tema, complementando alguma informação dada anteriormente, e avançando já outra nova, a saber a questão da movimentação de espécies que um temporal sempre acarreta.
Quando falamos de ondas fortes, aquelas que interessam, aquelas que marcam um antes e um depois, estamos a referir-nos a ondas que partem com toda a sua força e violência contra a costa. São essas que levantam comida, que a movem dos seus locais, que a colocam à disposição dos nossos peixes.
De nada adianta haver mar calmo, água lusa, se afinal, e por isso mesmo, por ausência de agitação marítima, o peixe não está lá. As ondas pequenas não trabalham o solo, não o “esgravatam” e por isso o peixe não consegue tirar nada delas. E se a ideia é apenas andar por ali, pois eles têm muitas outras formas de gastar as suas energias. Mau tempo precisa-se, pois é esse que resulta em alimento, em disponibilidade de presas.
O “bom tempo” só nos interessa a nós!
Os peixes dependem vivamente da turbulência, da mudança de paradigma, porque só essa os alimenta. Em condições normais, os alimentos estão onde costumam estar e onde …escapam.
Só a força do mar os pode prejudicar, só forças excepcionais o podem mostrar ao predador.
Por isso, vamos lançar da praia quando estiver mar formado, e não com mar calmo, porque esse não interessa aos robalos. Se o mar está manso, está lá tudo, mas não está o principal: os peixes.
Porque não podem estar!




Creio já ter tratado o assunto há algum tempo, mas posso retornar a ele para enquadrar a ideia que vos quero transmitir: a saída de inúmeras espécies quando um temporal se aproxima.
Tentem imaginar que num pesqueiro de 6 metros de fundo existem milhares e milhares de pequenos organismos que vivem escondidos em recantos de pedra, enterrados na areia, longe da vista de quem os come, …se os achar.
E agora imaginem que chega uma frente que traz temporal à costa, com ondas de ….6 metros. Conseguem deduzir que nada nem ninguém irão escapar incólumes se ficarem expostos a esta tremenda força de destruição. Caranguejos, pequenos peixes, bivalves, moluscos, tudo o que possa fugir irá fazê-lo, ou….morre.
Os predadores sabem-no bem e por isso mesmo estarão a distância segura da linha de costa, mas não longe, de forma a que possam tirar o máximo partido do acontecimento.
Mar revolto para predadores significa comida fácil! Mais fácil.
Eles sabem que nem todos vão conseguir escapar a tempo. Quando as pedras começarem a rolar, alguém vai ficar esmagado. Uma onda de seis metros num pesqueiro baixo é uma parede de água imensa, tocada a vento, com um poder de impacto de muitas toneladas de pressão.
Onde a água bate, muitos poucos seres vivos conseguirão sobreviver. Perto deste ponto, mais longe ou menos longe, estarão os nossos peixes, aguardando o momento certo para virem cobrar os cadáveres, ou incapacitados. Um caranguejo meio esmagado, porque não conseguiu fugir a tempo, é uma presa interessante para um robalo.
Pequenos peixes sacudidos contra a pedra, também o são. Os bivalves esmagados são comida boa. Anelídeos, minhocas de várias espécies, serão desenterradas e expostas a quem delas se alimenta.
Nas imediações dos locais onde o mar bate mais forte, num raio de acção de algumas dezenas de metros, haverá alguém à espreita.
E tudo isto só acontece porque a tempestade ajudou os nossos peixes a encontrar alimento. Em condições de mar calmo, nada disto seria possível.
Por isso, quando formos lançar amostras de terra, sabemos qual o melhor momento para o fazermos.

É tempo para lançar longe, para as canas de 3 metros, para carretos tamanho 4000, linhas PE 1.5 e amostras a condizer com o vento.
Mais vento, mais peso nas amostras. Normalmente entre os 25 e os 40 gramas são suficientes, a ajustar em função da força do vento.
Passo exemplos de equipamentos indicados para a função, um conjunto completo, da cana ao carreto, às linhas, madre e baixada, e respectivas amostras.
Para uma pesca com uma imitação de uma galeota, (uma das coisas que as ondas desenterram e o robalo procura avidamente), o Sandeel Slug da Savage, em versão 14 cm, com utilização de cabeçote de chumbo, e uma amostra formato standard, muito interessante, da Smith:


Ver na GO Fishing Portugal - 97M
Ver na GO Fishing Portugal - 103M


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Trabalha-se a dar tirões na linha, toques de ponteira que irão fazer o cabeçote mudar de direcção, fazer zig-zags, (darting).
Para aqueles que não sabem montar as duas peças, encaixá-las, é algo como isto:

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Se não conseguirem robalos com isto, …talvez o xadrêz….



Vítor Ganchinho



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