PESCAR FUNDO, NO INVERNO

Seguramente os pescadores do “pica-pica” já perceberam que agora já não dá.
Já não conseguem gastar sequer metade da isca que nos tempos de águas quentes consumiam com facilidade nos seus pesqueiros tradicionais.
Este é o momento em que insistir a pé firme na pesca vertical costeira não rende, não vale a pena e é pura perda de tempo.
Bem sei que há quem insista no mesmo estilo de pesca todo o ano. Quem não esteja disposto a ter mais que uma cana e um carreto, mas agora que o Janeiro já chegou, com as suas águas a 13/ 14ºC, vai ter de guardar os equipamentos e esperar uns meses que as coisas mudem. Dizem: “...não anda aí peixe nenhum, não vale a pena sair”...
Não tem de ser assim. Na verdade, apenas não há peixe para o seu estilo de pesca, porque as oportunidades continuam por aí, para quem sabe fazer diferente.
Com o progressivo arrefecimento das águas e consequente afundamento do peixe, resta mudar de “ares” e de equipamento de pesca, e ir à procura de peixe onde ele efectivamente existe, onde é perfeitamente possível passar uma manhã a fazer algo de interessante.




Se para uns o tempo a seguir à safra das douradas é tempo de defeso natural de pesca, porque não sabem pescar a mais nada, para outros os bons tempos apenas começaram agora.
Para esses, aqueles que fazem outro tipo de pesca, começam agora tempos de abundância, tempos em que vão poder trabalhar sozinhos em pesqueiros que estão abandonados por quem os massacrava todos os dias à procura de peixe miúdo.
É agora, com águas frias, que começa a época para quem faz Light Rock Fishing, ou pesca profunda com carretos eléctricos.
Da primeira já sabem que sou um indefectível adepto! Os pargos chegam por esta altura e vou estar sozinho, liberto de barulhos de outras embarcações, a pescá-los.
É tempo para as canas de light jigging com linhas finas, para jigs de 20 a 40 gramas, e muitas picadas sucessivas de bicas e pargos.
Para outros, começa a época de dar uso ao material mais pesado, às chumbadas de 300 a 500 gramas, e ir à procura de imperadores, de cantaris, de gorazes, de chernes.




Não é uma pesca acessível a todos. Exige equipamento de alguma qualidade, canas adaptadas à função, e carretos com grande capacidade de linha.
Sendo uma pesca mais bruta, mais pesada, muito menos técnica que a pesca da dourada, por exemplo, é algo que pode manter a chama acesa, manter o entusiasmo pelas saídas de mar.
Os resultados são normalmente bons, é raro que os pescadores não consigam um número de peças significativo.
A GO Fishing dispõe de carretos electricos Daiwa com força e velocidade suficientes para permitir pescas a grandes profundidades. E canas (Alpha Tackle) concebidas para este tipo de pesca específico.
Trata-se de um investimento de valor elevado, mas o equipamento paga-se por si, em peixe. Ao fim de um ano, estará completamente amortizado, e a render juros.


O autor com um peixe espada com 2,05 metros de comprimento.


De notar que a cana para carreto eléctrico não pode nem deve ser uma cana demasiado rígida! Não esqueçam que o peixe irá ser ferrado na cota dos 300 metros, daí para baixo, (esqueçam as canas de pica-pica e os carretos manuais…), e quantas vezes já muito próximo dos 400 ou 500 metros. Isso obriga a um tempo de permanência do peixe muito maior a bater na linha, com a consequente possibilidade de perda.
Se utilizamos canas duras, o buraco do anzol alarga e não é raro perdermos metade dos peixes antes da sua chegada à superfície. É importante pescar com canas mais parabólicas, mais progressivas, que acompanhem a enorme pressão que o peixe, quantas vezes de boca escancarada à água, inevitavelmente irá fazer.
Se alguns exemplares se limitam a subir sem dar demasiada luta, outros batem desde o momento da ferragem até que chegam à linha de superfície. E são esses que na maior parte dos casos acabam por conseguir libertar-se.
Os gorazes, sendo muito fáceis de ferrar, lutam denodadamente pela sua vida, conseguindo a libertação muitas vezes já em cima, à vista, naquele momento em que “nem é carne nem peixe”, ou seja, já não estão a ser içados pelo carreto eléctrico, mas ainda não estamos a levantá-los à mão para os pôr no interior do barco.




Sem dúvidas, este é o tempo para fazer isto, se o leitor gosta de pescas fáceis, daquelas em que o equipamento faz quase tudo.
Porque o esforço de pesca seria tremendo, se feito manualmente, este é o momento de “carregar no botão” e ter à superfície peixe dos abismos.
Não vale a pena tentar pescar desta forma à mão, ao segundo peixe a pessoa já reza para que não pique…
Em caso de dúvidas ou necessidade de aconselhamento sobre o tipo de equipamentos para pescar desta forma, agradeço o contacto com o blog.



Vítor Ganchinho



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