CONDIÇÕES DE PESCA DIFÍCEIS...

Queixamo-nos de não ter o mar liso, queixamo-nos de uma ligeira brisa de vento, do sol e do frio, de águas turvas, das luas, ….queixamo-nos de tudo.
Nem toda a gente tem a noção do que são dias de pesca realmente difíceis!
Vocês sabem lá em que condições se pescam peixes todos os dias por esse mundo de Cristo! Há quem tenha como melhor águas que são barro autêntico...
O artigo de hoje visa explicar que mesmo em águas mais tapadas, quando nada indica ser possível pescar, ainda assim há quem faça peixes que nos encheriam de orgulho.
Trago-vos um dos últimos artigos relacionados com a minha visita a Angola, onde pesquei uma semana e tive a oportunidade de verificar que um profissional pesca… nas águas que tem.
É o caso do Luís Ramos. Porque assumiu a intenção de viver do fenómeno da pesca, não se queixa do estado das águas, antes trabalha com as condições que o dia lhe apresenta.
Para fazer aquilo que ele faz, e ser bem sucedido como é, é bom que se seja um pouco mais, que se vá um pouco além daquilo que é um pescador comum.
Desistir não é uma opção. A resistência física e psicológica de quem faz o que o Luís faz, e durante tanto tempo, tem de estar muitos graus acima do normal.
E isso inclui pescar quando tudo indica que não se deve pescar.


O autor com um pequeno tunídeo, um peixe que por definição odeia as águas sujas. Encontramo-los em áreas com visibilidade média a excelente.


Comecemos pelo fácil, por águas azuis, em que a visibilidade é máxima, e onde podemos esperar encontrar peixes que vivem no azul, nas transparências.
Fizemos tunídeos, obviamente, mas não ficámos por aí. Disfrutámos da riqueza de vida pelágica que o mar de Angola tem para nos mostrar. Fiz um curto filme de 42 segundos que gostava de vos passar, pese a distância a que foi feito, e as naturais dificuldades de quem não tem uma teleobjectiva a bordo:


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Azul- o reino do spinning.

Como podem ver, trata-se de um cardume de pequenos atuns, a caçar peixe miúdo.
Este é o reino do spinning, de canas que eventualmente até poderíamos usar em terra, de 2,70 a 2,95 metros, e que nos dão algo que para nós será precioso: longas distâncias.
Com elas podemos lançar amostras de 12 a 16 cm, peso a variar de 28 a 40 gramas, no sentido de chegar a peixes que não param de se movimentar, que seguem um rumo que nem é imposto por eles, mas sim pela fuga das suas presas.
Peixes a caçar estão sempre dispostos a morder algo que passe perto, desde que saibamos respeitar as distâncias. E este é um ponto importante! Já vi perder grandes possibilidades de pescar bons exemplares por alguém ter decidido aproximar o barco a... 10 metros.
Porque as embarcações fazem sempre algum ruído: os motores, as vagas a bater nas amuras, peixe que se debate, etc, é de bom tom deixar o barco um pouco mais longe, fazer lançamentos um pouco mais longos.
Essa é a razão das canas um pouco mais compridas, dão-nos mais distância.
Aproximamos o barco a uns bons 40 a 50 metros do cardume, e lança-se com alma, procurando não deixar cair a amostra no meio ou mesmo para lá do centro de actividade. Sob pena de desbaratarmos o cardume em três tempos, de afugentarmos peixes que estariam ao nosso alcance caso tivéssemos respeitado um princípio fundamental: o peixe tem de sentir sempre uma escapatória, uma porta de saída.
Assim sendo, deixamos cair as amostras nos bordos da batida do peixe, esquerda, direita, e até preferencialmente sempre do nosso lado, do levantamento de espuma mais próximo do barco. Deixamos o núcleo central intocado, para que o peixe tenha …certezas.
Não devemos “ir com demasiada sede ao pote”, isso é trabalho de gente nova.
É verdade que estes fenómenos nunca duram uma eternidade, mas manda o bom senso nunca ter demasiada pressa.
Um peixe que se debate no meio de todos os outros dá muito nas vistas, pode fazer-nos mais mal que bem. Não temos de o atravessar pelo meio de todo o cardume, isso não nos dá muita saúde para posteriores capturas.
Pescamos os que estão mais fora da mancha de peixe, mais isolados, com mais espaço entre si.
Peixes a caçar estão naturalmente ultra excitados, nervosos, e reagem à amostra muito depressa. Até porque as suas presas não lhes dão demasiado tempo, tudo se passa em fracções de segundo, e naquele momento, ou é ou não é!
Por vezes perguntam-me sobre a questão dos motores ligados ou desligados. Os peixes quando a caçar têm até uma margem de tolerância ao ruído bem superior, mas não devemos abusar da sorte. Se fazemos pesca profunda, o efeito é nulo, não vale a pena desligar o motor.
Quando trabalhamos à superfície, por princípio, se chegámos a eles com os motores ligados, devemos manter os motores ligados. Mas caso tenhamos feito uma volta para lhes cortar o caminho, e parámos os motores, então preferencialmente devemos deixá-los desligados.
O súbito ruído da ignição dos motores pode deitar tudo a perder, mesmo em peixes que não sendo sedentários, antes viajantes incansáveis, terão um contacto menos habitual com o homem, com os motores, redes, amostras, logo menos razões para serem desconfiados.
Ainda assim, e embora eles suportem adversidades, tudo tem os seus limites, e quando decidirem afundar para sair da zona, …já os perdemos.
A seguir, com paciência e bons olhos, podemos voltar a encontrá-los à superfície, mas nunca é seguro que isso aconteça. Uma nova situação de peixe a caçar à superfície pode demorar imenso tempo, ou mesmo não voltar a ocorrer nesse dia.
Se for o caso, a minha sugestão é de que se olhe aos pássaros e à sua movimentação; serão eles a conduzir-nos de novo a uma “passareira”, se a houver.

E a jig, …também podemos?

Também podem ser feitos alguns a jigging, mas a meu ver perde-se algo da magia de pescar à vista, no meio de um turbilhão de espuma e excitação. Não é a mesma coisa, e o resultado final irá reflectir isso mesmo.
Para além disso, estaremos a querer efectuar uma pesca vertical, num plano de caça horizontal, algo efectuado à superfície. É contranatura.
Alguns peixes estarão mais fundos e esses conseguimos tocar, mas os que saltam à vista, fora de água, não serão nossos, estamos a querer trabalhar num plano muito abaixo da sua área de trabalho.
Ao jigging aquilo que é do jigging: a técnica foi concebida para pesca profunda, vertical. Da mesma forma que o spinning o foi essencialmente para situações de pesca à superfície.
Penso que este é um conceito pacífico.
Recordo-me de estar no Cabo Espichel com um amigo francês. Havia sardinha à superfície por todo o lado! Ele insistia em pescar com jigs junto ao fundo, a 50 metros.
Disse-lhe que deveria repensar a estratégia, porque aquilo que estava a fazer não era produtivo. Insistiu, e fez zero peixes.
Ao fim de algum tempo, cansado de não ter um toque, resolveu reconsiderar. Passou para spinning de superfície. Encheu uma caixa de robalos, que estavam mesmo abaixo da linha de água, a comer….sardinha.
Que vantagens tem um predador activo em estar no fundo, a muitas dezenas de metros, se a sua comida está à superfície? Eles seguem a comida.


Acho lindíssimo este peixe. A foto não traduz fielmente a beleza do azul que eu vi.


Esta era uma situação evidente de utilização de canas de lançamento longo, mas não as tínhamos.
A dada altura, e ainda enquanto estávamos na zona dos atuns, o Luís percebeu um cardume de dourados, mas já algo distantes, passados, e que provavelmente por isso, contrariamente ao comportamento habitual, não se fixaram por debaixo do barco.
Quando o fazem, temos “festa” para algum tempo, porque eles são muito agressivos, híper combativos, e lutam denodadamente desde que os ferramos até serem embarcados.
Mas quase ao mesmo tempo, calhou-me a mim reparar que havia um outro cardume a passar junto ao barco. Jig de imediato para baixo e aí, …surpresa das surpresas, eram…pampos!
Não os nossos, mas sim um pampo que eu nunca tinha visto, um indefectível adepto de azul, vários tons de azul, muito bonitos, e que vos mostro acima.
Não sei se já repararam que o padrão de cores dos peixes do largo é normalmente o …azul, o cinza. Não será por acaso.
Vamos ver agora uma situação em que, por oposição, os peixes tendem a cores mais próximas dos escuros, dos castanhos, e até dos vermelhos.
Como sabemos, o rosa e o vermelho são cores que desaparecem, são absorvidas logo nos primeiros dez metros de água. Em termos de camuflagem, o vermelho é uma cor muito conveniente…


Este é um peixe-relógio, um exemplar que habita águas profundas, e que se atreveu ao meu jig, a 140 metros. Estas cores serão virtualmente invisíveis no fundo, algo parecido a um cinza desmaiado, que a falta de luz disfarça ainda mais.


E em águas tapadas?...

Mas as águas limpas são raras como os dias feriados em janeiro, e por isso mesmo é bom que ninguém se habitue demasiado a tê-las. Não são o padrão, pelo menos nestas latitudes.
Aquilo que é standard é a “meia-água”, ou seja, nem demasiado limpa, nem demasiado suja. E aí, temos um ambiente misto em que, consoante as marés e as entradas de água que se verificam, a dado momento os peixes se guiam essencialmente pela sua visão, entrecortados por períodos em que eventualmente não o poderão fazer, e serão obrigados a recorrer ao seu restante arsenal de armas, por exemplo à sua sensível linha lateral.
E nesse caso, podemos forçar picadas em zonas em que a visibilidade é francamente reduzida.
Foi isso que aconteceu aquando de uma passagem por uma zona de navios afundados, em que o Luís posicionou o nosso barco junto a um destroço, e teve oportunidade de ferrar peixes por três vezes.
Curiosamente todos eles se desferraram, não chegámos a saber o que havia por ali. Em águas turvas, os ataques não são tão precisos e decisivos quanto o são em águas limpas, onde o mecanismo de detecção da presa é a visão.
As águas, essas eram francamente ruins, mas o peixe estava lá, embora pelos vistos, pouco activo. Nestes casos há que dar tempo ao peixe, o mecanismo a que recorre nada tem a ver com a visão, a sua linha lateral é mais demorada a produzir efeitos.
Logo, pescamos com jigs que emitam mais vibrações, mais curtos e largos, de forma a que a recolha possa ser feita de forma lenta. Este é terreno para o slow-jigging, e muita paciência.


Restos de rebocadores antigos, coloniais, que foram transportados para uma zona onde não perturbam a navegação. Estes velhos destroços acolhem muito peixe , ou não fossem impossíveis de pescar à rede, e têm algo mais: lagostas em quantidade.


As saídas de rios são locais onde podemos esperar péssimas condições de pesca, mas muito peixe. Volto ao conceito de prioridades: as águas azuis são bonitas para nós, mas são por definição estéreis de vida, aquilo que cria essa vida são as águas com sedimentos, com muito fito e zooplâncton. É aí que se forma uma complexa e completa cadeia alimentar, que começa em micro-organismos vivos e irá terminar então sim, em águas azuis, mais ao largo, nos grandes super predadores atlânticos.
Se acham que as saídas de rios que desaguam no mar são menos “apetecíveis”, então vejam que até os golfinhos as visitam:

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Na verdade, eles não estão a ver as suas presas, estão a senti-las. Utilizam o seu eficaz sonar, e com isso conseguem perceber onde está o pequeno peixe voador, ou outros, que lhes interessam. Este conceito de caçar e comer em zonas onde não se pode ver, é algo que para nós humanos resulta estranho, mas que na natureza é muito comum.


E o panorama pode ainda piorar. Pode sempre piorar!
Vejam a visibilidade nula desta saída de rio que vos mostro abaixo. É verdade que as águas são muito tapadas, mas é precisamente por isso que esta zona do litoral angolano é tão rica de peixe.
As descargas dos rios Cavaco e Catumbela oferecem o caldo necessário e suficiente para que uma enorme profusão de vida possa desenvolver-se. As correntes de deriva, impulsionadas por ondulação predominante para norte, banham de sedimentos uma grande extensão de costa.
Durante o período em que ali estive, observei sobretudo mar calmo de manhã, e algum vento a partir do meio do dia e de tarde. Dadas as temperaturas altas que se verificam, faz sentido.


Ainda assim, há aqui peixe, e vive aparentemente bem. Detectámos inúmeras redes de pesca na zona, o que indica a presença assídua de peixe. Ou não estariam lá...


Há peixe, mas faz-se merecer. Mesmo para aqueles que vivem da pesca profissional, não será fácil “criar família” perante tantas adversidades. E todavia...
As populações locais, ao optarem por uma paisagem deserta e sem qualquer tipo de conforto, não podem ter uma vida fácil. Mas o largo da maternidade do Lobito tem em permanência algumas dezenas de familiares e amigos, à espera de boas novas. Muito se nasce por ali…
Passo-vos duas fotos para que vejam como deve ser duro viver num ambiente inóspito, sem um mínimo de condições.
Num local árido, sem chuva regular, aparentemente sem água doce nas redondezas, e diariamente sob um sol escaldante, não pode ser fácil viver nestes aldeamentos.
Mas vive-se.




Vejam mais de perto.
Esta aldeia não será propriamente um resort turístico, é um local onde vivem pessoas que, tal como nós, também têm as suas necessidades de conforto.
Mas a que conforto podem aspirar, quando os meios são apenas estes? Que resistência física têm que nós não temos?
O calor e humidade matam. E todavia, não deixando de ser incrível, … as famílias habitam ali.


O Luís teve a paciência de me levar no seu barco a ver como estas pessoas vivem em condições difíceis. É impressionante.


Os peixes que encontramos nestas zonas têm um tipo de camuflagem diferente. Muitos deles, o caso dos pargos lucianos, nascem nos estuários dos rios, e por isso mesmo apresentam cores “barro”, os cobreados, castanhos e laranjas. Quando velhos, os tons laranja escuro/ vermelho imperam.
No Senegal vi-os dentro de água com pesos a rondar os 80 kgs. Os caninos, em idades avançadas, podem ser maiores que os de um cão pastor-alemão…
É um peixe fantástico, com um poder incrível, e um autêntico couraçado. As suas escamas grossas e sobrepostas fazem frente a arpões de caça submarina.
São tão rijos e coriáceos que a um metro de distância o arpão pode…não entrar.
Eu tive um ataque de um, daqueles de cortar a respiração, à superfície, a uma amostra Hydra, da marca japonesa DUO.
O facto de a amostra ser muito comprida e estar armada na cauda e a meio do corpo, impediu a ferragem. O peixe terá lançado a mordida à cabeça, zona não protegida com anzois.
Não conseguem imaginar a descarga de adrenalina que é estar a olhar para a amostra, que abre uma linha de turbulência na superfície, e de repente, vem de lá de baixo um pargo luciano e faz explodir a marcha regular da amostra, levantando um turbilhão de água e espuma à sua volta. Ficamos com falta de ar…
Para mim, um ataque daqueles valeu o dia de pesca. Não fiz o peixe, mas isso interessa tão pouco.
Tenho memórias incríveis de peixes de que não pesquei, mas que me fizeram saltar o coração do peito, e no entanto esqueci muitos milhares deles que pesquei e entraram na caixa.
Pescar ou não pescar é apenas um detalhe, e neste caso, ser capaz de levantar um peixe daqueles à minha amostra valeu a viagem.
A minha cara de felicidade dizia tudo. O Luís Ramos ria-se, feliz por eu estar feliz. Que grande dia!


Peixe pescado com um passeante pelo Luis Ramos. São espertos estes bichinhos, difíceis de enganar.


E seguimos a desfraldar imagens de peixes de águas tapadas. É o caso das corvinas, peixes que como sabemos têm uma apetência especial por águas sujas, e ali se sentem em casa. Das duas espécies pescadas, esta que vêm abaixo é a mais pequena, não cresce acima dos 9 kgs. Os exemplares que foram pescados teriam todos eles pesos mais modestos, e digo-vos o seguinte: são entendidos como “by-catch”, algo que não se quer pescar mas que chega aos jigs.
Estes peixes, que por cá seriam bem recebidos por muitos pescadores nacionais, são ali tomados como um contratempo, algo que chega à superfície e motiva um sonoro… “ora bolas”…
São agressivas, e lançam-se bem aos jigs. Demasiado bem.




Chegámos a situações em que a pesca já era algo de surrealista, uma sopa de algas e lixo à superfície, mas digo-vos que não isso que nos impediu de fazer bons peixes em baixo.
Recordo-me de neste dia ter pescado dois pargos capatões num local onde, à superfície, era o que podem ver acima. E todavia, pesca-se.
Quando pescamos junto à foz de um rio, não é inabitual que se encontrem à superfície restos de plantas, e neste caso mostro-vos jacintos de água, uma praga terrível, e mesmo troncos de árvores arrastados pelas correntes.
Serão um dia um bom porto de abrigo para dourados, um peixe que por cá conhecemos mal, mas que é uma delicia na mesa, em carpaccio.


Os jacintos de água, um perfeito incómodo para quem quer lançar e recolher linhas. O vento junta-os, concentra-os, e por vezes torna-se difícil trabalhar com a cana, de forma a não deixar enredar a linha. Na foto à direita, vejam onde andámos a pescar, …no mar.


Nem sempre as condições de pesca são as melhores, mas um profissional adapta-se, inventa soluções, e no fim do dia, o peixe está no porão do barco.
Mesmo a sofrer as agruras de águas sujas, ainda assim chegámos muitas vezes a estar em combate simultaneamente, por exemplo com pargos capatões como os que podem ver abaixo.
Um luxo! Mesmo em condições penosas, que pesca, que peixes, que excitação contínua! Grande Luís!...


Duas fêmeas de pargo capatão, feitas no mesmo minuto. O que nós nos divertimos!...


Não podemos reclamar da comida. Come-se bem em Angola! E come-se ainda melhor quando estamos com o Luís Ramos, porque ele sacrifica um dos seus peixes, e saem dali pratos que nos ficam na memória. Um carpaccio de garoupa é algo de incrível. Em termos gerais, a confecção dos alimentos é muito boa, tem qualidade.




Esta espécie de garoupa, Epinephelus aeneus, é comum em Angola. Eu conhecia-a das minhas saídas de caça sub no Senegal, onde fiz algumas a arpão.
À linha, a luta que dão até chegarem à superfície, é assombrosa. Massacram-nos os braços e costas. Vejam-na abaixo.


Garoupas como esta podemos cozinhá-las de qualquer maneira. Não há forma de ficarem ruins. Esta pesquei com um jig Deep Liner de 160 gramas. Os assistes de cabeça são Shout, mas os de cauda são “made in Luís Ramos”, da Van Fook.


E se falamos de comida boa e rara, aqui vos apresento uma garoupa preta grelhada, uma das duas espécies que não consegui fazer.
A outra foi uma corvina grande, e não por falta de tentativas, porque o Luís chegou a levar-me ao local e a deixar-me lançar em primeiro lugar. Não calhou…
Mas um dia vai calhar.


Do outro mundo, acreditem…o sabor, a textura, ...


E porque tudo o que é bom acaba depressa, o tempo de retornar a casa chegou.
Ficam memórias para sempre e a simpatia de um casal, o Luís Ramos e a Ana Carla, que tudo fizeram para que nos sentíssemos em casa.
A minha mulher veio de lá com um bronze de Março que valeu a pena, e eu com imagens de pesca que não irei esquecer.
A viagem de volta mais não é que um até já, mas é necessária. Tempo para preparar melhor os equipamentos, e sobretudo... o corpo. Não imaginam como se sofre a pescar “mastodontes”. Peixes cujo único intuito de vida parece ser o de nos puxarem à força para o fundo.
Quando levamos uma pancada na cana, quando sentimos o poder daquilo que está do outro lado, ficamos na dúvida sobre quem pescou quem...


O regresso a Portugal traz-nos de volta para a família, mas é também o ponto de partida para uma nova viagem.


Espero que tenham gostado desta série de artigos dedicados à pesca grossa em Angola.
Uma semana de barco com o Luís deixa marcas, o corpinho já pedia descanso a cada instante, e por isso o regresso era inevitável.
O dia zero da contagem para o retorno a Angola é o dia em que aterramos no Aeroporto da Portela.
Imaginem que ele ficou por lá, a fazer pesca, diariamente, como só ele faz: dura e difícil, mas…pesca!
Aquilo sim, é pesca!


Vítor Ganchinho


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1 Comentários

  1. Mais um artigo excelente como sempre ... As palavras e os conteúdos usados para descrever a paixão e os momentos vividos são incríveis, conseguimos sempre viajar até lá. Mais um artigo de deixar água na boca e viajar até águas africanas para pescar a sério!

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