LINHAS FINAS...?!

Hoje trago-vos informação sobre linhas.

São elas que nos ligam ao peixe, e mais finas ou mais grossas, escolhemo-las por pensarmos que podem cumprir a sua função de levar amostra e trazer peixe.
O critério de escolha é algo não muito definido e se temos gente a comprar linha grossa porque sim, porque não quer correr o menor risco, também temos o oposto, gente que adapta as suas linhas à realidade em que vive, e consegue com isso muito melhores resultados.
É minha opinião pessoal que mais de 90% das pessoas em Portugal pescam com mais do dobro do diâmetro de linha realmente necessário para a pesca que fazem.
Pescam peixes miúdos, até 3 kgs, com cordas! Não é estranho que se veja gente a pescar ao robalo com linhas de resistência superior a 20 kgs! Para quê?!
Por acaso dão-se conta do exagero de semelhante equipamento? Entenderão a limitação que tal espessura de linha provoca no acto de lançamento de uma amostra?
Não se sentem incomodados por lançar a 20 metros quando o podiam fazer a 60 metros?
Vejamos a seguir um caso nos antípodas deste. Falo-vos de um fabricante japonês que resolveu lançar uma linha verdadeiramente fina, para os amantes do Light Rock Fishing citadino.
Por todo o mundo, há um crescente entusiasmo pela pesca ligeira, praticada fora do horário laboral. Falamos essencialmente de pesca nocturna, praticada em cidades, nos locais onde isso é possível: portos, cais, paredões. A exigência destas pessoas é tão somente uma, a de poderem passar duas ou três horas a pescar alguns peixes, não necessariamente grandes. Só precisam de ser…peixes.
A crescente procura de equipamentos ligeiros para pesca Ajing, se quiserem pesca de peixe miúdo, tal como cavalas, carapaus, etc, levou os fabricantes a extremos como este que vos mostro aqui abaixo: linha trançada (?!!) com a medida PE 0.1, com resistência máxima de 3.5 lb. Isto é mesmo muito fino!!
O objectivo é que este multifilamento lhes permita afundar muito rapidamente amostras ou vinis com…1 a 2 gr.
Para exemplares que não pressupõem mais resistência que aquela que oferece um peixe de 300 a 400 gramas, …chega e sobra.


Estou convicto de que muitos de vós acharão que pescar com linha dez vezes mais grossa é ainda muito curto... Na verdade, não se sente a linha na mão, um cabelo é mais espesso. 


Estamos perante um milagre da tecnologia de ponta em construção de linhas de pesca, mais uma manifestação da habilidade humana em construir nos limites do possível.
Coloca-se a questão se é mesmo necessário pescar tão fino, mas para todos aqueles que utilizam semelhante “cabelo”, não haverá muitas dúvidas: é isto e mais nada!
Ainda assim, a resistência linear não deixa de ser mais que suficiente para fazer saltar da água um peixe acima de 1 kg.
Canas com boas características, um carreto com um bom drag, e sobretudo…boas mãos, é tudo o que é necessário.
Trabalhar com este tipo de linha implica uma técnica apurada, muito conhecimento das reacções do peixe, e condições suficientes para que o possa fazer subir.
Muitas vezes há tudo isto menos a questão da localização. Num paredão, se não há o apoio de um xalavar, torna-se virtualmente impossível fazer mais que trazer o peixe à superfície.
Mas nem só de linhas finas vive o homem, pelo que vos trago também algumas novidades lançadas recentemente, e que poderão ser úteis para algumas situações especiais.
É o caso dos fluorocarbonos para baixadas, da marca Daiwa, com uma qualidade irrepreensível:


A GO Fishing passou a ter estas linhas em stock, e ainda a versão mais robusta, a de 60 Lb, para situações extremas. Se o assunto é de responsabilidade, se há peixes mesmo grandes na zona, é isto.


Quando a situação exige meios acima do normal, é bom saber que se pode contar com um producto da linha Saltiga, o ex-libris da Daiwa.
Entre nós, a pesca da corvina é um desses casos. Não tanto pela força que fazem, ainda assim significativa, mas sim pelo risco latente de, por força da enorme boca, poderem engolir a amostra/ isca.
E por isso mesmo ficarem com a linha a roçar nos dentes, altamente abrasivos.
A capacidade de luta destes mastodontes leva a que os combates durem muitos minutos, e nesse espaço de tempo a linha irá desgastar progressivamente. Por isso mesmo utilizamos o fluorocarbono, bastante mais resistente à rotura por abrasão, e não o nylon. Nada pior que perder um peixe de 40 kgs por fragilidade de um baixo de linha de…2 mt de comprimento. A diferença de custo é irrisória, do fluorocarbono para o nylon, são cêntimos.


Há pessoas que não utilizam linha fluorocarbono, por acharem que para além de mais cara, é demasiado rígida. Pois bem, nesse caso, a gama Saltiga também prevê uma alternativa, lançando uma gama em linhas de nylon como podem ver acima. 


E por fim, por hoje, e porque gosto de chamar à atenção para aquilo que existe de melhor a nível global, trago-vos um multifilamento de excepção: eventualmente uma das melhores linhas do mundo, o Daiwa Saltiga 12 fibras. Na circunstância um PE#1.5, o diâmetro máximo que pode ser necessário para pescar robalos no nosso país.
É mais uma linha para pessoas que não olham ao preço, (porque todas as outras são mais baratas), mas sim à qualidade, e aí, o producto ocupa um lugar cimeiro no ranking global.
Estas linhas fazem sentido para quem tem exigências muito particulares na sua zona de pesca. Por exemplo a existência de robalos muito grandes, mas que se situam a grandes distâncias da costa.
Se a acção de pesca se desenvolve por detrás de uma rebentação longínqua, então uma linha grossa não permite lá chegar. Ou teremos de o fazer utilizando uma amostra de 50 gramas, por aí.
Isso irá prejudicar mais que ajudar, pois a animação de um “peso” desses não é tão eficaz quanto uma amostra de 28 gramas. Logo, optar pelo peso extra pode roubar-nos peixes.
Situações de vento frontal forte provocam o mesmo problema.
Assim sendo, uma linha fina, mais fácil de desenrolar, mas ao mesmo tempo muito forte, capaz de resistir aos esticões de um robalo de 8 -10 kgs, tem vantagens.




Ficamos por aqui.
Nos próximos números vamos ter mais informação sobre aquilo que circula neste momento no Japão.


Vítor Ganchinho


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2 Comentários

  1. Como sempre muito informativo e explicado.
    Bom material!

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    Respostas
    1. Olá, bom dia


      Nós vamos falar muito a sério sobre linhas e tudo o que está por detrás da fabricação de trançados, no workshop que vai decorrer nos dias 20 e 21, este sábado e domingo.
      Serão 3 + 3 horas de passagem de informação que espero venham a mudar muita coisa em termos de espirito critico.
      Porque comprar linhas é um assunto sério, delas depende muitas vezes o sucesso ou insucesso da nossa saída de pesca.

      Até lá.


      Vitor

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