Tal como há pessoas que esperam dois dias acampados à porta de uma loja Apple para poderem ser os primeiros a ter um telemóvel de última geração, também há gente que dá tudo para ser o primeiro a ver aquilo que os grandes fabricantes mundiais de artigos de pesca lançaram para o ano seguinte.
Osaka funciona para a pesca como Milão ou Paris para a moda em vestuário.
Podemos encontrar canas, carretos, linhas, jigs, amostras, e toda a restante série de artefactos de que necessitamos para poder pescar bem.
Encontramos o que queremos e o que não queremos, porque para uma carteira limitada as solicitações são sempre mais que as possibilidades.
Acreditem que em Osaka os melhores apresentam apenas o seu melhor e isso pode representar uma hecatombe para as finanças do mais santo.
Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.
Hoje vou mostrar-vos algumas das tendências para o ano de 2024, sendo que irei procurar ir ao encontro de um leque alargado de pescadores.
A maior dificuldade é conseguir enquadrar gostos tão díspares quanto a pesca do choco e o vestuário fino, bonito e caro, coisa que para os chocos não será o mais indicado…
Acima as piteiras da Hayabusa, um fabricante de referência no Japão. |
As piteiras estão em todo o lado. Os fabricantes mais conhecidos de productos para chocos não as dispensam, por saberem que são parte integrante da mala de acessórios de todos os pescadores de chocos. Em Portugal só agora se abriram os olhos para as suas potencialidades.
Porquê pescar com uma amorfa chumbada, quando se podem duplicar as possibilidades de captura?!
A montagem é de tal forma simples que espanta que não se usem, basta trocar a chumbada por uma piteira do mesmo peso.
Não faltam os acessórios para matar o peixe logo a seguir à captura, evitando um sofrimento desnecessário ao animal.
Entre outras coisas, isso interrompe o envio de toxinas para a carne que vai ser comida a seguir. O acessório é este que a Daiwa lançou:
As empresas de certificação fazem o seu trabalho de regulamentação de diâmetros de linhas. Sabemos que quase nada daquilo que é apregoado corresponde de facto ao diâmetro real da linha que adquirimos. É bom saber que alguém se ocupa de “moralizar” o assunto e coloca algum travão na especulação geral que é feita.
Uma linha que é pressupostamente um PE1, não pode na verdade ser um…PE 2, e ganhar vantagens comerciais sobre as outras linhas à venda no mercado.
As pessoas muitas vezes pensam ter encontrado uma linha mais resistente que todas as outras, ….mas medindo o diâmetro afinal estão é a pescar com a medida de linha acima.
Este é um assunto muito sério, já abordado nos workshops realizados na GO Fishing em Almada, e que voltará à berlinda. Porque é importante.
Ver abaixo uma das máquinas utilizadas para testes de resistência e diâmetros de linhas de nylon, fluorocarbono e PE.
O rigor dos diâmetros é algo que tem vindo a ser desvalorizado, mas é assunto sério. Não devemos deixar que nos vendam “gato por lebre”… |
A nível dos vinis, a tendência vai no sentido dos elastómeros, os vinis mais resistentes, e de pequena dimensão.
Os clientes deste tipo de artefactos é a gente do Light Rock Fishing, LRF, gente que pesca normalmente por prazer, sem a pressão de ter de levar muito peixe para casa.
Eu pesco regularmente com este tipo de “engenhocas” e tenho muito gosto em vos mostrar, mais uma vez, a sua eficácia.
Mas se acham que Osaka é só canas e carretos, então que dizer do autêntico desfile de moda que as grandes marcas fazem?
A Shimano e a Daiwa são as marcas que mais brilham, apresentando modelos que, sendo caros, estão no entanto acima de tudo o que se fabrica por aquelas bandas.
Posso mostrar-vos alguns modelos de casacos, por exemplo:
E se conseguirmos conciliar o conforto com a segurança?
A Daiwa pensou no assunto, e para as pessoas mais friorentas, lançou um acessório de vestuário que contempla as duas vertentes:
Em rigor, um colete insuflável, que isola do frio, e ao mesmo tempo zela pela segurança da pessoa em caso de queda à água. |
A meio do dia, e para quem é apreciador, podemos assistir a um autêntico “show” de corte de atum. Sendo os japoneses grandes consumidores deste tipo de peixe em cru, estranho seria não aproveitarem a oportunidade para levar uma quantidade para casa, a seguir à feira.
Este certame decorre na primeira semana de Fevereiro, com temperaturas ambiente inferiores a 5 graus, o que serve na perfeição para este propósito.
Digo-vos que as pessoas que ficam atrás dos vidros, são verdadeiras estrelas, participantes regulares em programas de televisão, com estatuto de vedetas.
Cortar atum, no Japão, é uma profissão.
Esta gente entende de atuns a sério. Se nós percebemos de chouriços de porco preto, eles sabem tudo sobre musculo e gordura de atum. |
Há muito mais para contar, fique atento ao blog porque irá surgir algo mais no próximo número.
Vítor Ganchinho
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Fiquei com a sensação de quem foi ao Louvre ... nem em 15 dias hehehe
ResponderEliminarPaulo, eu já estive no Louvre diversas vezes, e gosto. Mas uma coisa é ir a Paris e ver arte, e outra bem diferente é ver a "arte" de alguém que está vivo, que comunica connosco, e que muda a nossa vida pessoal com o seu conhecimento.
EliminarÉ um pouco como estar ao lado de Da Vinci quando ele está a pintar a Gioconda, e ouvi-lo explicar como está a fazer....
Vai ver que vai gostar de alguns artigos que seguem.
Abraço
Vitor