Estivemos lá.
Como de costume, não ficámos desapontados porque Osaka não deixa de ser aquilo que sempre foi: uma gigantesca montra de tudo aquilo que de novo envolve o fenómeno da pesca.
Trago-vos muita informação, muita imagem em fotografia e filme, e também o registo de um acontecimento que muito irá interessar a quem faz pesca jigging, e não só: dois encontros com Norihiro Satoh sensei, o percutor da técnica de pesca slow-jigging, eventualmente a pessoa que mais determina as tendências de equipamentos e técnica neste momento, em todo o mundo.
Estivemos lá e temos muitas e boas novidades para todos aqueles que se interessam por pesca, na sua versão …“alto nível”.
Ir ao outro lado do mundo não é coisa para gente fraca. São 3 horas de voo até uma cidade europeia com ligações directas ao Japão, no nosso caso e desta vez Amsterdão, nos Países Baixos.
Daí para o Japão muitas horas seguidas dentro de um avião, mais de meio dia. Não nos mata mas deixa-nos o corpo moído…para além de completamente descontrolado à conta das 9 horas de fuso horário.
A nossa hora do pequeno almoço é a hora do jantar deles, e isso deixa marcas durante dias.
Os grandes colossos da distribuição não perdem uma oportunidade de mostrar os seus melhores productos. |
Depois de uma extenuante viagem de 13 horas, e já com o aeroporto de Kansai/ Osaka à vista, azar dos Távoras, o Carlos lembrou-se que deixou a aliança dele em cima da mesa do snack bar onde tomou o pequeno-almoço. Em Amsterdão.
Isso motivaria um inevitável retorno para trás, mais 13+13 horas de voo, não fora o facto de afinal ele nem usar aliança. Felizmente. Quando estamos nos limites físicos, toda e qualquer contrariedade é um problema, qualquer palito de fósforo é um tronco. Mas a moral das tropas era alta e fomos em frente, enfrentando um longo dia de trabalho quando era pressuposto estarmos a dormir.
À nossa espera estavam os maiores fabricantes do planeta, ou seja, uma imensidão de marcas conhecidas em Portugal, e outras tantas não conhecidas mas que gozam de enorme prestígio naquelas paragens. E como de costume, vimos equipamentos de pesca que poderão vir a ser lançados na Europa dentro de ….alguns anos. Ou nem chegar a ser lançados, porque o mercado asiático absorve toda a produção e as marcas nem precisam de os divulgar noutras paragens.
Não é raro que se levem à feira modelos que são meticulosamente desenvolvidos pelos departamentos de investigação durante anos.
A uma feira com a importância de Osaka, leva-se tudo o que se produz de melhor e mais sonante, e é entendível que assim seja, pois ali estarão presentes os maiores fabricantes mundiais de equipamentos de pesca e também os eventuais distribuidores desses productos.
Distribuidores de todos os continentes encontram-se ali na maior festa mundial de productos de pesca. |
A Daiwa quis mostrar o novo Saltiga 35 2024, uma bomba que é a evolução técnica do Saltiga 35 de 2015, mas deitou uns borrifos de água fria nas expectativas de todos aqueles que esperam ansiosamente para poder ter uma máquina destas.
Por razões técnicas, o fabricante sente que ainda não está pronto, ainda há melhoramentos a fazer até considerar perfeito este modelo.
Por isso mesmo, esta foto que veem abaixo não passa do registo de um protótipo, não comercializável, cujo lançamento pode ocorrer para Maio/ Junho de 2024, por aí.
Da parte de um dos engenheiros de produção, obtive o seguinte esclarecimento: “meu amigo, para nós o lançamento de um carreto novo só acontece quando já não conseguimos aportar ao modelo mais nada de bom, de melhor, em termos de tecnologia. Pode até acontecer termos de esperar mais um ano…e se tiver de ser, vai ser”.
Entendidos! Para perfecionistas como as pessoas da Daiwa, o lucro vale muito menos que a sua imagem. Este é um caso em que o tempo de testes será o que for necessário…
Apresento-vos um desses casos, um carreto de jigging para quem tem como objectivo peixes de grande porte: o Daiwa Saltiga 35.
A Daiwa apresentou o seu novo modelo de carreto jigging pesado, o Saltiga 35 HL, uma bomba que infelizmente não recebeu ainda luz verde por parte do fabricante. |
Mas as novidades surgem a cada recanto, quer por parte dos grandes colossos, como a Daiwa ou a Shimano, mas também apresentadas por empresas de menor dimensão mas não de menor ambição. Todos querem crescer.
Algumas dessas empresas apenas necessitam de um pequeno empurrão, um pouco de sorte, para virem a ser grandes.
Nós encontrámos algumas à espreita da sua oportunidade, e aqui daremos conta da qualidade da sua produção, com tempo, em detalhe.
Nada é deixado ao acaso. Vejam a apresentação desta colecção de jigs... |
A competição entre marcas obriga a que cada um escolha o melhor que sabe fazer. Não é aí que se apresentam as segundas linhas, os productos baratos, e muito menos as imitações chinesas. Não há espaço para isso.
Os metros quadrados de cada stand são muito caros, mas mais caro ainda é não ser o melhor de todos os expositores. Os clientes têm tempo, durante três dias (no primeiro dia de feira o público em geral não tem entrada…) para sondar aquilo que existe de melhor e fazer as suas escolhas.
Há empresas habituadas a ganhar, mas a diferença para muitas outras não é tão grande assim, o que obriga a cuidados redobrados em tudo o que se apresenta.
Esta gente não pára de inovar. |
Mas não se ficam por aqui as novidades, naquele espaço deparamos a cada instante com algo novo, ou uma evolução de algo que já existia, o caso que vos apresento a seguir:
Os diversos tipos de punhos que a Shimano disponibiliza nas suas canas. |
A Shimano não abandonou o projecto de adequar a pega das suas canas às mãos de quem pesca com elas. Apareceu com uma evolução do seu modelo X-Seat, a pega acoplada à cana de jigging, ou carreto eléctrico, para ambidextros, ou seja, em vez de se tratar de um adaptador para mão esquerda ou direita, tem a curvatura da pega colocada de forma central, sem desvio, sem curva de adaptação. Neste momento já estão disponíveis mais alguns modelos, com mais ou menos relevo.
Por mim, entendo que para cada tipo de mão, a sua pega ideal. Eu, que sou dextro, pesco com um modelo que me encaixa na mão direita como uma luva.
A vantagem que lhe noto tem a ver com o alívio da tensão permanente da mão, não precisamos de apertar a cana na mão da mesma forma, podemos relaxar um pouco, mesmo quando estamos num acto de pesca eminente.
Também o posicionamento da mão e braço relativamente à cana é diferente, muito mais natural, mais descontraído.
Quando temos um ataque surpresa, num momento em que nada indicaria uma picada, a mão possui um contacto mais forte com a cana e isso é importante no acto de cravar o anzol. O peixe bate e tem um ponto de fixação para que se crave por si só. Tecnologia Shimano.
A GO Fishing Portugal tem permanentemente canas de jigging com este tipo de pega em stock.
A Shimano continua a apostar muito na qualidade dos acessórios, casacos, calças, e até sapatos. |
O conforto de quem pesca é uma prioridade para os fabricantes. Bem sei que por cá nada nem ninguém se preocupam muito com isso, a roupa e calçado da pesca é quase sempre aquilo que está velho e já não serve para mais nada, mas há quem pense nas necessidades de quem pesca, e sem dúvida os resultados são excelentes. Se falamos de botas ou sapatos, a questão da estanquicidade e aderência são prioritárias. Toda a tecnologia aponta no sentido de deixar respirar, sem permitir a entrada de água.
Para quem se desloca em pisos rochosos, ou escorregadios, a Shimano tem uma solução.
Relativamente a roupas, a mobilidade, o conforto, contam sempre. Esta gente cuida dos detalhes específicos dos equipamentos para quem pesca e quer poder mover-se sem limitações, mas ao mesmo tempo quer estar quente.
Não esqueçam que eles pescam muitas vezes com temperaturas próximas dos zero graus.
O mesmo sapato pode ser adequado a vários tipos de piso. A adaptação é muito fácil e é garantido que não salta. |
Vejam o filme:
Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.
Vamos voltar com mais novidades.
Vítor Ganchinho
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Mas que bela reportagam com sempre nos Brinda Abraço
ResponderEliminarVamos ter muito mais coisas.
EliminarA quantidade de informação é muita e vamos ter de a passar aos poucos. Mas há muito a dizer, seguramente.
Obrigado pelo seu incentivo.
Vitor