COMO UTILIZAR ANZÓIS RÁPIDOS OU LENTOS, EM FUNÇÃO DA PESCA QUE FAZEMOS

Vimos anteriormente que existem diversos modelos de anzóis, com diferentes curvaturas de haste e ponta, uns mais indicados para pescas de contacto rápido, e outros mais apropriados para pescas que obrigam a combates longos.
É importante que se tenha sentido crítico quanto aos anzóis que utilizamos porquanto eles podem influenciar positiva ou negativamente uma jornada de pesca.
Trago-vos hoje um trabalho final sobre este tema, certo de que, por pouco que seja, algo ficará que possa vir a ser útil no futuro quando tiverem de escolher um anzol, uma solução de armamento para as vossas amostras, jigs ou mesmo para quem pretenda fazer pesca ao fundo com isco orgânico.

Anzóis com curvatura pronunciada dificilmente nos darão um peixe que morda a nossa amostra num ataque rápido. Porque não foi para isso que foram concebidos. Pode parecer-vos que a diferença não é significativa, mas é.
Ao fim do dia, as percentagens de toques falhados e peixe conseguido são diferentes.
Vejam o exemplo abaixo, um anzol nitidamente lento, que tem uma aplicação óptima em situações de pesca ao fundo, com isca. É muito bom para isso, para receber um isco e permanecer no fundo à espera de um peixe que o aspire, mas não podemos pedir-lhe mais.
Este formato de anzóis é muito eficaz para a pesca de fundo que normalmente se faz na nossa costa, o dito “pica-pica”, e, dado o formato, tem uma aplicação quase universal, servindo para sargos, douradas, choupas, etc.
Em função do tamanho dos espécimes procurados, assim se deve subir ou baixar o número, adequando o tamanho do anzol ao tamanho do peixe.
Passo uma foto de um resultado de pesca feito com este tipo de anzol, para que vejam que nada é por acaso.


Vejam agora a seguir um anzol típico de jigging, e a sua ponta mais direita, a pedir um contacto rápido, afinal aquilo que é apanágio da pesca com artificiais.
Neste caso, aquilo que se pretende é mesmo um anzol que penetre e permaneça cravado na boca do peixe ao primeiro contacto.
O anzol de jigging é isso mesmo, um anzol rápido. Porventura estamos mais habituados a vê-los já montados, e custa-nos um pouco imaginar o anzol despido do seu acessório habitual, a corda PE, a linha e a argola, esse sim o formato que reconhecemos de imediato. Dou-vos exemplos:

O anzol simples, e a seguir o exemplo do mesmo anzol já com a assemblagem feita, num tradicional assiste duplo, a dois comprimentos de PE. Este é um tamanho de anzol que eu utilizo há algum tempo, cerca de um ano e meio, para pesca jigging aos robalos, corda de 2cm para peixes que aspiram. No caso dos pargos, prefiro a mesma versão de anzol, mas com a corda um pouco mais curta, corda de 1 cm, para peixes que mordem. 

A combinação de detalhes a verificar não deixa muito espaço aos fabricantes: queremos anzóis muito leves, para que reajam ao menor contacto, para que não sejam projectados para longe quando o peixe bate, mas sim que se prendam de imediato, nem que seja apenas a ponta do bico. (A seguir, a nossa reacção instintiva de colocar pressão a partir do acréscimo de tensão na cana, e a natural tentativa de fuga do peixe, irão acabar por cravar o resto). Queremos anzóis ultra-afiados para que penetrem com mais facilidade, e queremo-los resistentes q.b. para que os peixes não os consigam abrir.
E já agora que sejam muito baratos, porque o tempo não está para gastos. Não é fácil a uma fábrica dar resposta a tudo isto.
A questão técnica a reparar é mesmo a questão da ponta, que neste caso está pouco encurvada para dentro, quando comparada com os anzóis para isca orgânica.
Posso dar-vos mais exemplos de anzóis de assiste, todos com o formato de ponta rápida:


Falemos agora da questão da colocação da linha.
Propositadamente deixei aqui duas fotos com colocações antagónicas, uma com linha a sair por dentro da curvatura do anzol, outra a sair por fora, atrás da haste.
O anzol é rigorosamente o mesmo. A ideia é que façam um resumo daquilo que leram nos últimos dois dias e que apliquem agora esses conhecimentos.

Pergunta 1: Qual a forma mais correcta de montagem, (se é que existe uma forma mais indicada)?

Pergunta 2: Em carga, com um pargo a puxar forte, qual a montagem de anzol que pode dar-nos melhores resultados em termos de retenção do peixe?

Pergunta 3: Qual a montagem de linha que ferra mais depressa e mais facilmente? Pode isso ser útil em dias em que o peixe morde… menos bem?


Caso queiram comentar no blog fico agradecido, mas caso não o pretendam fazer, que pensem para vós mesmos quais as diferenças que encontram. E entendam a diferença que pode fazer o ângulo de ataque do anzol à boca do peixe. E o posicionamento do anzol quando em tracção. 
Isso já significa entender aquilo que aqui foi dito anteriormente.

Boas pescas para todos!


Vítor Ganchinho


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