HINO DE MALEDICÊNCIA A UM BARCO SEM CULPA... - CAP II

No último artigo ficámos retidos a bordo do “Incrível”, ao sabor das correntes, perdidos em pleno mar alto, desesperando pela ajuda de alguém.
É certo e sabido que o Luís Ramos está mal servido de motores, conforme ficou anteriormente demonstrado. Isso está provado, confirmado, e ele próprio o reconhece com grande tristeza: é verdade que vive amarguras e desilusões todos os dias com os carburadores que tem. Em suma, os motores fumegam bem mas não desenvolvem.
Mas também está mal servido de barco, e é isso que vos vou demonstrar hoje, aqui.
A situação era crítica: estávamos longe da costa, num barco com dois motores de 0.4 HP engasgados, fumegantes, sem compressão, sem força para rodar os hélices, sem qualquer tipo de comodidades, sem quartos individuais, sem serviço de bar, sem jacuzzi, sem piscina interior, sem casino…sem wi-fi, …sem Sport TV. Sem espelho heliográfico...
O Luís, desolado, lamentava-se entredentes: “para ter isto vendi a casa, os terrenos da tia Idalete, … um dinheirão, uma fortuna, …. dois motores novos, …10.000 horas …não desenvolvem”...
Eu bem tinha avisado. Motores Gamaha de 0.4 HP a dois tempos somados a um barco que morde joelhos é uma mistura explosiva e não é preciso mais para nos sentirmos na boca da fera, engolidos pelo infortúnio…
Se de dia podemos sentir-nos relativamente seguros, toda a gente sabe dos monstruosos peixes que à noite aparecem de goela aberta pelos mares de Benguela.
Pensei no que poderia acontecer quando a noite caísse sobre nós. Tive receio.

Um barco como o Incrível não é só garantia certa de pouca pesca, também atrai má sorte, desgraça e grandes calamidades. Ser engolido por um peixe é uma forte probabilidade. 

Perdidos na imensidão do oceano, longe da civilização, isolados, com poucas perspectivas de termos um vento salvador a soprar na direcção da costa, era tempo para tomar decisões firmes.
Enquanto o meu colega se lamentava da valvulina adulterada com água, da falta de vento e do quanto nesse dia o signo lhe estava a ser desfavorável, eu enchi o peito de ar e avancei.
Quando saio com pessoal pouco habituado a mar é isto: no fim sobra sempre para mim, tenho de ser sempre eu a resolver.
Tínhamos de sair dali! Tomei o controlo da situação e a primeira medida foi apostar forte nas novas tecnologias. Não podemos passar a vida a pensar que o vento vai mudar. Temos de ser nós o vento!
Liguei a aplicação para chamar um barco TVDE.
Normalmente na Europa não levam mais de dois minutos a chegar. Não tinha ideia sobre a qualidade do serviço Uber-Barco na zona marítima de Benguela, mas se funciona bem em todo o lado…
Começaram por aparecer uns riscos e coriscos no ecrã, ouvi durante breves segundos música sevilhana, castanholas, uns estalidos, uns cliques, e a seguir nada, ….apenas um pouco promissor silêncio.
Até nisso o Luís me falhava: a rede estava momentaneamente em baixo. Dão sempre nisto os barcos ruins que não são mais que alguidares de plástico com consola.
A dada altura, um click, e de repente um inevitável spot publicitário: “Vende-se cão, urgente. Come tudo o que encontra: adora crianças”.
Voltei a tentar, insisti, desliguei e voltei a ligar o aparelho, e por fim chegou uma resposta: _Alô Incrível! Alô Incrível! Daqui bimba rebocadora “Fé em Deus”. Diga se me ouve, escuto.
Mais aliviado, respondi: _ Aqui “Incrível”! Aqui “Incrível”! Nós estamos a vê-los! Estão aqui a menos de oitenta metros de nós. Podem encostar que eu vou já lançar um cabo.
_ OK, roger e afirmativo! Matricula 10. Repito: matrícula 10! Já estamos a levantar ferro para ir para aí. Vamos chegar aí dentro de uns seis dias…podem seguir o nosso trajecto através da aplicação.

Estes rebocadores equipados com dois motoristas prestam um serviço inestimável. Aceitam kwanzas angolanos ou cripto moedas, …bitcoins.

O meu colega de pesca nem queria acreditar! Estávamos aparentemente salvos!
Era tempo para nos acomodarmos o melhor possível pois a espera poderia ser longa. O sol de Benguela queima-nos a pele, abre chagas que não fecham, arde como fogo.
Mais que isso: desidrata-nos por dentro. Rouba-nos discernimento, capacidade de pensar. Temos alucinações.
Fixei os olhos na zona da proa e tentei entender o que os meus olhos viam: parecia-me um espaço amplo, confortável, com bom aspecto. Eu sei que o barco do Luís é tudo menos isso: é acatitado, desconfortável e tudo menos bonito. Meu Deus como ele é feio!! E adorna quando alguém pesca um carapau.
O sol escaldante e a falta de água doce para beber apertava com os meus sentidos, via tudo desfocado, enevoado.
Pestanejei. Voltei a abrir os olhos e a dada altura já me parecia que o “Incrível” tinha alguém desconhecido na proa:

Nem percebi o que esta mocinha estava a fazer na proa. Seria a nova encarregada de despejar os bidons da gasolina para o depósito?

O deck era muito bonito, polido, todo em teca clara. Pestanejei de novo.
Devia ser engano. Era engano, de certeza! O deck dele nem é em teca!! O Luís devia estar do outro lado do barco, isso sim, de cú para o ar, a limpar as velas pela enésima vez nesse dia. É isso que ele faz a toda a hora.
A humidade, o calor, a insolação fazem-nos ver coisas estranhas, até parecia que as amuras eram forradas a folha de ouro.
Pensei para mim: “...não Vitor, o Incrível não é isto! Só pode ser engano. É melhor dares um passeio até à popa e confirmares o nome da embarcação”.
E fui a andar a pé durante longos vinte minutos, sentindo as gotas de suor a escorrer pela testa.
De passagem, perguntei a uma das funcionárias de serviço se tinham visto o Luís Ramos. A moça disse-me que ia ligar para a ré e perguntar a uma das colegas se sabiam dele.
Eu nem me lembrava de o “Incrível” ter sistema de intercomunicadores...

A mocinha tinha-o visto passar em tronco nu, mas de momento não sabia dele... não estava na ponte de comando.

_” Tenho o grato prazer de informar de que já descobrimos o paradeiro do nosso capitão Luís Ramos. Ele não suporta ondas e esteve indisposto, mas já recuperou e neste momento está no piso 1 a lançar jigs aos pargos capatões!”
Agradeci a informação. Desci ao nível 1 e tentei encontrá-lo para lhe dizer que a bimba rebocadora “Fé em Deus” tinha contactado por VHF e confirmava já ter avançado dois metros desde que a tínhamos contactado nessa manhã.
Estava um calor abrasador e nenhum ser humano sobrevive muito tempo sem hidratação. Sentia-me seco, sedento. Mas o Luís insista que tínhamos de poupar a pouca água que restava e zelar pelas esponjas, para lavar bem o barco “Incrível”.
Como vos disse ontem, ele ainda tinha esperança de o vender por 20 euros a um colecionador de antiguidades.
A mim parecia-me que podíamos estar a caminhar a passos largos para uma horrível morte por desidratação. Continuei a caminhar, atordoado, um pé à frente do outro, devagar, mas cada vez me era mais penoso caminhar.
Tinha de confirmar se estava ou não a bordo do “Incrível” e só podia ter a certeza disso depois de confirmar a matrícula. Arrastei os pés mais um pouco.
Por fim cheguei à popa… exausto, já a acusar muito os efeitos da insolação. Apenas estava lá uma das senhoras da limpeza, a tentar dar alguma arrumação a um horror de jigs CB-One espalhados pelo chão.
O Luís saíra há minutos, com um flute de champagne D. Perignon gelado numa mão e a cana de jigging na outra.

A mulher da limpeza, atarefada, disse-me que o tinha visto passar com um saco de rede cheio de carapaus, mas que ia à procura de outro pesqueiro.

Tudo aquilo me parecia estranho.
Na ré, senti que algo não estava bem. Tudo me parecia diferente. Não estavam lá os porta-canas brancos nem o alicate do Luís Ramos….nem as canas de jigging da Zenaq.
Ele dorme com as canas na mão….nunca as larga... e queria-me parecer que os motores Gamaha de 0.4 HP eram fora de bordo.
Fui espreitar se o nome da embarcação coincidia: não consegui ler a palavra “Incrível” porque estava algo a pousar no heliporto e tapava-me o ângulo.
Estava no limite da minha resistência física. A garganta estalava de secura. Pensei para mim: “Vitor, tens de reagir! Vai descansar um pouco, vai para o quarto e tenta ficar longe do sol.
E dei entrada no quarto mais próximo que encontrei, para repousar e tomar um sumo natural fresco.
O almoço iria ser servido daí a duas horas, tinha tempo para cochilar um pouco.

O quarto climatizado do “Incrível” deu-me outro ânimo.

Pese embora a almofada de leves penas de ganso, o meu sono era de chumbo e adormeci profundamente.
Depois de dormitar umas horas, e já um pouco mais recomposto fisicamente, era tempo de ir ver do Luís.
Pedi à tripulação que fizesse o favor de o informar de que eu pretendia falar com ele com urgência. Fui informado que poderia estar no bar do terceiro piso.
Não estava. Estaria no SPA, a massagens? Estaria a jogar golfe no piso 3? O “Incrível” tem fama de organizar excelentes torneios de golfe no seu campo de 18 buracos.
Mas onde andava ele?! É por estas e outras que eu detesto barcos demasiado grandes, a dada altura para encontrar alguém quase temos de contratar equipas cinotécnicas, cães pisteiros seguidores de rastos.
Mais uma vez recorri aos préstimos de uma das senhoras da tripulação: era urgente dizer-lhe que devíamos voltar a contactar e dar novas coordenadas GPS actualizadas à bimba de reboque “Fé em Deus”.
Afinal de contas eles estavam a mais de vinte metros de nós, podiam passar sem nos ver.
O pessoal de apoio era de tal forma prestável que uma das moças foi de imediato à procura dele.

A tripulante dirigiu-se ao elevador e foi tentar encontrar o meu amigo.

Até que o encontrei! Estava a pescar com um sabiki de penas laranja, com 5 anzóis, a 200 metros de fundo. Pareceu-me menos bem estar a pescar sem chumbo,….apenas a deixar cair em folha seca.
Eram horas até chegar lá abaixo, mas na verdade ele também não tinha pressa.
Dizia-me ele: “_ Vitor tenho estado aqui a fazer uns pexitos, já entrou um salmonete, e muitos carapaus. Marca peixe na sonda, há carapaus bons, palmeiros”…
Fui ver e realmente sim, havia peixe no visor. Perguntei-lhe: 
_“Tomamos alguma coisa ou não? Eu por mim vou num mojito berry breeze. E para aí”?
_ Eu tomo um “Pink lemonade”. Não quero estar a perder o apetite para o almoço.

Fui espreitar o saco de rede dele:

Achei o peixe um pouco desluzido, seco do sol, mas ele é que é o profissional, ele é que sabe o que vende melhor...

_ Luís, com pescarias destas não vamos lá, não seria melhor ser eu a pescar alguns minutos agora?
_ É que eu estou ferido na mão, tive um azar….
Vim a saber que tinha espetado um anzol num dedo, e perdeu imenso tempo na enfermaria: _ A doutora teve de suturar….dizia ele.
Eu nem sabia que havia médico a bordo do “Incrível”. Nem sequer enfermaria! Porque estava também meio mareado, e algo curioso, confesso, fui ter com ela.
A porta do gabinete estava fechada. Tive de esperar, tinha aproveitado a folga de duas horas de serviço para ir a banhos de sol.


Vi-a a descansar na prancha de Stand Up Paddle ao lado do "Incrível" e gritei-lhe: a Dra desculpe, mas será que tem por aí algo bom para a desidratação extrema?....
_ Vou já, vou já! Diga-me o que sente, por favor.
_Sinto-me com a língua áspera, encortiçada…como se tivesse comido marmelo …
_ Andou a fazer alguma coisa estranha com a língua? É solteiro?
_ Não, …nem tanto. Estava sedento, lembro-me de a vir a arrastar no chão, …às tantas cravei algum anzol da Van Fook. O Luís deixa-os cair em todo o lado…
_ O nosso capitão ainda há pouco foi suturado por mim! Tinha um anzol espetado num dedo, e não aceitou que eu lhe retirasse um outro anzol Van Fook Spear SH-20 #5/0 que lhe ficou cravado na retina do olho. Diz que, como não incomoda, depois tira, quando chegar a terra.
A grande questão era mesmo chegar com o “Incrível” a terra. Voltei a ligar à bimba rebocadora “Fé em Deus”. Pese o avanço registado, estavam ainda a mais de 20 metros de nós, o que obrigaria a uma espera de mais alguns dias.

Não percam no próximo número o epílogo desta comovente história de salvamento de duas almas de Cristo.


Vítor Ganchinho


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11 Comentários

  1. Boa tarde Vitor.
    Eu julgo que pescar com o Luis Ramos deve ser uma coisa do outro Mundo, mas não conhecia essa capacidade de "Transformer" do famoso Barco Incrivel. Deve ser mesmo Incrivel.

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    1. Olá Luís Borges O barco Incrível é meu! Nem vale a pena pensarem em o comprar porque eu vi-o primeiro! Além disso já informei o Luis Ramos de que, quando ele já não o quiser, pode vender-mo pelo preço que quiser.
      Porque aquilo é algo de precioso! É o valor que lhe vier à cabeça! Nem que eu tenha de vender a casa ...

      Vamos ver, as coisas agora vão amainar um pouco, já só falta o regresso a terra.
      Agora já vai...


      Abraço
      Vitor

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  2. Luis Ramos10 maio, 2024

    Texto brilhante com um humor e imaginação fora de série. Os meus parabéns por mais um magnífico capítulo 👏👏👏Entretanto eu vou é vender o Incrível, pois com tantos pés..sauna..bar..piscina...funcionárias...ainda vai render uns bons trocos..😂😂😂

    Caso eu não o venda.ele diz que se vais esforçar muito mais para o próximo ano para lhe provar que é mais do que uma bimba sofisticada..😂😂

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    1. Luis, desta vez vou levar umas joelheiras de guarda-redes, que é algo que eu já devia ter feito....

      O que aí vem já não massacra muito, é aguentar a pancada, mas o pior já passou.

      Abraço
      Vitor

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  3. 😂😂😂😂😂😂😂
    Em primeiro lugar é bom que a Sra. Carla não saiba que o Luis sai á pesca todos os dias nesse barco..... em segundo gostava de conhecer essa dita Dra ( parece um pouco malandra) e em terceiro não posso esperar pelo proximo capitulo.
    Emanuel Fernandes

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    Respostas
    1. Emanuel, faltam apenas dois capítulos para esta coisa se resolver.

      Acho que no próximo vamos ver o Luís Ramos e os seus delirantes nós FR, e a seguir é que é a chegada a terra.
      Já falta pouco.
      Mais dia menos dia vamos voltar a escrever sobre chocos, que é aquilo que o pessoal gosta....

      Se um futebolista da segunda Divisão cortar o cabelo, publica uma foto e tem dois milhões de likes.
      Eu escrevo sobre o Luis Ramos e tenho 10....

      Faz sentido.


      Abraço
      Vitor

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  4. Não faz sentido nenhum Vitor, mas é assim o povo!
    O Luis é o CR7 da pesca com artificiais mas como está no Lobito todos pensam ser favas contadas apanhar peixe, mas nem perto assim é.
    Obrigado pela sua partilha é a maneira que vou tendo de regressar lá e pescar com ele.
    Emanuel Fernandes

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    Respostas
    1. Emanuel, eu tenho vindo a dizer que se o Luis Ramos fosse um qualquer "Louis", se tivesse sotaque estrangeiro, era o maior da pesca e haveria gente a vender camisolas com a foto dele em todas as lojas de pesca do mundo. Assim, como é o nosso Luis, ...ninguém liga.

      Por cá, aquilo que ele pode ter certo é que haverá sempre gente com energia suficiente para lhe pegar num pé e puxar para baixo. As pessoas assustam-se por haver alguém melhor que elas. Ficam incomodadas com isso.
      Não devia ser assim, devíamos sim tentar aprender com ele, absorver tudo aquilo que o Luis sabe e certamente passaríamos todos a ser melhores.
      Não imagina aquilo que eu já aprendi com ele! E vou querer mais, não fico por aqui.
      Já me estou a auto convidar para ir no ano que vem pescar mais uns peixes, e mais importante que isso, para aprender a fazer como ele faz.

      Para além de estar muito atento a todos os detalhes, eu procuro ainda colocar-lhe as questões certas no momento certo. Nunca deixou de me responder!

      E eu sou um "colega de risco", porque escrevo. Mas ele sabe que não faria nada que pudesse prejudicar a sua actividade. De resto, escrevo para que todos possam acompanhar de perto aquilo que é a pesca grossa em Angola. Na verdade ninguém liga muito...
      Não imagina o desapontamento que é ver que centenas de pessoas leem os artigos e aqueles que se manifestam são dois ou três. Nem se dão ao trabalho de colocar um like no fim do artigo.
      Um destes dias eu saturo-me e a rapaziada passa a ler meia dúzia de linhas sobre a pesca ao choco, e vê umas fotos de uma centena de robalinhos de palmo dentro de um balde...para fritar.
      Um dia coloco um ponto final.

      Já faltou mais.


      Abraço
      Vitor

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  5. Pode não acreditar mas percebo perfeitamente o seu sentimento! O meu avô dizia muita vez o "o sabe tudo ainda não nasceu", mas para chegar ao conhecimento é preciso ter humildade para aprender.
    Adoro o Luis, é um ser humano maravilhoso e verdadeiro, mas mesmo assim procura saber mais e não se importa de partilhar e ensinar quem o procura da forma
    Em relação ás suas partilhas, para além de um excelente escritor também tem muito coração espelhado nas suas partilhas!
    E acredito que seja o principal motiva das suas partilhas, por isso enquanto sentir essa vontade não o deixe de fazer.
    E espero que um dia a minha vida me permita ir fazer uma pesca por aqui consigo!
    Grande abraço

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    Respostas
    1. * forma correta

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    2. Bom dia! Ontem falei com o Luis sobre a questão da inércia que as pessoas revelam quando acabam de ler um artigo. E estamos de acordo nesse ponto.
      Aquilo que é normal hoje em dia é que se ignore que aquele texto deu trabalho a quem o elaborou. Leu-se e está feito. Esquecem que do outro lado está alguém que o faz de forma gratuita, não há qualquer pagamento envolvido, que essa pessoa tem certamente outras formas de gastar o seu tempo, e que o mais cómodo seria nem se incomodar a passar informação.

      No meu caso, eu comecei a escrever há uns 35 anos para o jornal Notícias do Mar, do Antero dos Santos, e se continuo é porque de quando em quando há alguém que resolve
      dar um incentivo, que reconhece que há trabalho feito.

      Mas já estou muito saturado de ter 400 pessoas a ler e 2 a comentar....

      Hoje vamos ter a chegada a terra com o Incrível, vamos ver como corre. Em princípio mal...



      Abraço
      Vitor

      Eliminar
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