A TÉCNICA DE PESCA À LULA - EQUIPAMENTOS E TRUQUES - CAP. I

Temos ao longo dos últimos meses vindo a desenvolver ideias sobre a pesca da lula, um cefalópode muito comum e abundante no nosso litoral. 
Falemos hoje nos equipamentos a utilizar, sendo que de todos eles o que me parece mais decisivo é mesmo a cana. É bom que tenha qualidade de construção porque vai ser solicitada a fazer trabalho duro. 
Pretende-se uma cana leve, porque agitar uma cana pesada mata-nos os braços. Ainda assim os fabricantes preconizam modelos com um grau de rigidez entre o H, Heavy, e o HH, Heavy Heavy, ou seja, o limite máximo de dureza. Pode parecer estranho que se opte por um modelo de cana rígida quando aquilo que se pesca é um cefalópode de carne muito frágil, e que pode rasgar com facilidade. Todavia, não convém esquecer que vamos actuar com dois engenhos diferentes, sendo que um deles será uma toneira, leve portanto, mas o outro um lastro com peso significativo, a piteira, que pode chegar perto de 100 gramas. Ora não se trabalha este conjunto com uma cana mole, macia, flexível. A razão é essa e os japoneses há muito o entenderam. 
Vamos de seguida tentar entender as suas razões. 

A acção da cana deverá permitir realizar o trabalho de excitação, sendo que os pesos envolvidos são ainda assim significativos. Após a nossa toneira e piteira chegarem ao fundo vamos dar sucessivos e violentos esticões à montagem e para isso a cana tem de ter alguma dureza, rigidez, acção de ponta.
Este é um daqueles casos em que ter uma vara parabólica, ou mesmo semi-parabólica de nada serve, ainda que esse tipo de canas possa garantir menos desferragens. 
A questão é o tipo de trabalho a fazer até que elas piquem...
Quanto a questões de sensibilidade, isso nunca será um problema. A lula é suficientemente brusca, violenta, para que se não perceba o seu ataque. É muito evidente. 
Assim, em termos de movimento, iremos levantar e baixar o conjunto com algum vigor, leia-se dar uns esticões fortes, e a seguir, com o conjunto em repouso, vamos esperar a reacção da lula. 
Aquilo que é normal é que se sinta uma prisão, uma pancada forte, alguns segundos após a imobilização da toneira. Caso isso não aconteça, recuperamos alguns metros de linha e repetimos o processo. 
Os japoneses pescam-nas com frequência e por uma razão muito forte: eles adoram comer lulas de toda a maneira e feitio. 

Quando começamos a meter para dentro da geleira lulas com este tamanho, tudo começa a fazer sentido. 


A cana de lulas típica terá entre 2.15 e 2.70mts, sendo que é nesta modalidade que se utilizam as varas mais duras. A razão tem a ver com o seguinte: iremos trabalhar o sistema em diferentes profundidades, as quais podem chegar aos 100 metros se necessário. 
Para isso, aplica-se na linha uma toneira armada de agulhas, eventualmente a mesma que utilizamos para os chocos, e uma piteira, o objecto que servirá de lastro, pese embora seja também um elemento válido para conseguir capturas. 
No fundo, é uma variante da vulgar chumbada que a maior parte dos nossos pescadores utilizam para os chocos, sendo que duplica as possibilidades de pesca pois tem agulhas idênticas à toneira. 
Passo-vos algumas imagens de piteiras que podem utilizar na montagem:

Esta é uma Crazy Ocean Metaller No. 15 (56gr) - 9 Hitomebore/UV com a referência: 4560445308759. Clique AQUI para Saber Mais



Para quem pesca mais baixo, pesqueiros de 20 a 40 metros, não vale a pena carregar demasiado, e pode optar pela versão mais ligeira, em 45 gramas: 

Crazy Ocean Metaller No. 12 (45g) - 7 KingFish Dot Glow/UV com a referência: 4560445307080. Clique AQUI para Saber Mais

 
Ambas as versões emitem luminescência Ultra Violeta no fundo, conforme podem ver na imagem seguinte: 
 


Também a marca japonesa Evergreen as produz com grande sucesso: 

Evergreen Metal Bancho Slim No.15 (57g) - MB09 Horse Mackerel Referência: 4533625123411. Clique AQUI para Saber Mais



Evergreen Metal Bancho Slim No.15 (57g) - MB10 Sardine Referência: 4533625123428. Clique AQUI para Saber Mais


Quando pescamos mais fundo, convém prever que pode haver alguma corrente pelo que convém estar prevenido com uma piteira um pouco mais pesada, na circunstância com 65gr ou mesmo 75 gramas. Esta opção da Hayashi pode ser útil: 

Hayashi Senkou Sutte 75g - NS-01 Referência: 4988540601412. Clique AQUI para Saber Mais 


Ocorrem arribadas de lulas com mais frequência que aquilo que se pensa. Por vezes temo-las no pesqueiro, sentimos pancadas fortes no nosso jig, e pensamos serem os pargos a fazer das suas. 
Algo bate forte mas… não fica. Frequentemente são as lulas que, por falta de equipamento dedicado acabam por não ferrar. 
Não é estranho que se lancem várias vezes à passagem da amostra, são de tal forma vorazes que podem fazer dois ou três ataques sucessivos. Quando estão “bem dispostas” aquilo que devemos fazer é aproveitar essa agressividade a nosso favor: sentimos a pancada, verificamos se ferrou e caso isso não tenha acontecido, largamos de imediato alguns metros de linha e voltamos a repetir a agitação da amostra. Na maior parte dos casos a lula entenderá que falhou a primeira tentativa mas o seu estado de enervamento e excitação vai induzi-la a morder de novo. 
Convém estar atento à sonda, ela pode dar-nos algumas indicações. Por vezes as lulas colocam-se numa posição vertical, esperando aquilo que desce ou sobe na coluna de água. Isso levanta problemas à sua detecção, pois essa postura vertical torna-as um “tubo” para as nossas sondas. 
Já encontrei grandes concentrações de lulas, sobretudo no Inverno, com águas frias, e aquilo que nos aparece na sonda são uma espécie de “teias de aranha” dispersas. 
 
Com os triplos elas têm muito menos possibilidades…


Vamos terminar no próximo número do blog. 



Vítor Ganchinho


😀 A sua opinião conta! Clique abaixo se gostou (ou não) deste artigo e deixe o seu comentário.

Artigo Anterior Próximo Artigo

PUB

PUB

نموذج الاتصال