PESCAR COM VINIS RESULTA?!

Já por diversas vezes me perguntaram a minha opinião sobre a pesca com vinis e invariavelmente eu respondo: sim, são mortíferos!
Como sabem eu, por defeito, pesco com jigs ligeiros. Ao longo dos últimos anos vim a especializar-me neste tipo de pesca e os resultados obtidos dizem-me que estou no caminho certo. É muito cómodo e prático pegar numa pequena caixa de amostras e com ela encher uma geleira de peixe.
Mas serão universais? Podemos pescar com eles em todas as situações? Se existem jigs disponíveis no mercado desde 1.5gr aos 1500 gramas de peso, à partida isso cobre a maior parte das necessidades de quem os utiliza. Podemos fazer jig-casting com micro-jigs a varrer a linha de superfície, podemos perscrutar as profundidades abissais com jigs muito pesados.
Mas …e sobre a sua eficácia? Serão sempre as melhores soluções para tudo? Sempre? Não creio.
Não me custa reconhecer que em determinadas situações sou forçado a mudar de método para conseguir vencer a resistência dos peixes que procuro. Para alguns tipos de pesca, os vinis ajudam-me, e de que maneira, a conseguir resultados.


Em fundos baixos, (podemos balizá-los até aos 20, 25 metros), os vinis são, na minha opinião, mais eficazes que os jigs.
Podemos sempre conseguir peixes com jigs, e eu faço-os correntemente, mas se mudarmos para vinis a percentagem de toques versus quantidade de lançamentos aumenta.
De que forma as vibrações emitidas por uma peça de borracha mole podem despoletar ataques dos predadores é algo que terá de ser estudado por quem tenha meios de medir ruídos, turbulência, e eu não tenho esses meios técnicos. Teríamos de medir também as vibrações provocadas por uma natação irregular, dessincronizada, errática, feita por um peixinho em dificuldades. Provavelmente encontraríamos aí algumas das explicações científicas para algo que agora apenas podemos presumir.
Mas tenho a experiência prática de testar vinis e jigs, no mesmo momento, no mesmo local, aos mesmos peixes, e sei que estes primeiros, os vinis, são mais eficazes, sobretudo se utilizados nas duas primeiras dezenas de metros.
Sendo um método de pesca que é encarado entre nós como meramente alternativo, digo-vos que em muitos países é a primeira opção para milhares de pessoas.
Não é caro. Uma carteira de meia dúzia de vinis custará 6 a 7 euros, o que torna este processo de pesca mais em conta que a aquisição sistemática de isca orgânica.
Dando de barato a questão da pegada ecológica e do mal que fazemos em retirar das margens os anelídeos e moluscos que deveriam servir de alimento aos peixes juvenis, fica ainda a comodidade de podermos guardar numa pequena caixa os jigs que pensamos serem indicados para a nossa zona de pesca. Ao fim de um dia de pesca teremos o nosso vinil completamente massacrado, raspado dos dentes, cortado das dentadas fortes dos peixes, mas ainda assim …a pescar.

Foto Duarte Murta. Vinil Fish Arrow pequeno, com um cabeçote de chumbo Coreman, uma tentação para os robalos, bailas e outros que tais…

Um vinil é algo que estará sempre à mão, não é perecível, pode ser guardado por muitos anos, e a sua eficácia é algo indesmentível. Podemos até repará-los, utilizando cola, ou, no meu caso, ligando e ajustando o possível com…linha PE multifilamento.
Para que fiquem com uma ideia, passo-vos um filme meu, onde podem ver sem cortes de imagem uma sequência de peixes feitos no mesmo ponto.

Vejam aqui um exemplo prático de utilização de vinis:

Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.

O ritmo é aquele que vocês podem ter com os nossos peixes, se aprenderem a utilizar, se perceberem de que forma o peixe os vê, os entende, e como reage a determinado tipo de estímulos.

Foto Duarte Murta. Reparem como esta rainha atacou o vinil em força, a ponto de mal se ver dentro da sua boca.

Muitas das fotos deste artigo foram cedidas ao blog pelo nosso amigo Duarte Murta, de Setúbal.
Agradecemos a simpatia e forma amiga de colaborar no blog com fotos de boa qualidade. Esse é um dos critérios, mas existem outros e não podemos deixar de os enumerar:
Não são aceites fotos com visíveis maus tratos dos peixes. A pesca lúdica está muito longe das imagens que vemos aquando das descargas de pescado em lota. Devemos respeito aos pequenos seres que pescamos.
Preferimos fotos de um exemplar isolado, e com enquadramento
É importante manter o nível, que queremos alto, para que não se chegue ao vulgar balde de peixe, ou o lava-loiças cheio de peixinhos miúdos. Isso nunca.

Aqui abaixo um jig a fazer das suas.

É sempre  possível fazer peixes com jigs como este Xesta de 12 gramas, mesmo em sítios tão difíceis quanto o interior de um rio, sem grande visibilidade. Reparem na linha lateral deste peixe, bem entendível e marcada a meio do corpo, da cabeça à cauda.

Pedimos muitas vezes milagres a uma técnica que é sobremaneira dependente do factor visibilidade para ser efectiva. A forma de detecção dos movimentos do jig assenta sobretudo na visibilidade das águas, mas ainda assim, e porque os peixes têm outras formas de perceber objectos que não apenas os olhos, é possível que se consigam toques.
Mas sem dúvida é muito mais fácil pescar em mar aberto, em águas lusas, do que na…lama.
Quando pescamos em situações limite em termos de visibilidade, devemos dar um pouco mais de tempo, ser mais pacientes, repetir gestos, marcando um ponto, no fundo dando um ponto de referência ao peixe.
Também a cor do jigs ou vinis tem uma grande influência pois a dada altura o contacto visual acaba por se fazer e esse espaço de tempo pode ser encurtado se a amostra fizer o contraste certo.
Neste caso o Duarte utilizou este jig espelhado da Xesta, o qual tem um preço de 5.65€:

Clique AQUI para saber mais sobre este jig.

Um jig ligeiro trabalha-se muito facilmente, vibra bastante com os nossos toques de ponteira e isso excita o peixe.

Este é um campo em que o LRF, Light Rock Fishing é fértil: a apresentação de bons resultados mesmo em situações difíceis.
Para quem se quer iniciar, e evitando logo à partida o habitual e consequente dispêndio de dinheiro inútil, (porque quem compra ruim a seguir vai gastar outro tanto a comprar bom) o equipamento certo é este:

Uma cana ligeira e sensível, que possa servir-nos indistintamente para vinis ou pequenos jigs. E já agora, porque há muita gente que viaja e não quer pagar um horror de dinheiro para transportar uma cana comprida, a versão travel/viagem, que se acomoda perfeitamente dentro de qualquer mala de viagem, ou não tivesse um comprimento total de bolsa de…43.2 cm!!.
Esta minha sugestão de cana pesa 83 gramas, é ultra-sensível e faz tudo aquilo que se possa fazer com uma cana ligeira:

A CANA

Clique AQUI para saber mais sobre esta cana.

Não deixa de ser uma super solução, dado que cobre toda a gama de técnicas de pesca ligeira e fica paga na primeira viagem. A TAP cobra um absurdo por transportar uma cana e não vale a pena, com esta solução Shimano. À venda na GO Fishing Portugal como novidade para 2024.

O CARRETO

O carreto é a peça menos importante de todo o conjunto, e pode ser bom, ou “quase bom”, dado que a sua função não influência demasiado a prestação, desde que esteja bem lubrificado e apto a soltar linha se necessário. Já ferrei robalos acima dos 2 kgs de peso com este equipamento e tive forçosamente de deixar o peixe tomar duas ou três dezenas de metros de linha. Caso a decisão fosse fazer força a sério, teria rompido.
Pretende-se um carreto leve, não é necessária de todo uma grande capacidade de linha, por ser inútil, e apenas insisto na questão do tamanho: mais que 2000 é excessivo.

Clique AQUI para saber mais sobre este carreto.

A LINHA

Como linha, o que procuramos é uma linha leve, modelo sinking/ afundante, e fina. Conseguimos isso com uma enorme variedade de linhas disponíveis no mercado.

Pode ser esta:

Clique AQUI para saber mais sobre esta linha.

Falta-nos um leader, o chicote invisível o qual pode variar entre 0.18mm e 0.26mm. Decidam em função da visibilidade das águas.
Se não necessita de ser demasiado grosso, por ser desnecessário, ainda assim deve prever contactos de peixes de maior porte, que os temos:

O BAIXO DE LINHA

Clique AQUI para saber mais sobre esta linha.


O CABEÇOTE DE CHUMBO

Os cabeçotes Coreman, os quais existem em 4, 6, 9 e 12 gramas.

Clique AQUI para saber mais sobre estes cabeçotes.


OS VINIS

E os indispensáveis vinis, que podem começar por ser estes, ou outros da enorme coleção Fish Arrow:

Clique AQUI para saber mais sobre os vinis da Fish Arrow.

E posto isto, porque já temos tudo o que é necessário, ….boas pescas!!


Vítor Ganchinho


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