300.000 VISUALIZAÇÕES - CRITICAR NA SOMBRA

Quem escreve não pode, sob nenhum pretexto, agradar a todas as pessoas que o leem.
Não é possível. Cristo era uma santa pessoa e não agradou a todos, foi criticado.
Tentem vocês próprios fazê-lo, tentem escrever um artigo para todos e vão ver que é impossível. Por mais qualidade que tenha, por melhor grafismo que apresente, haverá sempre quem não goste.
Por aí estamos bem, pacíficos.
Eu escrevo sobre pesca há 35 anos e sei bem que é impossível agradar a todos porque as variantes de pesca são imensas, totalmente díspares, e não é possível conciliar os interesses de quem pesca chocos com quem faz jigging, ou surfcasting, ou spinning, ou… o que seja. E que só quer ler sobre isso.
Mais vale assumir que não pode ser para todos, no mesmo dia e ao mesmo tempo. E seguir por aí.
É essa a linha editorial, é isso que seguimos aqui no blog, os artigos são enquadrados de acordo com a época do ano e daquilo que está a passar-se no mar na altura. E também da minha inspiração pessoal, ao momento.
Para mim o critério serve-me.
É minha opinião que qualquer um de nós sabe se está no bom caminho quando tem objectivos a atingir e nem lhe apetece olhar para trás. Não quero saber do que já escrevi, do que foi dito anteriormente, quero sim focar a minha atenção naquilo que me falta escrever, que é muito. Tenho muita coisa para dizer que ainda não disse. Mas será que vale a pena?

Fiz esta foto de manhã bem cedo, a caminho dos meus pesqueiros de pargos. Para mim é boa…

Vem isto a propósito de uma ou outra alminha caridosa que, de quando em vez, resolve dizer que existe e coloca um sinal negativo, um polegar para baixo a vermelho, na apreciação do meu trabalho.
Na verdade, as pessoas só leem o que querem ler e admito que provavelmente muitas delas não façam mais que uma breve passagem em diagonal do que está à sua frente.
Estão no seu pleno direito. Também é verdade que muitos detalhes passarão pouco perceptíveis a quem lê num telemóvel, com ecrã reduzido, porventura dentro de um autocarro sobrelotado de gente, a caminho do trabalho.
Não estou ao lado de cada uma das pessoas que lê para lhe explicar o que quero dizer, qual o sentido daquilo que pretendo transmitir.
Mais ainda: eu assumo a minha responsabilidade pelo que escrevo, não por aquilo que as pessoas entendem a partir da leitura que fazem daquilo que eu escrevo.
Nesse aspecto, estou absolutamente dependente da capacidade intelectual e grau de conhecimentos sobre pesca de quem lê. E até das condições em que essa leitura é feita.
Os textos e grafismos publicados requerem o enquadramento certo, porventura a utilização de um computador, paz de espírito e algum tempo de leitura. E muitas vezes essas condições não estarão reunidas.
É a impressão que me fica…

Este peixe, infelizmente, não interessa a quem pesca chocos...

Quem escreve deve estar preparado para tudo, mesmo para julgamentos negativos. Mesmo para polegares para baixo, que visam sobretudo arrasar quem escreveu.

É minha convicção de que devemos pensar bem se vale a pena manifestar a nossa opinião desta forma.
Qual o intuito? A quem serve uma atitude permanente e sistematicamente negativa? Por que razão não fundamentam a decisão de manifestarem o seu desagrado? Porquê o anonimato? Escondem-se de quê e porquê?
Sendo um direito de quem lê manifestar o seu desagrado, não terá essa pessoa ao mesmo tempo a responsabilidade de ser construtiva e explicar as razões que levam a tal apreciação?
Não entendo! Quando alguém já só tem a chama de uma vela, fraca e trémula sim mas ainda assim a resistir ao vento, a dar luz, aquilo que faz é tratar de a apagar de vez.
Acabar com tudo, reduzir a cinzas, destruir pelo prazer de destruir, sem nada dar em troca. Apenas destruir. Tudo o que essas pessoas tentam fazer é destruir, hoje aqui e amanhã ali.
Abençoado seja quem vive na maior miséria intelectual e apenas sente prazer em destruir tudo o que outros fazem.

Robalo de 3 kgs pescado em Sines, com um vinil.

Admito que quem pesca chocos não queira saber de artigos sobre robalos e o inverso.
Mas será que faz sentido, num meio tão restrito, com tão pouca gente, afunilar ainda mais e ter um canal aberto apenas para chocos e um outro canal de informação para robalos?
Quem se interessa por robalos não pode também ver uma captura de um pargo? É a especialização assim tão forte que possamos desprezar tudo aquilo que os outros fazem?
Deixem-me tentar mais uma vez. Passo-vos um filme de captura de um robalo. Dedico-o a todos aqueles que apenas fazem pesca ao choco, ok?

Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.

O autor a concretizar a captura de um robalo, este feito com um vinil da Fish Arrow.

Diz-se mal por dizer mal. Por vezes pergunto-me se esses indivíduos não quererão um dia ser diferentes, ser um outro tipo de pessoa.
Se não quererão um dia experimentar a ser pessoas justas, solidárias, amigas. E cultas. Será isso querer demasiado?
Na eventualidade de saberem fazer melhor, então …porque não fazem?!
Não se esperam atitudes nobres de pessoas pobres de espírito…mas para mim quem se fica pelo anonimato não me merece muita consideração. Não gosto de gente anónima!
Bem aventurados aqueles que se escondem nas sombras e ousam criticar pelo prazer de criticar. Grandes homens, grandes pessoas os que, a coberto do escuro, dizem mal de tudo e todos!
Não foi para isso que foram criadas as redes sociais, para serem um vazadouro de lixo intelectual. A serem bem utilizadas, poderiam ser um incrível meio de divulgação de conhecimento.


Eu e muitos pescadores da minha geração não tivemos este tipo de suporte, fomos obrigados a partir pedra, a errar mais, a perder tempo. Também por isso conseguimos obter alicerces mais sólidos, por mais tempo trabalhados no terreno.
Hoje, aquilo que me interessa é partilhar, passar conhecimento a quem se inicia e discutir assuntos sérios e profundos com quem sabe. Isso sim.
Vamos ver por quanto tempo estarei disponível para sacrificar o meu descanso e a família com a minha ausência, a troco de nada. É verdade que o numero de visualizações que hoje atingimos, 300.000, não é um número fácil para quem publica artigos que visam informar, passar informação boa, de nível, mais que “espantar” pelo espectáculo de muitos baldes de peixe …miúdo. Não é para mim essa tristeza franciscana de uma foto e uma frase curta.
Mas vale a pena pensar se vale a pena continuar.
A informação que aqui se partilha só é gratuita do lado de quem lê. Do outro, do lado de quem escreve, custa muito tempo, sacrifício e …dinheiro.
Perco tempo a fazer isto. Tempo esse que poderia ser ocupado de outra forma.
Um dia alguém, eu e todos aqueles que ousam escrever algumas linhas, irá fartar-se, fechar a porta e atirar fora a chave. E forçosamente ficará um vazio…

Fiz esta foto em Abril 2024, no caminho para Sines. A luz estava francamente… especial. 

Espero que todos aqueles que agora apenas tentam destruir o que eu faço, os que colocam sinais negativos a vermelho, consigam vir a ocupar esse espaço.
Em breve vai ficar disponível.


Vítor Ganchinho


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3 Comentários

  1. Boas,
    Acho que dar muita importância aos “polegares para baixo 👎 ”, especialmente de pessoas anónimas que não explicam o seu ponto de vista, não devem ser valorizados da mesma forma que os "polegares para cima 👍". Sempre existirão os tais "haters" que por uma razão ou outra, devem desgostar de tudo na sua vida, inclusive deles próprios. Depois há só quem tenha tido um mau e dia e pronto...ofendeu-se. É as redes sociais a funcionarem.

    Da minha parte, como leitor e apaixonado pela pesca, considero este blog um verdadeiro tributo ao que é este desporto. É realmente bom ler conteúdos criados por quem tem a experiência e o conhecimento que validam cada palavra. Histórias, dicas, equipamentos de pesca... está cá tudo. E são conteúdos valiosos que nos fazem refletir, melhorar e aprender mais. Só lhe posso dar os parabéns e incentivá-lo a continuar. Este blog faz muita falta, e, no dia em que decidir parar, o vazio será mais notório do que qualquer "polegar para baixo".

    Um grande abraço, tudo de bom e obrigado!

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  2. Bom dia Vítor
    Entendo o sentimento, mas como refere são muitas pessoas com níveis de conhecimento completamente diferentes, algumas delas nem pensam que podem existir outras coisas, outras formas.
    Vítor Continue assim, o conhecimento só faz sentido sendo partilhado.

    Grande abraco
    Toze

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  3. Olá Vitor.

    Cabe-me dizer que gosto muito de ler o que escreve.
    Gosto do conteúdo, que é bem suportado pelo o conhecimento e experiencia e gosto do formato.
    Transmite a emoção própria de um pescador eternamente insatisfeito e que se desafia constantemente.
    Já aprendi muito e já passei muito conhecimento (que também me deu algum status entre os meus pares).
    Certamente que muito contribuiu para o meu crescimento e felicidade na prática de apanhar esses almejados e cada vez mais raros peixes, e fortaleceu a consciência ambiental de todos nós.

    Tenho duas angustias; uma porque ainda não tive oportunidade de o visitar na sua loja, porque cada vez vou menos a Lisboa. A outra, porque não consegui sair consigo, perceber um pouco de jigging, e sei que essa janela se fechou.
    Mas tenho esta fonte inesgotável de conhecimento, que é este blog.

    Bem haja, Vitor Ganchinho!
    Paulo Fernandes

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