OSAKA NOVIDADES - CAP VII - CANAS PARA TODOS OS GOSTOS

Sou sincero: para mim, o barco de pesca a sério é mesmo o semirrígido, e isto porque concentra em si tudo aquilo de que necessito: rapidez de deslocação, economia de combustível, capacidade de manobra, ligeireza, etc. E neste etc cabe um detalhe que a mim me é precioso: o facto de ser baixo e de o vento lhe passar por cima.
Este factor tem mais importância porquanto faço como sabem muita pesca de jigging ligeiro, e por vezes micro-jigging, e por isso pretendo e preciso de estabilidade, de ter o barco tão próximo da vertical da linha quanto possível. E o semirrígido dá-me isso, a possibilidade de ter uma deriva controlada, lenta. E se necessário até o consigo parar com um para-quedas de superfície.
Já os barcos cabinados de amuras altas, esses serão para outras coisas que não jigging, e, se adaptados à função, obrigam a um tipo de cana com características diferentes.
É aí que entram as canas mais longas. Logo, os fabricantes são obrigados a ter vários modelos disponíveis. Para cada situação existe um equipamento especifico, e é bom que se entendam as vantagens, que não se comprem canas curtas para barcos altos, ou canas longas para barcos baixos. Não faz sentido.


Discutia há uns dias com um cliente da loja GO Fishing em Almada um detalhe precisamente relacionado com o comprimento das canas.
A questão prendia-se com a necessidade de adquirir canas mais curtas ou mais longas, consoante o tipo de barco que se possui.
É bom de ver que a bordo de um semirrígido a distância à água é curta, e a amura muito baixa, leia-se o diâmetro do flutuador não terá em principio mais de 60 cm.
Por isso mesmo, a necessidade de uma cana mais longa não se verifica.
Apenas temos de escolher bem, e para isso nada como visitar uma exposição de canas. Trago-vos hoje uma panorâmica daquilo que é um stand de marca, numa feira como a de Osaka:

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Estive em Osaka a ver como os meus próprios olhos as sugestões da Daiwa e Shimano e mais uma vez fiquei surpreendido com a extrema qualidade dos produtos!
É incrível o que aquela gente consegue melhorar de uma época de pesca para outra. Tenho a certeza de que daqui a um ano eles serão outra vez capazes de me surpreender...
A guerra entre marcas obriga-os a estar sempre atentos a possíveis melhoramentos, e nós pescadores beneficiamos disso.
Neste momento os fabricantes estão focados em algo que a nós, pescadores europeus, pouco diz: a rigidez da cana.
Aquilo que se vende por cá são canas duras, com marcada acção de ponta. Se quiserem por outras palavras, canas cuja única acção seja a de flectir um pouco a ponteira. E tenho a certeza de que a serem fabricadas canas totalmente rígidas, sem dobrar um milímetro que fosse, também se venderiam muitas entre nós. Asneira crassa!
De uma vez por todas: uma cana absolutamente rígida é completamente inútil! Um “pau de vassoura” é algo que só no imaginário de alguém pode ser uma cana de pesca.

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Esta cana seria invendável em Portugal. Todavia, as pessoas no Japão fazem fila e esperam pela sua produção…..porque a querem e sabem porque a querem…

A cana que viram antes é um modelo que permite pescas muito ligeiras e é o resultado de um conceito que, não sendo novo, ainda assim entronca na ideia de produtividade de pesca.
Ou seja, analisando a quantidade de toques que temos num dia de pesca calcula-se a percentagem de sucessos versus a percentagem de desferragens.
Com uma cana mais rígida temos muito mais facilidade em ferrar, isso é indiscutível. Mas uma cana demasiado rígida faz-nos perder imensos peixes, porque oferece ao peixe a possibilidade de fazer força contra um ponto fixo, e de rasgar a pele da boca.
Isso não acontece com uma cana mais parabólica, a qual acompanha os esforços do peixe, adapta-se a eles e, mantendo alguma tensão de base, é suficientemente elástica para não permitir a desferragem ou a rotura da linha.
O conceito é esse: trabalhar em função da produtividade, da maior percentagem de capturas, e não da maior quantidade de ferragens.
Mas há muito mais a ver em Osaka, nomeadamente as canas longas para pesca directa ao sargo na espuma:

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Os materiais utilizados na concepção das canas são cada vez melhores. Os punhos monobloco são quase obrigatórios e também cada vez mais bonitos.
A zona do punho é algo muito importante pois dela depende a boa fixação do carreto e a solidez do conjunto.
Vejam estes:

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A pesquisa em túneis de vento ajuda a melhorar a performance dos carros de Formula 1, e indirectamente beneficia os condutores normais nos carros de produção em série.
Também a procura de pequenas vantagens e novas soluções para canas topo de gama acaba por vir a beneficiar os pescadores de todo o mundo, ao introduzir este ou aquele detalhe inovador.
Bom mesmo é podermos discutir isso com quem trabalha nas fábricas de canas, e aí, meus amigos, é um prazer poder trocar algumas impressões com quem idealiza, projecta, e manda fazer aquilo que lhe passa na mente.
No próximo artigo sobre Osaka vamos ver filmes com essas pessoas, os crânios que empurram para a frente marcas como a Daiwa ou a Shimano.
Não percam.


Vítor Ganchinho


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