OSAKA NOVIDADES - CAP XXVI - PARA ACABAR DE VEZ COM OS CHOCOS... PARTE II

Porque em técnica que resulta não se mexe, todos copiam, todos aplicam chumbadas e poucos se interrogam sobre as razões de pescar dessa forma.
Os japoneses não pescam os chocos assim, a montagem conforme a utilizamos eles deixam-na reservada para as lulas, essas sim capturadas bem mais fundo.
E também não utilizam chumbadas como nós. De resto o peso não tem forçosamente de ser uma chumbada. Há quem não conheça outro sistema e por isso assume ter de ser assim. Mas não tem.
A ideia de utilizar uma chumbada refere-se a tempos idos em que entre nós apenas havia essa possibilidade técnica no comércio local. Era barata e resolvia.
Os japoneses meditaram e resolveram a questão duplicando ou mesmo triplicando as possibilidades de pesca. De uma linha madre penduram uma piteira e duas toneiras não lastradas.
Conforme as que podem ver abaixo:

Estes modelos sem peso de compensação estarão ambos em stock dentro de poucas semanas na GO Fishing em Almada. São específicos para pesca da lula, com a aplicação de uma piteira, o peso, em linha separada.

As “piteiras”, montagens em chumbo com agulhas embutidas, têm sofrido uma evolução tremenda e hoje em dia são um elemento mais a contribuir para uma pesca mais efectiva.
À necessidade de acoplar um peso que leve a nossa toneira para o fundo, sobrepõe-se a intenção de fazer com que esse peso também pesque.
Porque as cotas onde se procuram as lulas, e até os chocos, são cada vez mais profundas, também é natural que as piteiras sejam cada vez mais pesadas.
A consequência directa é que também as canas terão de estar adaptadas a esse tipo de esforço, e efectivamente a acção destas tem vindo a aumentar.
Vejam esta piteira abaixo, é francamente curiosa:

Este modelo está à venda na GO Fishing em Almada, nas versões 75 e 95 gramas.

Vejam outros exemplos de criações japonesas, onde o objectivo é promover a visibilidade das peças em profundidades onde a luz já custa a entrar:

Na cor azul, por ser uma das últimas do espectro de cor a desaparecer no fundo. Por outras palavras, mantém a visibilidade quando quase todas as outras já desapareceram. Ou em cor Glow brilhante, para emitir luminosidade na mais perfeita escuridão.

Também a nível das toneiras a evolução aponta no sentido de se adequar a cor da toneira à profundidade a que se pretende pescar.
Porque já foi aqui dito e redito aquilo que importa saber sobre o tema cores, (ver números anteriores sobre pesca ao choco) digo-vos apenas que escolher uma cor é algo muito objectivo, muito concreto e nada tem a ver com uma inspiração momentânea ou uma fezada que possa surgir por acaso.
As águas podem estar tapadas ou limpas, a profundidade pode ser maior ou menor, previsivelmente os chocos terão um tamanho maior ou menor, a corrente será mais fraca ou mais forte, a hora a que pescamos mais madrugadora ou mais tardia, e a soma de todos estes dados dá …a toneira X.
É isso que vejo fazer aos japoneses e não é isso que vejo fazer por cá.
Na melhor das hipóteses a cor é escolhida tendo em conta a cor do …clube de futebol. Pode-se ser mais eficaz!


As lulas têm um lugar de destaque nas opções dos pescadores japoneses. Ou não fossem elas objecto de atenção gastronómica especial entre eles.
A novidade deste ano foi a apresentação das toneiras com tungsténio embutido, uma construção que envolve materiais nobres, o silicone, o tungsténeo, as agulhas em aço carbono com cobertura a teflon, a questão do reflexo glow, etc.
Não há forma de tornar este tipo de equipamentos barato, porque tudo neles é caro à produção.
Quando o Estado Português decide ficar com 5% de direitos aduaneiros +23% em impostos IVA, e quando é necessário somar mais 12% para custos de transporte aéreo, fácil é de ver que as peças não nos podem chegar …”em conta”.
Mas para determinadas situações, a vantagem de poder contar com estes argumentos pode valer a pena.
Mostro-vos abaixo uma linha de piteiras para lulas, (a parte de baixo, a que faz peso), que pode ser rentabilizada muito rapidamente. Duas ou três lulas de bom tamanho e estão pagas:

Estes modelos, com emissão de brilho glow, estão à venda na GO Fishing Portugal em Almada e vale a pena chamar à atenção do seguinte: os 20 GOu´s de peso equivalem a 75 gramas.

Espero que tenham encontrado aqui algo que ainda não conheciam…


Vítor Ganchinho


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4 Comentários

  1. Boa tarde Vitor

    Desta vez devo discordar da sua afirmação "Na melhor das hipóteses a cor é escolhida tendo em conta a cor do …clube de futebol".
    Desde há muito tempo que, para além de muitos e bons videos que para além dos palhaços "patrocinados" "matadores" muitos ensinam o que é melhora para as diferentes fases do dia/exposição solar, as cores da água, as dimensões das toneiras, o local de pesca no estuàrio ou lá fora e até variações de montagens.
    Por exemplo montagens com toneira na chumbada, apanham a dobrar e outras com toneira para as lulas, no nó do leader, diversificam as capturas, etc.
    Para além dos videos, os amigos também são determinantes, assim como as suas publicações de onde se retiram muitos ensinamentos.
    Claro que, cada um interpreta à sua maneira.
    Forte abraço!
    Paulo
    (ainda não perdi a esperança)

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    1. Paulo, não há falta de informação. Há muito por onde aprender a fazer, para melhorar as técnicas.
      Deixe-me dizer-lhe que quando eu comecei a pescar, há 56 anos, não havia nada a não ser os conselhos de um tio, do avô, e pouco mais.
      Havia muitos autodidatas, gente que era forçada a aprender por si. A pior forma de aprender porque é muito mais morosa.
      Agora há tudo, e ainda assim as pessoas continuam a escolher as toneiras de acordo com a cor do seu clube de futebol....

      Grande abraço
      Vitor


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  2. Pois é, acabo por concordar. Há muitos pescadores que pescam por enorme atração pelo desafio e os outros que pescam por ver pescar. abraço, paulo

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    1. Vamos agora começar uma sequência de artigos que escrevi depois de ter ido a Angola.

      Vai ver que mesmo em Mecas do peixe, nem tudo é fácil.
      Mas quando temos os olhos abertos para o mundo, encontramos sempre coisas interessantes para ver e relatar.
      Acho que esta série de artigos está interessante, pese a evidente falta de peixe.
      Mas há muito mais a contar.

      Abraço
      Vitor

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