A utilização de linhas finas permite, para quem já começa por cá a utilizar a pesca ao choco a partir de terra, o lançamento a maiores distâncias.
Não terá importância acrescida para quem pesca de barco, mas aos poucos começam a explorar-se zonas de baixios onde há chocos em abundância porque nunca são tocados por quem pesca embarcado e que por isso mesmo, não pode chegar a eles. Os barcos arrojam se forem conduzidos a fundos demasiado baixos, partem os transdutores das sondas, etc, pelo que há limites mínimos de água que não podem ser ultrapassados.
Há muito choco que se protege nas zonas mais baixas dos estuários, faz a desova e sai para mar aberto sem nunca ser apoquentado pelos pescadores.
Quando a pressão é muita e se esvaziam os stocks em zonas mais tradicionais, dos 10 aos 30 metros de fundo, aquilo que sobra é o choco que sai deste padrão, ou seja, o que fica mais fundo, abaixo dos 30 metros, e o que sobe aos baixos, acima dos 10 metros. Faz sentido?
Conheço pessoas que por mais que tentem e se sacrifiquem, pura e simplesmente não conseguem entrar num barco sem que isso acarrete um interminável enjoo e má disposição.
É orgânico, é fisiológico, há pessoas que mesmo após algumas saídas para mar aberto continuam a não ser capazes de se habituar aos balanços do barco e pura e simplesmente desistem de pescar.
Nesses casos, e para todos aqueles que ainda assim gostam tanto de pesca que não se rendem, a pesca apeada, a partir de terra, é uma opção.
E nesse caso, as linhas finas podem ser uma solução perfeita.
A possibilidade de lançar longe em vez de ir lá, permite uma pesca mais cómoda e confortável. Mais que isso, e não esquecendo que os chocos são seres vivos com vontade própria, e que muitos deles já tiveram más experiências com pescadores e as suas coloridas toneiras, manter alguma distância do alvo dá a este mais confiança.
Também o facto de não estarmos em cima do choco, dará a este um nível de agressividade superior, e consequentemente mais e melhores toques.
É importante que após o contacto do choco com a toneira, a prisão se mantenha, que o choco acredite que vale a pena lutar e insistir.
Se eles estão desconfiados, receosos, com “um olho no burro e outro no cigano”…. tocam mas largam.
Se é entendível que se utilizem equipamentos de spinning, formato standard com bobine fixa, quando o lançamento é algo imperativo, ou seja quando queremos chegar a zonas afastadas de terra ou do próprio barco, já quando se pesca vertical, embarcado, e apenas se pretende deixar cair a montagem para o fundo, não se entende a razão de não se recorrer a carretos de casting, de bobine móvel, pois estes permitem uma saída de linha muito mais rápida.
As razões são diversas, mas podemos focar-nos numa que é consensual: a bobine móvel trabalha a linha a sair na direcção dos passadores da cana, directa, enquanto que a saída de linha num carreto comum, de tambor fixo, é feita com esta a passar de uma posição horizontal para uma posição vertical, com tudo o que isso implica em termos de atritos.
Lá chegaremos, um dia as pessoas que pescam chocos a partir de um barco, (e só essas efectivamente terão condições para o fazer) irão chegar à conclusão que um carreto de casting pode ter vantagens.
Não me espanta que não se usem, já que, a par do seu preço mais elevado, não existe o hábito de os utilizar, e por isso a maior parte das pessoas nem sabe abrir o pick-up para largar linha…
É aí que entram os distribuidores de carretos e aqueles que os utilizam diariamente, pessoas que podem explicar a forma de manusear.
Para aquelas pessoas que fazem a pesca ao choco utilizando equipamentos de pica-pica, queria apenas deixar claro que há outras possibilidades, que pode haver vantagens em utilizar equipamentos específicos para este tipo de pesca tão popular.
A GO Fishing terá muito brevemente em stock linhas multifilamento Varivas dedicadas a esta técnica, no diâmetro PE0.8, (fiquem descansados, são linhas com resistência para chocos de pesos acima daquilo que é possível capturar entre nós), suficientemente resistentes mas ao mesmo tempo finas o bastante para que a experiência de pesca seja diferente.
Deixo-vos com um filme que mostra algo dos bastidores da Yamashita, onde o meu amigo Eisuke Kawakami, o homem forte da marca, a trabalhar naquilo que é a sua razão de vida: pescar chocos.
Clique na imagem para visualizar e na rodinha das definições para melhorar a qualidade.
Boas pescas para todos vós!!
Vítor Ganchinho
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