Fiquei de vos mostrar hoje o tipo de montagem utilizada para fazer LRF em fundos baixos.
O set de equipamento necessário tem forçosamente de ser ligeiro, e de pouco adianta querer fazer pesca ligeira com materiais pesados.
Não escovamos os dentes com o piaçaba da sanita, nem limpamos a sanita com a nossa escova dos dentes. Vou mostrar-vos qual o tipo de acessórios a utilizar:
Quanto ao esquema da montagem utilizada, devo referir que em nada ela difere daquilo que faço para os sargos, as douradas, os robalos, peixes que são muito comuns neste tipo de pesca light.
Os peixes mariscadores e também os predadores natos revelam uma grande apetência por “petiscos” saltitantes como este, mas também as bicas, os pargos legítimos, as inevitáveis garoupinhas, e mesmo os lírios que deambulam pelo fundo à procura de algo fora da sua rotina de peixes miúdos.
Utilizamos uma cana macia, ligeira, com acção 2-10, por aí. Não se preocupem em utilizar pesos acima desta gramagem, já que o trabalho é feito na vertical, sem lançamento.
Basta deixar cair para o fundo...
Se quiserem começar pela linha multi, eu opto por um PE 0.6, afundante, eventualmente um YGK “sinking” japonês, com resistência de 11 libras, mais que suficiente para este tipo de pesca ligeira:
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Faço um nó FR, aplicando um fluorocarbono de diâmetro 0.235mm, Varivas Hard Top, com cerca de 2 metros.
Não vale a pena deixar baixadas muito longas, o peixe irá estar focado naquilo que se movimenta na ponta da linha e vai ignorar o multi que acaba dois metros acima.
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De seguida, é introduzido um stopper de borracha, que me irá impedir que o tungsténio corra pela linha enquanto a montagem baixa ao fundo.
Trata-se de um acessório muito útil, infelizmente pouco conhecido e utilizado pelos pescadores nacionais. Basta introduzir a linha na argola individual que cada stopper traz, e a seguir puxar a borracha, que fica firme no local que escolhermos. Concretamente o acessório é este, da Daiwa:
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Segue-se o tungsténio, a escolher em função do tipo de fundo que temos.
Para fundos até aos 10 metros, bastam 5 a 7 gramas, para fundos na ordem dos 20 metros, e em função da corrente, podemos aumentar até aos 21 gramas.
Para isso é bom dispor de uma colecção de pesos variada e decidir em função da força da corrente.
Eu levo diversas montagens feitas em casa, e faço a escolha no local.
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O empate do anzol é uma tarefa simples, já que não difere em nada do habitual e trivial empate num anzol de tamanho pequeno, algo que estamos habituados a fazer.
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Da mesma forma que iscamos uma minhoca, também iscamos um camarão, um pequeno vinil em forma de peixe, ou qualquer outra forma de criatura marinha.
Não tem de ser um camarão, mas tem de ter um tamanho determinado, digamos 5 a 6 cm, pois caso o vinil exceda em muito isso, teremos de fazer a compensação com mais peso na montagem e iremos ficar menos eficazes. Pequeno, leve, e ...muito "pescante".
O anzol fica à vista, sem qualquer problema quanto à inibição de picadas, e muito disponível para ferrar ao menor toque.
Vejam abaixo:
Se há um factor que pode ser decisivo quanto a este tipo de pesca é este: há sempre peixe e o pescador pode tomar como garantido que vai ter centenas de picadas. A seguir terá de apurar os seus reflexos e tentar concretizar muitos deles.
A princípio não é fácil já que o tempo que os peixes guardam na boca o vinil é de um a dois segundos.
A reacção tem de ser imediata.
Mas quando começarem a fazer uns quantos robalos ou douradas entendem o potencial da técnica e de certeza que irão progredir. O segredo é estar fino, ligeiro, e ser rápido de reflexos.
Tentem e ...divirtam-se!
Vítor Ganchinho
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